Uma amiga minha, cujo filho era adolescente quando eu estava grávida do meu primeiro filho, disse-me: "É bom que eles comecem como bebês, porque certamente nenhum pai ou mãe diria: 'Que bom, vamos ter um adolescente'!"
Mesmo não tendo um filho adolescente, talvez você já tenha se sentido intimidado por eles. Por quê?
Lembro-me de quando eu fiz treze anos. Sentia-me mais velha, mais importante, mais independente. Minhas fronteiras estavam se alargando. Eu já não tinha tanta supervisão dos adultos. Foi um acontecimento marcante. Em algumas doutrinas e sociedades, a idade de treze anos é comemorda como o momento de assumir maior responsabilidade na comunidade.
Quando meu filho mais velho estava chegando aos treze anos, outros pais sacudiam a cabeça solenemente, como se soubessem que eu iria ter muitos problemas.
Devido ao trabalho que desenvolvo como Coordenadora de Exposições do Museu Infantil de Indianápolis, Estados Unidos, estou bem a par dos estereótipos que acompanham os adolescentes. Mas, como desejo estabelecer minha vida sobre uma base mais espiritual, voltei-me para Deus em busca de algo melhor do que essas idéias preconcebidas.
Em vez de aceitar estereótipos negativos como sendo a realidade sobre os adolescentes, decidi que sempre que um desses estereótipos se evidenciasse, eu pensaria na identidade espiritual que todos os filhos de Deus têm, em qualquer idade. aceitei que a adolescência tivesse tivesse de ser um período em que o encanto, a paz e o equilíbrio estivessem ausentes da vida de meu filho, da minha ou da de meu marido. Esforcei-me para sempre agir no espírito desta declaração: "Livremo-nos da crença de que o homem esteja separado de Deus, e obedeçamos unicamente ao Princípio divino, a Vida e o Amor. Eis o grande ponto de partida para todo verdadeiro desenvolvimento espiritual" (Ciência e Saúde, p. 91).
Não existe nunca um período em que estejamos separados de Deus, que é a fonte do bem. Não importa a idade de alguém, ele ou ela jamais pode estar privado do encanto, da paz, da confiança, do equilíbrio e da força que são de Deus. Os pais talvez se preocupem com o fato de os adolescentes não estarem bem preparados para lidar com algumas das responsabilidades e com a autonomia que passam a ter. Mas, quer admitam ou não, os adolescentes também podem estar apreensivos com isso.
Certa vez, ao comentar a atitude de um amigo que sempre seguia o pensamento do grupo, meu filho disse que o rapaz "não tinha idéias próprias". Esse é um estereótipo muito comum. Mas Deus é a verdadeira Mente e, se estamos sempre ligados a Deus, nunca deixamos de expressar essa Mente e suas idéias. A capacidade de refletir as qualidades de Deus não é limitada pela idade. Os adolescentes não têm menos compreensão, inteligência ou bom siso do que os adultos, porque cada um deles é a completa expressão da Mente divina.
Os jovens se transformam e crescem rapidamente, tanto física quanto emocional, social e intelectualmente. Mas, aos olhos de Deus, o que em verdade ocorre é o crescimento sob Sua orientação amorosa e firme.
Ao ponderar sobre a identidade espiritual que Deus nos deu, percebi que podia reconhecer e apreciar nos jovens o bom humor e a alegria do Espírito divino, bem como a exuberância e o entusiasmo da Vida divina. Através da imprensa ficamos sabendo que os adolescentes querem fazer contribuições significativas, assumir papéis mais ativos de voluntários na sua comunidade. Estão demonstrando a compaixão do Amor divino ao se voltarem para os outros e os ajudarem. Isso mostra que estão refletindo a inteligência de Deus e O estão expressando. A capacidade e a criatividade muitas vezes expressas em novos talentos, são qualidades que sempre têm sua origem em Deus.
Qualquer pessoa que volte sua atenção para o inquebrantável relacionamento dos jovens com Deus e para as maravilhosas qualidades que provêm de Deus, acabará por abençoar os adolescentes e também os adultos.
