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Um caminho na floresta

Da edição de setembro de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã


Milhões de pessoas vivem nos centros urbanos, um fenômeno atual, principalmente nos países em desenvolvimento. Em parte, é o resultado do êxodo da população rural rumo às cidades. São pessoas sem emprego, em busca de progresso econômico e de um padrão de vida mais elevado, e procuram abrir caminho na selva de concreto. Esses novos habitantes das cidades vêm, de mãos vazias, juntar-se a uma força de trabalho que é liderada por grandes empresas e normalmente não encontram a felicidade e a estabilidade com que sonhavam, tampouco conseguem retornar a seu local de origem.

Existe uma "inteligência espiritual" que governa o universo, inclusive todos os aspectos da natureza.

As próprias empresas, no entanto, estão tecnologicamente equipadas para abrir estradas e entrar em florestas, de onde extraem madeira, plantas medicinais e minerais usados na indústria, como acontece na região Amazônica. A menos que a atividade dessas empresas seja regulamentada de uma forma inteligente, elas tendem a causar danos ao meio ambiente. E, à medida que as selvas de concreto crescem nas cidades, a exuberante floresta tropical continua a ser exaurida. O fraco equilíbrio ecológico torna-se ainda mais frágil, deixando a floresta e os campos cada vez mais suscetíveis a desastres naturais, inclusive incêndios devastadores.

Uma amiga que tem uma fazenda próxima à região amazônica constatou que buscar a presença de Deus é um recurso poderoso em momentos difíceis. A pastagem de uma fazenda vizinha à dela pegou fogo. O vento espalhou as chamas por uma vasta área e, em pouco tempo, as pastagens e o gado da fazenda de minha amiga estavam correndo perigo. Ela contava com poucos colonos para ajudá-la. Os empregados das duas fazendas estavam apavorados e se sentiam incapazes de fazer alguma coisa.

Minha amiga voltou-se então para a única ajuda de que dispunha: a oração. Ao buscar idéias que pudessem acalmar seu temor, ela encontrou refúgio na compreensão de que Deus não estava no fogo, mas estava presente apesar do fogo. Estas palavras da Bíblia vieram-lhe claramente ao pensamento: "...porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave" (1 Reis 19:11, 12). Minha amiga sentiu o "cicio tranqüilo e suave" que lhe assegurava que o poder de Deus estava lá, com eles. Imbuída dessa certeza, sentiu uma profunda paz. Compreendeu que a presença de Deus era mais poderosa do que a violência da natureza e não sentiu mais medo.

Quase que instantaneamente as chamas pararam de se espalhar e mal tocaram a pastagem. Em questão de minutos o fogo estava sob controle e aos poucos apagou por completo. Os prejuízos na região foram pequenos.

Essa experiência é encorajadora, em vista das frequentes notícias sobre incêndios e outros perigos que ameaçam a região amazônica, provocados pelo desmatamento.

Um artigo da revista Veja apresentou um quadro desolador: "Do Descobrimento até o final da década de 70, apenas 4% de toda a Amazônia havia sido devastado. Isso corresponde a arrancar menos que um gomo de uma laranja. Nos últimos vinte anos, já se foram mais dois gomos. Hoje, a área desmatada da floresta equivale à de um país como a França. Essa ainda seria uma situação confortável se o futuro não prometesse coisa muito pior. Caso nada seja feito para estancar a destruição, daqui a apenas vinte anos poderão restar somente 28% de mata virgem na Amazónia.. . ou ainda menos — 4,7% —, a se confirmarem as hipóteses mais pessimistas levantadas pelo grupo de cientistas liderado pelo biólogo americano William Laurance, pesquisador do Smithsonian Tropical Research Center, um dos centros de pesquisa da prestigiosa Smithsonian Institution dos Estados Unidos, e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazónia (INPA), em Manaus." Conforme a versão King James.

Precisamos aceitar essas perspectivas tão desalentadoras? Será que há alguma maneira de acalmar o medo coletivo de que as florestas se tornem tão exauridas a ponto de ameaçar a existência da população do planeta, tanto a que vive nas florestas quanto a das cidades?

O Amor (palavra que significa Deus) é a força suprema que mantém Seu universo em harmonia.

As palavras de Cristo Jesus "buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas" Revista Veja 20/11/2000. indicam que o reino ou governo de Deus está presente onde quer que Seus filhos estejam (Mateus 6:33). É possível buscar o reino de Deus em todas as nossas atividades. O reconhecimento de que Deus é uma realidade presente e que não estamos presos a um ambiente físico é oração. Essa oração encontra a evidência de Deus bem no meio da vida na sociedade moderna, tanto nas cidades quanto nas áreas rurais e nas florestas. Onde Deus está não há perigo nem conflito de interesses.

Confiar no amor de Deus ajuda a acalmar a ansiedade existente no mundo a respeito do desmatamento. Além disso, o reconhecimento de que Deus é o Princípio que governa o homem e o universo pode conduzir a ações administrativas que levem educação, emprego, saúde e progresso para as populações das áreas florestais, sem risco para o sistema ecológico.

Onde quer que haja o constante temor de desastres naturais provocados por mudanças na atmosfera ou no clima, aí mesmo o Amor, palavra que significa Deus, é a força suprema que mantém Seu universo em harmonia. A presença do Amor traz paz e orientação ao clima agitado de opiniões políticas e de empreendimentos egoístas e ambiciosos.

Onde quer que o desmatamento pareça estar ameaçando a riqueza da natureza, ali mesmo o Amor está presente, mantendo e renovando sua criação, graças a seus recursos espirituais inesgotáveis.

Onde quer que a intervenção governamental pareça estar obedecendo aos mais variados interesses, alguns deles em franco desrespeito ao meio ambiente, ou originados na ganância e no egoísmo, ali mesmo o poder do único Amor supremo é capaz de governar todas as ações que estão ocorrendo no universo de Deus. O Amor é a inteligência divina.

"A natureza proclama a lei natural, espiritual, e o Amor divino, mas a crença humana interpreta mal a natureza. As regiões árticas, os trópicos ensolarados, as montanhas gigantescas, os ventos alados, os vagalhões poderosos, os vales verdejantes, as flores festivas e os céus gloriosos — todos indicam a Mente, a inteligência espiritual que refletem", escreveu Mary Baker Eddy, a fundadora desta revista, que explica a Ciência do Cristianismo e sua aplicação para o bem-estar da humanidade (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 240).

Existe uma "inteligência espiritual" que governa o universo, inclusive todos os aspectos da natureza. E todos os cidadãos responsáveis podem pensar e orar com "inteligência espiritual para preservar o meio ambiente, impedir a destruição e melhorar a qualidade de vida, tanto no mundo dos negócios das grandes cidades quanto na vida simples que se leva na floresta. A oração inteligente conduz à ação correta. E restaura a esperança.

Cada um de nós pode orar para que os governos e as empresas privadas ajam no melhor interesse do bem-estar coletivo. Podemos orar para a intervenção de Deus nas atividades realizadas na região amazônica. Isso pode ser feito com uma sensível inteligência espiritual. E possível abrir um caminho na floresta sem destruir sua utilidade, vitalidade e beleza.


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