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O Passado e o futuro da igreja fundada por Mary Baker Eddy

No próximo mês: A pedra angular do sistema de educação espiritual de Mary Baker Eddy — o Curso Primário de Christian Science.

Restaurando e levando adiante a cura cristã

Da edição de maio de 2004 dO Arauto da Ciência Cristã


O PASSADO

Na América da década de 1870, as perspectivas para uma mulher ter uma carreira importante, fora do lar, eram ínfimas. Mas, para Julia Bartlett, até mesmo salvar a própria vida parecia desalentador.

Quando Julia, a mais velha de seis irmãos, tinha dezesseis anos, seus pais faleceram. Mais tarde, ela adoeceu e permaneceu inválida por sete anos. Em suas reminiscências, Julia relata ter recebido o melhor tratamento que os médicos poderiam lhe proporcionar, mas, não obteve melhora. Ela disse a amigos que estava "esperando encontrar algo que a curasse, mas que fosse diferente dos remédios materiais". Ela acreditava que "existia uma verdade além do que sabia ou tinha conseguido encontrar, e cada vez mais crescia o anseio e a busca dessa verdade, na tentativa de encontrá-la" (Reminiscências de Julia S. Bartlett, The Mary Baker Eddy Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade).

Em 1880, por intermédio de um amigo, Julia tomou conhecimento da Christian Science e do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, e do sistema de cura cristã, explanado nesse livro. Também começou a receber tratamento, baseado em oração, de Asa Gilbert Eddy, marido da autora e a primeira pessoa a se anunciar como um "Cientista Cristão". O Sr. e a Sra. Eddy viviam em Boston; Julia vivia perto de Hartford, no estado de Connecticut, EUA.

Desejo de ajudar os outros

A oração de Asa Eddy foi decisiva. "Senti-me como alguém que fora solto da prisão", escreveu Julia, mais tarde. Muitos doentes teriam ficado impressionados se, de repente, ficassem saudáveis. Entretanto, logo depois, continuariam a tocar sua vida. Mas não Julia Bartlett: "...meu único desejo, acima de tudo, era ver e conhecer aquela através da qual todo esse grande bem tinha vindo ao mundo, assim como receber dela o ensinamento da verdade, para que eu pudesse ajudar outras pessoas" (Reminiscências de Julia S. Bartlett, The Mary Baker Eddy Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade).

Como alguém que estivera em busca da verdade, ela havia encontrado a própria vida e seu propósito nessa vida, bem como uma carreira dedicada a ajudar outros a encontrar a saúde e o bem-estar. O livro de Mary Baker Eddy havia encontrado uma leitora determinada. Imediatamente Bartlett lançou seu olhar para muito além de sua própria cura, ou seja, para o potencial que Ciência e Saúde representava como um livro-texto para sanadores cristãos. Conforme observou Gillian Gill, que recentemente escreveu uma biografia da Sra. Eddy: "A meta de Mary Baker Eddy, desde o início, era treinar sanadores por meio de suas palavras e escritos, e concentrar suas energias bem como utilizar seu tempo para difundir, o mais amplamente possível, a mensagem de cura" (Gillian Gill, Mary Baker Eddy [Reading, Massachusetts: Perseus Books, 1998] pp. 403-404). A Sra. Eddy desejava ardentemente ver "a prática e imediata invocação e demonstração da perfeição eterna de Deus manifestada no homem, Sua imagem, não a transitória e imperfeita influência de uma mente humana sobre outra" (Ibidem, p. 208).

"Nosso Pai está presente em todo lugar", escreveu a Sra. Eddy a um estudante, "a Sua presença e o Seu poder curam. Não é o poder de uma mente sobre a outra, não é a transferência de pensamentos mortais que curam, mas sim a Verdade divina que nos liberta.

...se quiseres prosperar ao máximo, divulga a obra Ciência e Saúde; todos os que fazem isso estão prosperando. Pōe-no nas mãos de cada paciente" (L07907, Mary Baker Eddy para George B. Wickersham, 19 de março de 1885, The Mary Baker Eddy Collection).

