Às vezes, acontece de alguém não entender a Christian Science, logo de indício. Todavia, como nos conta do Porto, em Portugal, Deus nos ajuda nesse caminho. no Brasil, entrevistou Maria Amélia.
Alessandra Colombini: Maria Amélia, conte-nos como você chegou a conhecer a Christian Science.
Maria Amélia: Eu gostava muito de ler livros de auto-ajuda. Num deles, vi mencionada a Christian Science e o nome de sua Descobridora, Mary Baker Eddy. Aquilo ficou no meu pensamento, deixou-me com vontade de saber mais a esse respeito. Passei a procurar mais informações: na lista telefônica, nas livrarias, entre as amigas...
AC: Por que sentia tanto interesse?
MA: Não sei, mas me sentia atraída, principalmente pela idéia de uma ciência que fosse cristã. Um dia encontrei uma amiga que mora em Lisboa e contei-lhe que estava muito interessada na metafísica, mas não conhecia ninguém com quem pudesse conversar a esse respeito. Aí ela me disse que conhecia uma senhora no Porto e outra em Vila Nova de Gaia que estuvadam a Christian Science. Fiz o contato e assim nos encontramos. Gaia é uma cidade perto do Porto, só separada por um rio.
AC: E depois?
MA: Elas tinham livros e revistas da Christian Science e me falaram das Lições Bíblicas. Eu mandei vir de Lisboa o livro Ciência e Saúde e o Arauto, o Livrete Trimestral da Christian Science, onde estão indicadas as Lições Bíblicas semanais, e passei a estudar junto com elas. No começo não entendia nada, não estava acostumada com a Bíblia, achava-a difícil.
AC: Mesmo assim continuou?
MA: Nunca deixei de ler a Lição, não sei porque, não sei. Sentia-me atraída. Mesmo sem entender, percebia que era aquilo que eu procurava. Depois, os Cientistas Cristãos de Lisboa me apresentaram outras pessoas do Porto. Começamos a realizar cultos todas as semanas, na Junta da Freguesia, que é um salão público que existe em cada Freguesia, onde as pessoas festejam casamentos, batizados, atividades sociais. Apareceram mais pessoas interessadas e alugamos uma salinha para os cultos e as reuniões de testemunhos. Assim fundamos a Sociedade da Christian Science no Porto.
AC: Mas em algum momento você começou a entender o que lia, não?
MA: Ah, sim, claro! Percebi que a Ciência é algo espiritual, não podemos ficar no raciocínio intelectual. Eu costumo dizer que o intelectualismo só engorda o ego. Sabe, aquele intelectualismo que só pensa nas teorias tradicionais sobre a vida e o homem.
AC: O que foi que deu início à compreensão?
MA: Aprendi a orar. Antes eu orava muito, mas aí percebi que, em realidade, só chocalhava palavras, repetia e repetia palavras que não me significavam nada. Daquilo só me ficou o Pai Nosso. Com Ciência e Saúde, passei a entender o Pai Nosso. Nesse livro, há um capítulo sobre a oração e ali aprende-se que, na oração, os pensamentos são mais importantes do que as palavras.
AC: Que outros aspectos da Christian Science são importantes para você?
MA: Aprendi a tirar as máscaras que encobrem o meu verdadeiro eu. No teatro grego, os atores usavam máscaras, que se chamavam personas. E aquilo que nós chamamos personalidade é muitas vezes um conjunto de máscaras que utilizamos na nossa vida. Com a Ciência, aprendi a reconhecê-las. Certa vez eu li que nós nascemos príncipes e, aos poucos, tornamo-nos sapos, devido às etiquetas e às bitolas que vivemos a assimilar. Pois justamente a Ciência revela o príncipe, o filho de Deus, que nós verdadeiramente somos.
AC: E como isso influiu na sua vida?
MA: Bem, em primeiro lugar sinto-me mais segura, antes não tinha nenhuma segurança emocional. Também aprendi a não planejar tanto, a confiar mais na direção e na inspiração de Deus. Por exemplo, até para fazer compras, confio na inspiração. Eu detestava ir de loja em loja a procurar preço e qualidade. Agora, eu penso que Deus conhece minha necessidade e sabe como atendê-la, eu não preciso determinar de antemão como deve ser atendida. E acho aquilo de que preciso sem perder tempo, com facilidade.
AC: Você já teve alguma cura de problemas de saúde, aplicando os ensinamentos da Christian Science?
MA: Sim, diversas. Há cinco anos, tive um problema de bexiga, não conseguia conter a urina e sentia dores. Pedi ajuda a uma praticista da Christian Science. Eu era leitora nos cultos da Sociedade, e o interessante é que, enquanto estava lendo do púlpito não sentia nenhum desconforto. Com isso constatei què o problema era um fenômeno mental e que o corpo não estava agindo por si só, como descobriu a Sra. Eddy. Em cinco dias estava completamente curada e nunca mais tive esse problema. Uma outra vez, mais recentemente, pisei por acidente num cachorro que estava deitado na calçada, e ele mordeu-me o pé. Eu calçava sandálias. Saiu bastante sangue e o pé inchou. A noite, a dor era tanta que eu tinha vontade de andar de joelhos, para não pôr o pé no chão. Pedi ajuda a uma praticista, que pediu para eu estudar, em Ciência e Saúde, aquela parte do julgamento simulado (pp. 430-442). Chamou-me a atenção o "veredicto" final, ali proferido: "Inocente". Entendi que eu era inocente, pois não tivera nenhuma intenção de fazer mal ao cão, por isso não podia ser castigada. Na manhã seguinte eu estava melhor e à tarde já calcei o sapato e servi como indicadora na conferência da Christian Science que a Sociedade estava patrocinando.
AC: Muito obrigada por nos contar sua experiência.
