"Você não pode imaginar como é difícil ter de voltar para meu país"! Uma amiga minha que estava em visita aos Estados Unidos fez esse comentário e me contou que passava por uma situação difícil, vivendo sozinha com uma renda muito pequena. Um pouco antes de sua partida, conversei com ela e compartilhei algumas idéias, fazendo referência a um texto da Bíblia que já me ajudou muito. Eu lhe disse: "Lembre-se de que você está voltando para uma 'terra que mana leite e mel'( Êxodo 3:8 ). Essa terra não se chama Estados Unidos, México ou Uruguai. É uma terra que está no nosso pensamento, uma terra de abundância e prosperidade". Quando falei com ela, algum tempo depois, soube que minha mensagem a ajudara muito e que as coisas tinham melhorado, depois de ela voltar para casa.
Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheçolhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazêlo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel. .Êxodo 3:7,8
Muitas mulheres hoje se encontram em situação semelhante à de minha amiga. De repente, sua vida muda completamente: o divórcio ou a separação, a viuvez, o momento de se aposentar, o desemprego ou talvez a necessidade de trabalhar fora pela primeira vez na vida. Tudo isso pode fazer com que elas sintam como se o mundo estivesse desmoronando sobre elas.
Em circunstâncias como essas, é preciso lembrar que a mão amiga de Deus está sempre pronta para ajudar-nos. Ele nunca está ocupado demais, nunca dorme, e está ao alcance de todos. Para Ele não somos jovens nem velhos. Por essa razão, podemos deduzir que, se neste momento Ele está nos dando o bem de que precisamos, o mesmo vai acontecer quando chegar a época de nos aposentarmos. Ninguém deixa de ser filho de Deus quando se aposenta, se divorcia, fica viúvo, desempregado, ou quando sua vida muda por qualquer outro motivo. Quando recorremos ao Pai em busca de ajuda, somos guiados a dar os passos necessários para que se manifeste o bem que nos pertence.
É certo que, se ficarmos sentados em uma poltrona sem fazer nada, esperando que algo aconteça, não estaremos ajudando. É fundamental reconhecer quem é a fonte de todo o bem e agradecer o que já temos. Uma oração cheia de gratidão, na qual pedimos a Deus melhor compreensão sobre Ele e sobre nossa relação com Ele, em vez de pedir uma longa lista de coisas, é o que nos trará as bênçãos que o Pai já preparou para nós. Na Bíblia encontramos um exemplo disso. E a história de Eliseu, que foi enviado para ajudar uma viúva que tinha muitas dívidas, cujos credores queriam levar seus filhos como escravos, conforme a lei daquela época permitia. A primeira coisa que o Profeta fez foi perguntar à viúva o que tinha ela em sua casa. Ela respondeu que tinha um pouco de azeite, ou seja, ela teve de reconhecer que tinha algo. Então o azeite da mulher se multiplicou e ela pôde encher muitas vasilhas, vender o azeite, pagar as dívidas e viver em paz com os filhos.
A oração leva-nos a fazer o que é necessário para que se manifeste o bem. Quando Jesus curava as pessoas, muitas vezes lhes pedia que fizessem alguma coisa. Ao cego em cujos olhos aplicou terra misturada com saliva, ele recomendou que fosse lavar-se em determinado tanque; ao paralítico mandou que fosse para casa carregando seu leito, muito embora estivessem no dia de repouso para os judeus, sendo proibido trabalhar nesse dia. Contudo, o homem precisava demonstrar que estava disposto a obedecer e a fazer o que era necessário para ser curado. A fé que todos esses homens tinham era tão grande, que eles obedeceram a Jesus e foram curados.
Lembro-me de uma ocasião em que eu ia dirigindo por uma estrada e vi um cartaz enorme em que se lia algo como: "Ganhe dezessete milhões!" Era um anúncio da Loteria Federal. Imediatamente pensei: "Mas eu já tenho dezessete milhões". E logo me corrigi: "Não, na realidade tenho trinta e oito, quarenta ou, melhor ainda, tenho todos os milhões de que possa precisar". Não tenho essa quantia na minha conta bancária, mas compreendi naquele instante que, de uma certa forma, Deus é o meu banqueiro. Ele se encarrega de tudo o que preciso e vai me dando na medida em que eu necessitar. E que banqueiro especial é o Pai, porque não apenas tem guardado para mim tudo aquilo de que preciso, mas também porque Ele tem algo mais importante: saúde, harmonia, paz, relações harmoniosas, compreensão espiritual, ou seja, tudo o que satisfaz minhas aspirações e mantém minha felicidade.
Na Bíblia lemos que a criação de Deus é perfeita e completa e que nada se lhe pode acrescentar nem tirar (ver Gênesis 2:1 e Eclesiastes 3:14 ). Isso quer dizer que tudo o que o homem precisar no decorrer de sua vida já foi criado. Por certo Deus não cria coisas materiais. Ele não pensa em bancos, automóveis ou casas. Ele criou Seu filho para refletir Suas qualidades e para que nada lhe falte. E quando o homem reconhece essa verdade, vê sua manifestação em saúde, harmonia, dinheiro, trabalho etc.
Há mais de cem anos, Mary Baker Eddy demonstrou que nosso pensamento governa nossa experiência. Quando compreendemos a verdadeira e terna relação do homem com Deus e confiamos em Sua bondade e em Seu governo absoluto e harmonioso, vemos tudo isso refletido em nossa experiência diária.
A oração leva-nos a fazer o que é necessário para que o bem se manifeste.
Não estou querendo dizer que não ocorram desafios, mas a solução está na maneira de enfrentá-los. Deus é o único poder verdadeiro. Podemos apoiar-nos em Sua presença e contar com Sua ajuda. Dessa forma, somos guiados a dar os passos necessários para encontrar soluções e harmonia em nossa vida.
Anime-se! Você não está sozinha nem desamparada. Vá para a terra que mana leite e mel! Ela fica apenas a um pensamento de distância.
