Foi porque preferi manter boas relações com o vizinho, que eu deixei a árvore onde estava. Tudo indicava que ela estava morta e até parecia um espectro.
Quase a derrubei um dia. “Se eu lhe der um bom empurrão, acho que ela cai”, pensei. Mas aí encontrei meu vizinho. “Adoro olhar os passarinhos que pousam nessa árvore”, disse ele, “passo horas olhando para eles”. De repente, vi que teria de tomar uma decisão: derrubar a árvore ou manter boas relações com meu vizinho. Portanto, a velha árvore permaneceu de pépor muitos e muitos anos, aparentemente morta e desolada. Só o vizinho e os passarinhos pareciam apreciá-la.
Então, numa primavera, notei que algumas pequeninas folhas começaram a aparecer. Em pouco tempo, a árvore estava coberta de viçosas folhas novas. Ela estava completamente viva e saudável. Eu nunca imaginara que isso pudesse acontecer. Havia considerado a árvore irrecuperável. Isso me fez pensar sobre a minha vida. Será que não há uma parte dela que eu estou considerando irrecuperável? Será que há certas limitações, que tolero, por achar que são o resultado de acontecimentos ou decisões do passado?
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