A demanda pela cura

Como ocorria com a própria prática de Mary Baker Eddy, os casos que apareciam para os estudantes do livro que ela escrevera, muitas vezes haviam sido anteriormente abandonados pelos médicos. Os prognósticos eram: "sem esperança", "incurável", "invalidez para o resto da vida". Em alguns casos, pessoas eram encaminhadas aos sanadores da Christian Science pelos médicos, os quais haviam ouvido falar dos bons resultados dessa nova forma de tratamento pela oração. E os pacientes, na maior parte das vezes, não sabiam nada sobre a Christian Science, além dessas duas palavras. A demanda pela cura por parte do público não permitia aos novatos, como Julia Bartlett, que fossem Cientistas Cristãos por muito tempo, antes de se iniciarem na prática pública como sanadores. Eles desejavam ajudar os sofredores, tinham certeza da cura espiritual e abraçavam integralmente essa nova forma de responder ao chamado de Jesus de amar uns aos outros.

Em torno de 1882, Julia Bartlett estava atendendo a 30 pacientes por dia. Em 1884, durante uma visita de 11 dias a Littleton, no estado de New Hampshire, ela relembra: "Eu atendia e dava tratamento a setenta pacientes por dia, meu trabalho se estendia noite adentro e embora só conseguisse dedicar alguns minutos a cada um, a maioria se curava rapidamente... Então, mandei um telegrama a Boston pedindo ajuda, mas não encontrei ninguém que pudesse vir" (Reminiscências de Julia S. Bartlett, The Mary Baker Eddy Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade).

As orações de Jesus haviam curado pessoas instantaneamente, no próprio local ou à distância. Mary Baker Eddy seguia, conscientemente, o exemplo dele na cura de pacientes. Uma aluna se lembra de ela ter dito durante uma entrevista particular: "Não te dês por satisfeita até que consigas curar em um ou até em três tratamentos. Eu raramente dava mais do que um" (Reminiscências de Nemi Robertson, The Mary Baker Collection). Em uma resposta a Ira e Flavia Knapp, a Sra. Eddy recomendou a eles, insistentemente, que orassem com vigor pelo sucesso de suas práticas: "Nega com toda ousadia que tu não possas curar, pois admitir isso significa desonrar a Deus, porque é Ele quem cura, atua através de nós, e nós temos de ver que refletimos o poder divino." Na mesma carta, ela insistiu para que a Sra. Knapp cobrasse pelos casos que curava "pois o trabalhador nesta causa é digno de seu salário e Deus te empregou e Ele certamente vai te pagar" (L03374, Mary Baker Eddy para Ira e Flavia Knapp, 28 de janeiro de 1885, The Mary Baker Eddy Collection).

Um corpo de praticistas

Um ano antes de Julia Bartlett ter descoberto a "verdade além" daquilo que ela conhecera anteriormente, Mary Baker Eddy e um pequeno grupo de seguidores haviam votado a resolução de "Organizar uma igreja destinada a comemorar a palavra e as obras de nosso Mestre, à qual cumpre restabelecer o cristianismo primitivo e seu elemento de cura, que se havia perdido" (Manual da Igreja, p. 17). Mary Baker Eddy havia descoberto a Ciência do Espírito divino e da espiritualidade. Ciência e Saúde menciona que essa Ciência era o Consolador que Jesus havia prometido. Mas, uma ciência prospera somente à medida que acolhe diversos praticantes ou praticistas. Na sua descoberta, a autora criou uma estrutura para tornar a mensagem disponível e acessível às comunidades em todo o mundo.

Excerto de uma carta para Julia Bartlett de Mary Baker Eddy, 29 de outubro de 1880

Não te esqueças de ser forte na consciência clara de que és capaz de curar e de que nenhuma mente contrária pode te enfraquecer, nem por um momento, por meio do medo ou da falta de confiança em teu poder, ou melhor dizendo, tua compreensão.

Lembra-te de que Deus, a Verdade, é o sanador, o bálsamo de Gileade e nosso único Médico, que nunca pode deixar de estar à altura de qualquer situação.

No inicio encontrarás casos que parecerão desafiadores, mas tudo é mente, eles cedem por fim da mesma forma que uma maldade ou inveja acalentada; esses casos se curvam finalmente ante a Verdade e esse é o fim deles. Algumas pessoas cedem mais lentamente, se for uma questão moral que as está separando da luz que destrói as trevas; para tais pessoas usa os argumentos que atingem o alvo e isso destruirá a doença.

