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A gratidão traz a cura

Da edição de novembro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


No próximo dia 24 de novembro comemora-se o Dia de Ação de Graças, por isso transcrevemos abaixo excertos do programa radiofônico O Arauto da Christian Science. entrevista , Praticista, Conferencista e Professora de Christian Science; , ambas Praticistas da Christian Science.

Leide Lessa: Alessandra, o que significa para você o Dia de Ação de Graças e a gratidão?

Alessandra Colombini: O Dia de Ação de Graças é um dia específico para nos lembrarmos, com mais ênfase, de dar graças a Deus. A gratidão, porém, deve ser algo de todos os dias. No meu entender, ser grato é lembrar-se do bem, reconhecê-lo e saber de onde ele provém. Não é só dizer “obrigado meu Deus”, automática e mecanicamente, sem reconhecer o que isso realmente significa. É ver, por exemplo, o sorriso de uma criança, reconhecer como é lindo esse sorriso, agradecer a Deus pela presença da criança, saber que Ele está se manifestando ali por meio dela e por infinitos outros meios. A beleza de uma flor, ou de uma paisagem, uma música que ouvimos, são todas manifestações do bem que às vezes passam despercebidas. Devemos cultivar a capacidade de enxergar o bem, o belo. Tudo isso é gratidão, ou seja, essa amplidão do reconhecimento do bem.

LL: Você teria algum exemplo da Bíblia sobre a importância da gratidão?

AC: A Bíblia fala muito sobre gratidão. Os Salmos, por exemplo, têm muitos versículos que dizem: “Rendei graças ao Senhor”. Lembro-me, especificamente, do Salmo 107 que começa assim: “Rendei graças ao Senhor porque ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre”. Depois, há uma lista dos motivos pelos quais o povo deve render graças. O Salmista estava se dirigindo ao povo de Israel e faz uma lista das bênçãos que o povo havia recebido de Deus, ou seja, de como atravessaram o deserto, de como foram alimentados e dessedentados durante os anos da travessia, etc. O Salmista convoca o povo de Israel a reconhecer o que Deus já havia feito por eles.

LL: Por que nesse versículo está a palavra misericórdia?

AC: Em poucas palavras, podemos entender a misericórdia como o amor de Deus por nós, independentemente de nós o merecermos. Às vezes, consideramos o amor humano como algo que damos a alguém que o merece; já a misericórdia nos leva a amar mesmo que pareça não haver merecimento por parte da outra pessoa. Por isso a Bíblia usa a palavra misericórdia. O amor de Deus é misericordioso, isto é, Ele ama independentemente de nossos méritos, e essa misericórdia dura para sempre, nunca pára. Além disso, ela não era só para o povo de Israel no deserto, mas é para nós também, aqui e agora. Jesus se lembrava disso sempre durante sua vida terrena. Por exemplo, lemos nos evangelhos que Jesus agradecia a Deus, mesmo antes de ver sua oração atendida, como foi o caso na multiplicação dos pães e na ressurreição de Lázaro.

LL: Por que ele agradeceu primeiro?

AC: Porque reconhecia, de antemão, que Deus estava ali presente com toda a Sua abundância, atendendo à necessidade de todos, com toda sua misericórdia. Disso ele tinha certeza.

LL: Podemos fazer isso hoje, no nosso dia-a-dia?

AC: Sim, quando lembramos o que Deus é e o que Ele faz continuamente, quando nos lembramos dessa misericórdia que dura para sempre, podemos dar graças.

LL: Então, quando eu estiver passando por necessidades financeiras, ou problemas de saúde, ou de relacionamento na minha família, você acha que, mesmo assim, enfrentando esses problemas, eu poderia dar graças a Deus?

AC: Não só poderia, como deveria, pois a gratidão é o começo para a oração eficaz, a oração que ajuda a vencer esses problemas.

LL: Por que deveria eu agradecer?

