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Reflexão e entrevista

Livre-se do sentimento de culpa!

Da edição de fevereiro de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Conversamos recentemente com Richard Bergenheim, redator convidado desta revista, que há vários anos ajuda as pessoas a orar: Richard observou que muitas vezes o sentimento de culpa dessas pessoas tem de ser levado em consideração em sua busca por Deus e por cura.

Não é raro encontrar pessoas que se sentem culpadas porque pensam que não viveram à altura de suas expectativas ou porque não alcançaram um determinado objetivo. O que o senhor diria a elas?

Às vezes ficamos remoendo o passado em nosso pensamento. É como se estivéssemos assistindo a um filme, no qual uma determinada cena se repete inúmeras vezes. Em determinadas ocasiões, quando estamos nos sentindo culpados ou decepcionados com alguma coisa, ficamos sempre pensando no que ocasionou esse sentimento. Dessa forma, é impossível progredir. Podemos comparar essa situação à de um hamster colocado sobre uma roda em movimento: ele fica correndo sem parar, mas não chega a lugar nenhum.

Acho que devemos resistir às tendências de pensamento que fazem com que nos sintamos como se estivéssemos na roda, no lugar do hamster. Podemos lamentar o fato de não ter progredido mais na vida ou de não ter realizado algo que desejávamos muito. Contudo, se não mudarmos essa maneira de pensar, que nos faz ficar correndo sem sair do lugar, não encontraremos a direção espiritual capaz de nos proporcionar progresso no presente.

Certa vez, um amigo meu fez um comentário, do qual ainda me lembro. Ele disse que um ator ensaia o papel que pretende desempenhar no palco. Se “ensaiamos” pensamentos negativos sobre nós mesmos e sobre nossas realizações, estamos nos preparando para desempenhálos em nossa vida.

A firme instrução de Jesus de que devemos “nascer de novo” (ver João 3:3) me mostra a necessidade de adquirirmos uma nova noção de identidade, uma nova noção do que nos dá capacidade e nos traz oportunidades, do que nos torna talentosos, do que anima nosso ser. O processo de nascer de novo corresponde a um despertar para nosso relacionamento com Deus. Significa perceber que viemos de Deus, que temos uma vida impulsionada por Deus, que temos um propósito de vida que é estabelecido por Deus. Não há absolutamente nada que nos impeça, em qualquer período de nossa vida, de reconhecer esse fato e de iniciar o processo de renascimento. Não importa se já temos bisnetos, ou se ainda estamos cursando o ensino fundamental. A qualquer momento, podemos começar a estabelecer uma nova noção de identidade e “ensaiar”esse novo conceito, para começar a desempenhá-lo de maneira prática diariamente em nossa vida.

A culpa a que nos referimos assemelha-se a um sentimento de inadequação, que é, na verdade, um conceito errôneo de identidade. Um conceito errado sobre o que significa ser a obra de Deus, a semelhança dEle.

Mas e se a pessoa fez algo muito ruim e carrega um sentimento de culpa? Como poderá superar esse sentimento, se é que é isso o que ela deve fazer?

Nesse caso, o sentimento de culpa pode ser um passo importante para o progresso. Sem reconhecer os erros e sem perceber a dor ou o sofrimento que possamos ter causado a alguém, sem perceber que podemos ter-nos comportado mal, não há oportunidade para o progresso. Por isso, enfrentar o problema diretamente é muitíssimo importante. Não podemos, contudo, ficar presos a isso. Temos de ir adiante, o que nos leva mais uma vez à idéia de nascer de novo. Jesus disse: “...Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 4:17). O arrependimento também implica mudança na maneira de pensar.

O governo de Deus está em operação agora

O governo de Deus está presente. Seu poder de corrigir e de orientar está em operação agora, e temos a capacidade de corresponder a ele de maneira prática, tanto em pensamento quanto em comportamento.

O que o senhor diria a uma pessoa oprimida pelo sentimento de culpa devido a algum mal que ela tenha cometido no passado?

Se prejudicamos outros, temos o dever perante eles de contribuir para a restauração de sua vida. Podemos começar compreendendo que aqueles que sofreram por causa do nosso mau comportamento nunca poderiam ter sido excluídos do cuidado de Deus e que, em todos os momentos, eles sempre estiveram sob o governo de Deus, e foram cuidados por Deus. Por isso, a felicidade, a segurança e a saúde deles sempre estiveram nas mãos de Deus. Como o Apóstolo Paulo disse tão enfaticamente: “...Nada pode nos separar do amor de Deus” (ver Romanos 8:38, 39, conforme a Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Esse abnegado trabalho de oração, voltado para os outros, redime e é uma prova de que estamos correspondendo ao poder de Deus. Estamos pensando menos em nós mesmos e mais em Deus. Dessa forma, a natureza de Deus age em nós livremente, fazendo com que nossa vida nos torne mais semelhantes a Deus.