 

Afinal de contas, o Consolador não havia vindo para tornar a vida humana confortável de. ..forma materialista. Jesus disse: "o Consolador vos ensinará todas as cousas" (João 14:26). A expressão "todas as cousas", inclui as leis espirituais da cura que Jesus praticava e ensinava. Ciência e Saúde foi publicado em 1875, mas, mesmo antes que houvesse um livro destinado a reviver a cura cristã, Mary Baker Eddy estava ajudando outros a aprender e a curar espiritualmente. "Já em 1862, [a Sra. Eddy] começara a escrever e dar a amigos os resultados do seu estudo das Escrituras..." Ela descreveu a Bíblia como sua "única professora" (Ciência e Saúde, p.viii).

Seu desejo de sistematizar, ensinar e disseminar a cura cristã, distingue Mary Baker Eddy dos demais líderes religiosos. Conforme o historiador Frank Darling observou, o reformador alemão Martin Luther curou seu colaborador Philip Melanchthon, por intermédio da fé e da oração. Os fundadores da Sociedade de Amigos (os Quáqueres), George Fox, e do Metodismo, John Wesley, também curavam pessoas na Inglaterra e nas colônias americanas. Todavia Darling explica que a cura espiritual "não se tornou parte integrante dos ensinamentos e da prática de nenhuma igreja cristã antes dos séculos XIX e XX" (Frank C. Darling, Christian Healing in the Middle Ages and Beyond [Boulder, Colorado: Vista Publications, 1990], p. 183), o que só aconteceria com o advento da Igreja fundada por Mary Baker Eddy. Ela considerava a cura baseada na oração como tão fundamental para a religião, que certa vez cogitou tornar o registro de êxitos obtidos na cura, como um dos requisitos para a filiação na igreja.

Cada componente educacional que Mary Baker Eddy introduziu em sua Igreja, tinha o propósito de formar um corpo de praticistas: o estudo individual das Lições Bíblicas semanais (encontradas no Livrete Trimestral da Christian Science); a Faculdade de Metafísica de Massachusetts que ela fundou e na qual serviu como professora; a cláusula permitindo que qualquer um (membros da lgreja ou outros interessados) pudesse estudar o método de cura da Christian Science com um professor diplomado e até uma Escola Dominical que ensina a Bíblia como a fonte inspiradora para a cura. Entre todos esses elementos, o Curso Primário de Christian Science é a pedra angular e o multiplicador. Nesse curso, os alunos pesquisam intensamente o sistema de cura de Mary Baker Eddy. Posteriormente, eles continuam a levar adiante essa instrução, com o estudo e a prática independentes e diários. Mais de um século depois, o Curso Primário ainda é um compromisso arrojado para restaurar e incorporar a cura cristã.

"O bem que podemos fazer"

Mary Baker Eddy escreveu ou ditou milhares de cartas durante as décadas de 1880 e 1890. Alunos e leitores de Ciência e Saúde escreviam para relatar como estavam colocando em prática os ensinamentos do livro e pedir conselhos à autora. Uma resposta para um aluno sintetiza suas esperanças para todos os que encontraram seu livro:

"Se eu apenas tiver terra tão boa como tua mente, ao semear a boa semente, a colheita será certa. Sou grata mais do que as palavras podem expressar pela boa colheita que ceifaste de meus pobres esforços. O que todo o meu ser dá a meus queridos alunos! A vida não tem para mim nenhuma outra finalidade, a não ser o bem que podemos fazer."

"Tua consciência da Verdade curou instantaneamente. Vês assim que é falha nossa não estarmos mais plenamente conscientes da compreensão de Deus, o bem, e assim refletir essa verdadeira consciência" (L12804, Mary Baker Eddy para Caroline Frame, 1° de maio de 1888, The Mary Baker Eddy Collection).

