É um erro acreditar que a sabedoria e a inteligência se originem em nós mesmos pois, ao pensar assim, excluímos Deus do cenário. A inteligência vem dEle. E, uma vez que a inteligência é uma qualidade de Deus, da Mente que tudo sabe, ela é tão ilimitada quanto Ele. Por sermos criados à imagem de Deus, nossa inteligência não é limitada por nenhuma circunstância em que possamos nos encontrar. Podemos esperar resolver mesmo os problemas mais difíceis com a ajuda divina. “O Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento”, nos promete a Bíblia (Prov. 2:6).
Certo dia, ao orar pela manhã, eu quis entender com mais clareza o que a inteligência é, uma qualidade da Mente divina, algo que todos nós temos. Que não é algo que certas pessoas têm mais do que outras. Orei, ponderando sobre esta idéia de Ciência e Saúde: “A compreensão crística acerca do ser científico e da cura divina inclui um Princípio perfeito e uma idéia perfeita — Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração” (p. 259). Pedi a Deus que me fizesse compreender que cada um de nós foi criado com inteligência, capacidade e amor.
Nessa época eu participava da diretoria de uma empresa que estava vendendo uma grande propriedade. Havíamos concordado em aceitar uma oferta por esse imóvel e já estávamos para assinar o contrato. No mesmo dia em que eu havia orado sobre inteligência, passei pela imobiliária na parte da tarde para assiná-lo. Não cheguei a ler o documento, pois o corretor me disse que já o havia lido e que estava tudo em ordem. Ele me entregou uma cópia do documento e fui para casa.
A transação era complexa, porque o comprador era uma construtora. Eles haviam solicitado um prazo longo para o pagamento, e nós havíamos concordado com isso. Em troca, tínhamos solicitado quatro pagamentos, em datas específicas. Era necessário incluir esses detalhes no contrato.
Depois do jantar, tive uma intuição de que deveria ler o contrato. Intuições como essas são, na verdade, pensamentos de Deus. Deus nos orienta através dos pensamentos que Ele nos envia. Eu não sabia por que deveria ler o documento, mas havia aprendido a prestar atenção às intuições espirituais.
Li a primeira página. Havia um parágrafo com muitas informações sobre o valor dos pagamentos e as datas em que deveriam ser feitos. À medida que eu lia, sentia instintivamente que havia algo errado, embora não pudesse identificar exatamente o que era.
Decidi telefonar para o diretorpresidente de nossa empresa, que também estava com uma cópia do contrato. Disse-lhe que me parecia que havia algo errado no primeiro parágrafo, mas eu não tinha muita certeza. Ele respondeu que para ele parecia que estava tudo em ordem. Então, fiquei tranqüila.
Porém, alguns minutos depois de ter desligado o telefone, tive a forte intuição de ler o documento novamente. Dessa vez, enquanto lia, a idéia contida naquele parágrafo veio à luz com toda a clareza. Compreendi perfeitamente o que estava escrito. Percebi, então, que o parágrafo e, conseqüentemente, os termos do contrato, estavam errados. Eles não estavam de acordo com o que nossa empresa e a construtora haviam combinado ao definir os termos da compra do imóvel.
Telefonei novamente para o diretor-presidente. Desta vez eu pude explicar claramente por que o documento estava errado, e ele entendeu. A seguir, telefonei para o corretor e expliquei tudo a ele. Ele também compreendeu e disse-me que iria refazer o contrato. O documento foi reescrito e não houve mais problemas.
A oração que eu havia feito naquele dia pela manhã havia sido um reconhecimento de que a inteligência vem de Deus e é expressa de forma perfeita por Sua criação. Tanto a intuição correta quanto a compreensão clara são aspectos da inteligência. Quando orei, tornei-me mais receptiva à intuição e à compreensão que Deus dá a todos nós a todo instante. Eu também reconheci que a inteligência expressa o amor de Deus, pois as necessidades das várias partes foram bem atendidas e de maneira justa.
S. Paulo escreve: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha” (Filipenses 2:5, conforme a Nova Tradução na Linguagem de Hoje). O pensamento que rejeita as idéias que Deus nos dá é materialista, incerto, receoso, confuso e desanimado. Por isso, precisamos esforçarnos para ter “o mesmo modo de pensar do Cristo”, ou seja, para reconhecer que Deus é inteligência e nos dá a inteligência, para ouvir a Sua orientação. Essa é a maneira segura para conseguirmos solucionar os problemas que todos enfrentamos.