Ás vezes as pessoas se sentem culpadas por estarem doentes ou incapacitadas.

O que eu vou dizer pode parecer um pouco cruel, mas não é essa a intenção. Numa situação como essa, freqüentemente estamos lidando com um sentimento de egocentrismo. A pessoa fica tão absorvida no problema que, ou não presta atenção às idéias que vêm de Deus, ou as ignora. A influência curativa de Deus se apresenta ao nosso pensamento a todo instante.

Em vez de entreter pensamentos que nos enfraquecem como “Que fardo eu sou!” ou “O que há de errado comigo que não consigo me sair melhor?” podemos nos conscientizar de que já ouvimos o bastante do inimigo. E de que, neste exato momento, há uma mensagem divina, vinda de Deus, dirigindo-se a nós. Trata-se do Cristo que salva e cura, a voz da Verdade. Deus está nos apresentando fatos vivificantes e curativos sobre nossa identidade, sobre nossa condição física e sobre nossa natureza. Se prestarmos atenção a esses fatos, concentrando-nos neles e apegando-nos a eles com toda a nossa força e capacidade, o desconforto e a incapacidade começarão a ceder. E a realidade de que nossa natureza é tão boa quanto o Deus que nos criou, e é mantida por Ele, torna-se cada vez mais real para nós. E, assim, a cada dia teremos provas concretas de nossa inteireza.

Como podemos fazer isso?

Eu acho que vou inverter a pergunta e fazer uma outra: “Por que razão eu continuaria entretendo pensamentos que prolongam a doença, o desânimo ou qualquer outro problema que precisa ser eliminado?” Mary Baker Eddy escreveu a respeito da cura física por meio da Christian Science como “o sinal de Emanuel, ou 'Deus conosco,' — uma influência divina, sempre presente na consciência humana” (Ciência e Saúde, p. xi). Essa influência divina, ou Cristo, essa revelação da vontade de Deus para nós, destrói os sintomas da doença. Destrói a fraqueza. Conduz-nos de volta à luz solar da saúde, da harmonia e da boa vontade. Será que existe alguém que não goste de fazer isso?

Conheço pais que se sentem tremendamente culpados porque a vida de seus filhos não seguiu o rumo que eles desejavam. Ou talvez porque exista uma doença hereditária ou porque houve problemas de comportamento. A sensação de culpa que os pais geralmente sentem nesses casos parece, às vezes, não ter consolo, porque existe um sentimento de responsabilidade pessoal, que se mistura com a autocondenação. Para mim, isso mostra que os ensinamentos de Jesus são práticos e que há um grande amor neles, porque nos mostram que existem soluções, e não problemas que duram a vida toda.

Essa espécie de culpa origina-se fundamentalmente ao acreditar que o mal, sob alguma forma, é permanente e incurável. Nem sempre percebemos a enorme promessa que está incluída no conceito de nascer de novo, de adquirir uma nova noção sobre nossa origem, sobre o que faz com que sejamos o que somos, sobre o que nos define. Os ensinamentos de Jesus nos dizem que não somos definidos de uma forma mortal. Que nosso desenvolvimento não é determinado pela matéria, pela genética, pelas circunstâncias sociais ou pelas circunstâncias econômicas. Somos definidos por Deus. Não há nada mais gratificante do que analisar o que isso significa.

Se a idéia de nascer de novo tocar nosso coração de verdade, compreenderemos que ela encerra a mais extraordinária promessa e uma enorme dádiva. Perceberemos que podemos nos libertar de interpretações limitadas e infelizes a nosso respeito. Podemos descobrir o que significa ser a idéia de Deus. Paulo disse: “...todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem...” (2 Cor. 3:18). A disposição de ponderar sobre isso e de viver dessa maneira fará com que a pessoa se livre do sentimento de culpa em que se sentir mergulhada. É muito difícil andar quando nossos pés estão mergulhados em alguma coisa. A vereda espiritual que nos leva ao novo nascimento, em que adquirimos uma noção totalmente diferente da origem, um conceito totalmente diferente da ação do poder espiritual na vida das pessoas, faz com que andemos em solo firme.

Alguém poderá dizer: “Espere aí, vamos encarar a realidade! Eu não vou conseguir superar um determinado problema.”

É verdade, mas podemos inverter essa afirmação e dizer: “Claro, vamos encarar a realidade! E vamos deixar de ensaiar em nosso pensamento aquilo que odiamos desempenhar em nossa vida.” O roteiro de nossa vida precisa ser escrito novamente e deve seguir o modelo divino. Isso é que é real e nós podemos, sem dúvida, constatar isso em nossa vida. Livre!

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