Era a compreensão da supremacia e da totalidade de Deus o que realmente produzia a cura, mas o papel do praticista não devia ser de caráter passivo. Era preciso investir diariamente no crescimento espiritual, a fim de ser uma transparência para o Cristo, a mensagem de Deus para a humanidade. A Sra. Eddy repetidamente recomendava a introspecção. Para o seu aluno, Joshua Bailey, ela escreveu: "Examina teu coração diariamente e vê se está correto aos olhos da Verdade e Amor divinos, e se houver ali um único pecado ou semente do ego humano e de desonestidade, luta o dia todo e a noite toda até que a luz surja e a vitória seja ganha. 'Eis que desponta a luz da manhã' " (L10705, Mary Baker Eddy para Joshua Bailey, 2 de novembro de 1889, The Mary Baker Eddy Collection).

Bailey foi convidado a tomar notas durante o Curso Normal de 1889, dado pela Sra. Eddy, curso esse que tinha o objetivo de preparar praticistas da Christian Science para ensinar como curar. Aparentemente, alguns praticistas haviam se queixado de que seus pacientes não estavam fazendo a parte deles no processo de produzir a cura. Bailey registrou a resposta brusca e direta da Sra. Eddy: "Quando o aluno não cura, a falha é dele próprio. Estou farta de ouvir um aluno pedir a seu paciente que trabalhe, quando este tem problemas até as orelhas. Não peças nada ao teu paciente. Mostra-lhe tua Ciência e, quando ele estiver curado, fará seu trabalho" (A10273, Joshua Bailey, anotações do Curso Normal de maio de 1889 de Mary Baker Eddy, The Mary Baker Eddy Collection). Além disso, em um sermão sobre fé, ela foi firme: "Eu tenho tamanha fé na Onipotência, que não peço ao paciente para crer nela." Em outra ocasião, ela disse em seu sermão, que Deus, o Amor divino, "tem mais solidez do que a rocha" (A10383, Calvin Frye, anotações para o sermão de Mary Baker Eddy do dia 11 de fevereiro de 1883, The Mary Baker Eddy Collection).

Encontrei a Verdade que cura, irei para onde for chamado

James Neal foi talhado daquela rocha — e impelido por um amor além dos limites da espécie humana. Era jovem, caixa em um banco no estado do Kansas, interessado em coisas sérias e espirituais. Neal tomou conhecimento da Christian Science, quando a esposa do gerente do banco foi curada pelas orações de uma praticista. Neal imediatamente encomendou 12 exemplares de Ciência e Saúde, "pensando nos outros que iriam precisar dele, minha família, etc." Entretanto, antes que os livros chegassem, através da leitura de um exemplar do The Christian Science Journal e da conversa com uma praticista, ele havia "aprendido o bastante... para aceitar um caso que precisava de cura", e curou o irmão de seu patrão, que "estava bastante mal e sofrendo" (Reminiscências de James Neal, The Mary Baker Eddy Collection).

Neal viajava para onde quer que sua presença fosse necessária. Seu escritório era um quarto de hotel. Sua prática cresceu por intermédio da publicidade boca a boca. Isso resultou em novos praticistas, atraídos pelo seu exemplo. "Pouco tempo depois de chegar em Salina [estado do Kansas], curei um pastor que sofria de tuberculose. Ele veio para a Ciência e foi mais ou menos ativo na prática por muitos anos..." (Ibidem). Durante sua estada ali, ele curou um paciente de cegueira total, um cego de um olho, um caso de câncer e uma mulher que sofria de seqüelas de parto.

Depois de participar em uma classe de Mary Baker Eddy em 1889, Neal foi convidado por um companheiro de classe, a acompanhá-lo até sua casa em Piqua, no estado de Ohio. Neal permaneceu em Piqua por um ano, curou uma vasta gama de doenças e vendeu mais de 300 exemplares de Ciência e Saúde a seus pacientes. O livro se tornara não somente o médico dos pacientes, como sua autora havia prometido, mas ele os ensinava a ajudar e a curar os outros.

"Um verdadeiro Sanador científico", a Sra. Eddy escreveu, em 1897, a James Neal, "é a posição mais alta que se possa alcançar nesta esfera do ser. Sua posição está muito acima de ser Professor ou pregador; ela inclui tudo o que é divinamente elevado e sagrado" (L03524, Mary Baker Eddy para James Neal, 29 de janeiro de 1897, The Mary Baker Eddy Collection).

