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Matéria de capa

DIVERTIR-SE SEM BEBER

Da edição de fevereiro de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


uns quatro anos, eu estava para tomar uma decisão que achava muito importante para minha vida. Já conhecia a Christian Science desde pequena e queria fazer parte desse movimento mundial, que se empenha em praticar a cura espiritual como Jesus exemplificou no início do Cristianismo.

Em 1998, participei de um encontro para jovens e professores universitários, chamado Pioneiros do Milênio Espiritual, n'A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston. Foi nessa reunião que entendi a importância da causa da Christian Science para o bem da humanidade e a responsabilidade de cada um de nós em apoiá-la por meio da oração. Às vezes, pensamos que uma única pessoa não faz diferença nenhuma no mundo, mas faz, sim. A Sra Eddy escreveu que “...o que abençoa um, abençoa todos” (Ciência e Saúde, p. 206). Eu entendi que, ao orar, inclusive para mim mesma, poderia ajudar a humanidade. Nessa reunião, falou-se também sobre bebida alcoólica, e a mensagem que me marcou muito foi que “o mínimo uso é abuso”. Mais tarde vi que esse é um trecho de Miscellaneous Writings, da Sra. Eddy: “A bebida alcoólica é inquestionavelmente um mal, e o mal não pode ser usado com moderação: o mínimo uso do mal é abuso, por isso, a única temperança é a total abstinência” (p. 289).

Quando voltei para o Brasil, tinha um novo objetivo. Eu havia entendido que a Christian Science não é algo só para mim, para me ajudar a obter minhas próprias curas ou resolver meus próprios problemas, mas com ela posso ajudar o mundo. Todavia, ainda não havia entendido por que a bebida alcoólica seria um empecilho para isso. Orei com mais afinco, sabendo que Deus iria esclarecer todas as minhas dúvidas e me daria forças para que eu não bebesse.

Comecei a participar das atividades da Sociedade da Christian Science no Rio de Janeiro, pois seria uma forma de ajudar a comunidade local. Uns meses depois, fui a um show de Carnaval com bandas da Bahia. Nesses shows, todo o mundo acaba bebendo muito. As pessoas acham que a bebida ajuda a ficar alegre e descontraído. Fui àquele show porque gosto muito do Carnaval e de dançar.

Era um local fechado, mas muito grande. De repente, soltaram uma bombinha que machucou seriamente a perna de uma garota. A área foi evacuada e eu vi os seguranças levando-a para fora. Naturalmente, comecei a orar, reconhecendo que Deus estava presente ali mesmo e que aquela menina, por ser Sua filha, jamais poderia estar fora do cuidado dEle. Deus, que é Amor, estava protegendo a todos nós. Daí me veio um pensamento muito reconfortante, a resposta para minhas indagações sobre o álcool. Entendi, naquele momento, que o “mínimo uso é abuso” porque precisamos estar sempre sóbrios, para poder estar alerta para qualquer situação que exija nossa ajuda.

Naquele momento, no show, por estar sóbria e alerta, pude orar para sentir a presença e o cuidado de Deus. Fui capaz de entrar em sintonia com aquilo que eu sabia ser a verdade a respeito da situação, e fiz isso com naturalidade e inteligência. Depois de meia hora, o show recomeçou e não houve mais nenhum problema até o fim da festa. Eu fiquei muito feliz, porque para mim isso foi uma resposta definitiva. Nunca mais tive vontade de beber. Fui a outros shows, a carnavais, viagens com amigos e sempre consegui me divertir sem precisar de bebida. Há pouco tempo, conversando com uma amiga, ao dizer que eu não bebo há quase quatro anos, ela comentou que eu devo ter muita autoconfiança para conseguir descontrair-me sem precisar de álcool.

Gosto muito de Carnaval, principalmente do Carnaval do nordeste, porque é uma expressão de alegria e da cultura local. E a dança, de modo geral, é uma expressão de beleza, inteligência, domínio e equilíbrio. Infelizmente, algumas pessoas aproveitam esses cinco dias para fazer tudo o que não fazem durante o resto do ano. Como as pessoas acham que, bebendo, vão atingir o máximo da alegria e vão ter a coragem de fazer coisas que não fazem durante o ano, embriagam-se, usam drogas, perdem o controle quanto ao sexo e outras questões morais. Nessa época, o índice de criminalidade aumenta e ocorrem mais acidentes. Quando eu estava na faculdade, analisamos um estudo antropológico que constatava que o Carnaval é uma inversão do cotidiano: as pessoas dormem de dia e dançam à noite; a mulher, que normalmente é uma figura recatada, se despe, enquanto o homem, figura dominante na sociedade, é representado pelo Rei Momo, que não inspira respeito.

Em minha opinião, as pessoas usam essa inversão para fazer tudo o que não fariam em outra época. E esse é um conceito limitado de alegria, um conceito limitado do bem. É como se depois do Carnaval, por não se divertirem tanto, não pudessem mais atingir o ápice da felicidade, como se a alegria e o bem se acabassem. Mas, aprendi na Christian Science que a alegria e a felicidade são espirituais, eternas, expressam a Alma, Deus, e por isso são ilimitadas, infinitas e acessíveis a todos. Deus está sempre presente e é a fonte da alegria e da felicidade. Não precisamos dos dias do Carnaval para nos divertir ao máximo, nem para sermos mais felizes.

Este trecho de Ciência e Saúde é um bom exemplo: “Um ouvido desafinado toma a dissonância por harmonia, porque não aprecia a consonância. Assim, o sentido físico, por não discernir a verdadeira felicidade do ser, coloca-a sobre uma base falsa. A Ciência corrigirá a discórdia e nos ensinará as mais doces harmonias da vida.” (p. 60). Ou seja, quando você bebe, você até pode ter coragem de fazer um monte de coisas, mas estará entrando em dissonância com a verdadeira alegria, a que é espiritual e eterna. Para onde vai essa sensação de euforia, quando passa o efeito da bebida? Na verdade, ocorre até o efeito contrário, algumas pessoas ficam depressivas quando passa o efeito do álcool.

A felicidade é espiritual e provém da Verdade e do Amor, que são outros nomes para Deus. Pensando assim, sentindo o Amor divino envolvendo-nos o tempo todo, estamos em um estado de alegria constante. E essa alegria não depende da bebida, não é efêmera, é espiritual e acessível a todos.

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