Prática sem fronteiras

No final daquele mesmo ano, Frances Thurber Seal viajou para a Alemanha. Embora ela não falasse nada de alemão, segundo ela própria admitiu: "não conhecer quase nada de Christian Science ainda... nem como dar um tratamento" e, não obstante, não tivesse dinheiro para viajar, Seal confiava em que Deus mostraria a ela como iniciar a atividade sanadora (Frances Thurber Seal, Christian Science in Germany [Philadelphia: John C. Winston Co., 1931], p. 15). O pedido para levar os ensinamentos de Ciência e Saúde para a Europa partiu da professora de Christian Science de Seal, Laura Lathrop.

O pequeno livro de Seal, Christian Science in Germany (A Christian Science na Alemanha), é redigido como uma espécie de Atos dos Apóstolos dos dias de hoje — o qual inclui uma violenta tempestade em alto mar e curas que começam logo após sua chegada em Dresden. Além disso, no espírito da resposta de Paulo ao chamado para ir à Macedõnia, Seal respondeu a um pedido da Noruega. Um clérigo lhe solicitara que fosse e curasse uma mulher com câncer no útero em estado avançado. Dois anos depois, a mulher deu à luz um filho.

Igrejas foram organizadas em Dresden e Berlim em 1900, mas Seal constatou que seriam necessários novos sanadores: "...cada pessoa que tivesse entendido um grão da Verdade," escreveu ela, "era impelida para essa atividade." "...A demanda parecia crescer muito mais rapidamente do que o número de obreiros, e era necessário que todos tomassem parte ativa no serviço de Deus" (Ibidem).

Suficiente para estas cousas?

Muitos alunos novos se perguntavam se ele ou ela teria a capacidade — a coragem e a pureza espirituais — para curar pessoas com rapidez e de forma consistente. Sanadores como Bartlett, Neal e Seal, tiveram seus desafios, também. Mary Baker Eddy atendia a essa necessidade de seus alunos com um fluxo constante de incentivo. Para Malinda Lancaster, ela escreveu: "Não é de se estranhar que sintas: 'quem... é suficiente para estas cousas?' Mas deves lembrar que nosso Pai celestial não exige de nós mais do que podemos fazer. Cada vitória sobre o ego e sobre a doença te fortalece para o embate seguinte, e assim por diante, até que possas dizer como o Apóstolo: 'Combati o bom combate.' Jamais conheceremos nossa força até que ela tenha sido posta à prova, e aí a força dEle se manifesta de maneira perfeita em nossa fraqueza e nós aprendemos com humildade o poder da Verdade e Amor divinos" (L04529, Mary Baker Eddy para Malinda J. Lancaster, 8 de outubro de 1886, The Mary Baker Eddy Collection).

PERSPECTIVA PARA O FUTURO

Ao conversar com os praticistas da Christian Science de hoje, o que você descobre? Quando e por que eles começaram a curar pessoas? O que mantém a prática que eles exercem sempre nova, eficaz e viva, com o mesmo espírito ardente, com curas que faziam arder o coração dos sanadores antigos e o dos sanadores do final do século XIX e início do século XX? Quais as idéias que fazem a conexão desses sanadores com o passado e com o futuro? Aqui está uma pequena amostra das respostas de praticistas do mundo todo.

Hora de começar

"Comecei curando pessoas imediatamente", diz António Gonga, um sanador da Christian Science, que vive em Luanda, Angola. "Li alguns testemunhos no Arauto em francês, no Congo. Aprendi que Jesus usava as leis de seu Pai, e, que ao falar sobre o Pai, ele queria dizer o Pai de todos. Portanto, é uma lei que eu posso usar, também." Todos podem usar essa lei, diz Gonga, cujas declarações cadenciadas são freqüentemente entremeadas com um belo sorriso.

ESPAÇO E TEMPO

Um mundo interligado torna a cura espiritual disponível instantaneamente

Novas tecnologias proporcionam, simultaneamente, meios de expandir o universo de possibilidades e de aproximar o mundo, por meio da interação humana. A cura espiritual — em qualquer época — sempre teve a velocidade do pensamento. O espaço e o tempo não são obstáculos, limitações ou fatores que possam interferir na capacidade do poder espiritual de penetrar as trevas mentais e trazer consolo, alívio e cura, instantaneamente. Mas, quando alguém opta por pedir ajuda a um praticista da Christian Science, hoje em dia, o intervalo de tempo entre sua decisão de solicitar ajuda e a decisão, da parte do sanador, de atendê-lo, é bem diferente do que costumava ser no século XIX. Embora os números de telefone dos praticistas sejam incluídos na lista de endereços do Journal desde 1902, na época da Sra. Eddy, pedidos urgentes de ajuda eram, freqüentemente, entregues via correio, por mensageiro, telegrama ou pessoalmente e, algumas vezes, acarretavam atrasos. Hoje, pedir ajuda a um praticista, requer, na maioria das vezes, apenas uma ligação telefônica ou de celular, o envio de um e-mail ou de um fax. Mais do que nunca, espaço e tempo não constituem nenhuma barreira para que alguém com problemas obtenha ajuda espiritual.

Dois anos mais tarde, em 1988, Gonga recebeu instrução em classe e, em 1992, ele se anunciou como praticista no Arauto. Mas ele não esperou dar nenhum desses passos importantes para começar a curar. Energizado pela leitura de Ciência e Saúde, começou a curar imediatamente. As pessoas vinham até sua casa para lhe fazer perguntas. Também ligavam pedindo ajuda. E ele as curava.

"Curar, curar, curar. Curar é o dever de todas as pessoas. Essa é a mensagem da Bíblia", diz Gonga. "Meu dever é colocar o óleo em suas candeias, porque a doença é trevas e Deus é luz". Além disso, Deus, e não o praticista, é a fonte da cura.

Ted Savchenko, de Toronto, Canadá, começou a curar outras pessoas imediatamente, também. "Eu era apenas um leitor de Ciência e Saúde novato e inexperiente. Não tinha nenhum conhecimento sobre qualquer igreja, movimento, periódicos ou Lições Bíblicas. Tudo o que tinha era o livro que adquirira na Sala de Leitura." Isso era tudo o que ele necessitava. Em 1998, ele foi curado pela leitura do livro.

"Compreendi que esse não era um livro comum, era um livro excepcional", explica Savchenko, que, na época, era neurologista, com uma biblioteca médica pessoal de aproximadamente 20.000 livros. Ele havia lido a maioria deles. Entretanto, nenhum deles, não importa quão intensamente ele o tivesse estudado, produziu o efeito que Savchenko sentiu como resultado de um breve encontro com Ciência e Saúde.

"Eu sofria de febre do feno. Por ocasião da primavera, durante 12 anos, não havia conseguido respirar ou falar normalmente," ele relata. "Havia me submetido a todo tipo de tratamento disponivel, tanto na medicina convencional como na não-convencional, mas não encontrei solução. Mantinha a alergia sob controle durante os outros nove meses do ano. Entretanto, após duas horas de leitura do livro, a febre se foi. Para sempre."

Savchenko ficou perplexo. Ele havia "captado a idéia de que não há nenhuma obrigação de sofrer", bem como compreendeu que algo muito poderoso havia acontecido, como resultado da leitura. Ele começou a curar outras pessoas logo depois disso. Elas também não tinham nenhuma obrigação de sofrer. Ele recebeu instrução em classe em 2000, começou a curar pessoas regularmente e está na expectativa de logo anunciar-se no The Christian Science Journal. Como diz Savchenko: "Troquei minha biblioteca inteira por um livro". Um livro que cura.

Os exemplos dos primeiros sanadores da Christian Science foram muito importantes para Curt Wahlberg, de Bensalem, próximo de Filadélfia, estado da Pensilvânia. Ele leu várias biografias sobre Mary Baker Eddy. Elas o inspiraram a fazer o Curso Primário de Christian Science para aprender como curar. "Em We knew Mary Baker Eddy", explica Wahlberg, "Julia Bartlett diz: 'Após o curso, a Sra. Eddy aconselhou-me a ir para casa no estado de Connecticut e adquirir um pouco de experiência em curar, o que fiz' (Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy [Boston: The Christian Science Publishing Society, 1986] p.7). Eu também iniciei imediatamente minha prática. Para mim, não havia nenhuma diferença entre os últimos dois séculos, o de 1800 e o de 1900. Não surgiria um dia mágico quando, de alguma maneira, entrar na prática da cura seria mais fácil. Sob meu ponto de vista, Julia Bartlett e eu éramos ambos alunos da descoberta atemporal da Sra. Eddy."

Mas nem todos começam imediatamente. O tempo mais adequado depende da pessoa. Para Yoshikazu Hoshimi, de Kawasaki, Japão, levou 53 anos. Apresentado à Christian Science por um amigo americano que lhe dera um exemplar de Ciência e Saúde após a II Guerra Mundial, Hoshimi finalmente compreendeu que o que havia sentido em sua vida fora tão precioso que desejava compartilhá-lo. Desde que passou a anunciar-se no Journal, em 1998, já realizou diversas curas, inclusive uma de um caso de câncer.

"O ponto número um", diz Hoshimi, "é amar nosso Pai-Mãe e as outras pessoas, de todo nosso coração. Essa é a chave para se ter êxito na cura. O amor puro de Deus, iluminando a consciência humana, dispersa toda a escuridão e a miséria humanas. Essa é a luz do Cristo."

Uma prestação de serviço profissional — confiável, universal e auto-sustentável [que provê suas próprias necessidades]

Susan Cobb, de San Clemente, estado da Califórnia, cogitou a possibilidade de curar outras pessoas por mais de 20 anos. Finalmente, seu trabalho voluntário na capelania do sistema penitenciário local, "empurrou-a" para a prática pública. Ela compreendeu que "ninguém precisa ser perfeito para ser curado — ou para curar os outros", e que era correto ganhar a vida "fazendo, em tempo integral, aquilo que mais gostava". Mary Baker Eddy esperava que os praticistas pudessem sustentar-se a si mesmos e às suas famílias, através de sua prática de cura, diz Cobb. "Eles publicavam anúncios na mídia local e impunham respeito pelo seu profissionalismo e pelos resultados tangíveis que advinham de seu trabalho. Eles cobravam honorários profissionais, também, de acordo com o que a Sra. Eddy estipulou: 'Os praticistas da Christian Science deveriam estabelecer honorários pelos tratamentos, no mesmo nível dos honorários de médicos que gozem de boa reputação em suas respectivas localidades' " (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 237).

O volume de trabalho na prática de Cobb, como na de muitos outros praticistas em tempo integral, inclusive na de Marta Greenwood, em Londres, varia de tamanho. Diz Greenwood: "As pessoas de todas as religiões e camadas sociais me procuram para tratamento pela Christian Science. Atendo muitos terapeutas que estão confiando na Christian Science como método de cura e, como resultado, estão apresentando Ciência e Saúde aos pacientes deles. As pessoas me procuram porque acham que, com a Christian Science, elas obtêm respostas e também porque é um método de cura confiável e que funciona."

Greenwood diz que entende a razão pela qual a Sra. Eddy instava seus alunos a estabelecer sua prática pública em cidades grandes (Ver Retrospecção e Introspecção, p. 82). "O interesse por espiritualidade em Londres está se espalhando por toda parte. A cidade está cheia de pessoas em busca de espiritualidade." Além disso, há um fluxo interminável de chamadas pedindo ajuda.

Que tipo de casos ela recebe? "Problemas relacionados com o estresse, insegurança financeira, problemas familiares e de relacionamento. Percebo também que muitos vêm porque a via médica não lhes ofereceu soluções."

O mesmo acontece com Wahlberg. "As pessoas geralmente me procuram porque não conseguem seguir em frente. Física ou mentalmente, elas se sentem debilitadas. Ao mesmo tempo, têm problemas de carreira e de renda." Como muitos, Wahlberg anuncia o número de seu telefone celular no Journal e recebe chamadas "quase a toda hora e em qualquer lugar".

"O mundo mudou muito desde que aqueles primeiros sanadores deram início à sua prática, de forma mais pública", ele pondera. "Mas a prática envolve amar o nosso próximo, curando-o e ganhando nosso honesto pão por fazer isso. Os primeiros sanadores curavam as pessoas, vendiam Ciência e Saúde a seus pacientes e à noite pagavam a pensão com o dinheiro que ganhavam de dia."

Sempre com boa disposição

Kristin Buschmann, praticista em Chemnitz, na Alemanha, costuma ficar atenta às coisas que possam influenciá-la. Essa é sua maneira de manter-se bem disposta. "Adoro fazer uma pausa para interromper, pelo menos por alguns momentos, todos os afazeres, obrigações, funções, tarefas, ou seja, qualquer coisa que exija algo de mim, e pensar somente em mim mesma como a idéia de Deus e nada mais. Apenas sentir o amor e cuidado por mim mesma primeiro, não por todas aquelas funções e papéis que desempenho, como o papel de praticista responsável pelo bem-estar de alguns pacientes. Essa pausa me faz sentir em conexão com Deus, influenciada por Deus e somente por Deus."

Buschmann não somente começou a curar pessoas antes que tivesse feito o Curso Primário de Christian Science, mas começou antes mesmo que conhecesse a Christian Science. Ela prestava atenção às preocupações e temores das pessoas e conversava com elas sobre a capacidade inerente que possuíam de enfrentar qualquer coisa com a qual se defrontassem. "Eu gostava muito de ajudar as pessoas", Buschmann diz, "ajudá-las a compreender o que estava realmente acontecendo sob a camada mais superficial da vida delas. Conversava sobre o amor e o cuidado de Deus por elas, seus familiares e amigos." Mas, à medida que se aprofundava no estudo da Christian Science, mais ansiava por "um sistema, uma lei que funcionasse em qualquer tipo de problema". Essa foi a razão pela qual fez o Curso Primário de Christian Science. "Estou absolutamente convencida de que é natural, um dom de Deus, que as pessoas sejam capazes de resolver seus problemas, que nasçam vitoriosas. Não é natural ser uma vítima." Com uma prática ativa que está se expandindo para além dos países de língua alemã, Buschmann descobriu, na Christian Science, o caminho que fundamenta sua convicção: a força sanadora desse sistema.

"O modo de fazê-lo"

Se os praticistas transmitem alguma mensagem em comum, essa mensagem é: Amor. Não existe nenhum limite, se você amar de verdade. A lei universal atemporal de Deus está eternamente disponível, não somente para ajudá-lo e curá-lo, mas para ajudá-lo a curar os outros, também. O Espírito divino pode livrar a todos de seus próprios temores, aflições e dificuldades — hoje, da mesma maneira que há 2.000 ou há 100 anos. Se você captar o espírito dessa verdade, se você perceber a natureza espiritual de cada um — se você amar — você poderá curar, também.

"O amor de Deus é eterno e imortal", diz o praticista David Degler, de Franklin, no estado do Tennessee. "Ele é o mesmo através de toda a história. É o mesmo Amor que Jesus e a Sra. Eddy expressaram em seu ministério de cura. Além disso, é o mesmo Amor que eu, e muitos outros, estamos sentindo hoje, quando curamos por meio da oração."

"A Sra. Eddy trabalhou com a promessa de Jesus de que todos os que confiam em Deus podem curar", diz Degler, fazendo referência à frase de Jesus: "...aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará..." (João 14:12). E ela compreendeu a validade dessa mensagem para todas as épocas e pessoas. Ela curou muitas doenças graves instantaneamente. Seu livro, Ciência e Saúde, explica como qualquer pessoa, em qualquer época, pode fazê-lo. A coisa mais importante é o amor.

O amor é o fio que tece, eternamente, seu poder sanador ao longo dos tempos. A respeito disso, Mary Baker Eddy tinha idéias claras. Como curar? "Eu vos digo como fazer: amando! Simplesmente vivei o amor — sede amor — amai, amai, amai. Não conheçais nada a não ser o Amor. Sede todo-amor ... Isso curará tudo, ressuscitará os mortos." (We Knew Mary Baker Eddy [Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979], p. 134).

"O amor é a base da cura", diz Gonga, "porque onde está o Amor, há abundância de bondade, saúde e felicidade".

"O espírito é o mesmo como sempre foi e sempre será", diz Buschmann. "Você só precisa de um grande amor a Deus e ao homem."

Não existe nenhum limite para a sua capacidade.

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