AC: Quando agradecemos, voltamos a atenção não para o que está faltando, para a falta de amor ou de dinheiro, mas para o que não está faltando. Isso requer um pouco de disciplina mental, pois a tendência é contrária. Podemos focar nosso pensamento naquilo que já temos, fazer uma lista de bênçãos como aquela que o salmista fez para o povo de Israel, ver e reconhecer o que nós já recebemos de Deus. Sempre há algum bem para reconhecer em nossa vida, algo para ser grato a Deus. A atenção voltada para o bem, abre nossa porta mental para receber mais inspiração, mais bem.

LL: Em outras palavras, como o exemplo que dei antes, ao enfrentar problemas, quer sejam de saúde, financeiros ou de relacionamento, se eu começar a agradecer a Deus pelo bem que eu já recebi, pelas coisas boas que Ele já fez, isso abre espaço para que eu veja outras bênçãos, outras coisas boas que Deus já tenha feito e assim conseguir resolver meus problemas?

AC: Sim. Podemos pensar: “Se Deus me deu aquela bênção, Ele não me daria outra também? Se Deus me ajudou daquela vez, por que Ela não me ajudaria agora?” Isso proporciona uma confiança maior, fortalece a fé e, além disso, certamente eleva o pensamento, eleva o estado de espírito e faz com que enxerguemos soluções.

LL: Alessandra, o que Mary Baker Eddy diz a respeito desse assunto?

AC: Ela tem um trecho muito incisivo no capítulo Oração em Ciência e Saúde, onde escreve: “Somos realmente gratos pelo bem já recebido? Então nos aproveitaremos das bênçãos que temos e assim estaremos aptos a receber mais.” Dessa maneira, ela equaciona a gratidão com o receber mais bênçãos, exatamente como vimos antes.

LL: Stella, é tão bom falar da importância da gratidão e dos frutos que ela nos traz. Como a Bíblia a ajuda no seu dia-a-dia?

Stella Mesquita: Há um versículo muito importante, para mim: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, poro de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2). Cada vez que leio esse trecho, penso em como é gratificante e bom saber que sempre podemos ser chamados e atraídos “para a sua maravilhosa luz”.

LL: Você tem alguma experiência com a qual possa relacionar esse trecho?

SM: Sim, tenho uma experiência muito marcante. Durante quase dez anos lutei para que um apartamento estivesse em meu nome, o que, por uma série de razões, não estava. Segundo as leis e as normas humanas, isso parecia algo impossível. Durante esse período, frequentemente me desesperava e esse desespero só me trazia desarmonia.

LL: O apartamento na verdade era seu, você morava nele, mas ele não estava em seu nome?

SM: Exatamente. Às vezes, can-sava-me de argumentar e entrava em um estado de conformismo, um sentimento destrutivo de que era vítima; sentia-me insegura e, principalmente, lesada em meus direitos. Além disso, ouvia outros dizerem: “cuidado, você vai ficar sem nada, abra os olhos, veja o que aconteceu com fulano, com sicrano”. Isso me revoltava, me deixava insegura, com ressentimentos e mágoas. Nesse ínterim, conheci a Christian Science, a Ciência que interpreta e demonstra as leis de Deus, e o livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, a Fundadora e Descobridora dessa Ciência. cheguei até a outro livro revelador, a Bíblia, que eu pouco conhecia e sobre a qual nutria muitos preconceitos. Com a leitura, minhas dúvidas começaram a ser esclarecidas. Comecei a reivindicar meus direitos, como herdeira e filha perfeita de Deus, e a perceber que a lei de Deus, quando compreendida, pode ser demonstrada aqui e agora. Essa lei nos protege de tudo o que tenta tirar aquilo que é nosso por direito divino.

LL: Isso fez com que aqueles sentimentos de medo, ansiedade, mágoa e apatia desaparecessem?

SM: Sim. A partir do momento em que comecei a compreender a Verdade, a lei divina do Amor, vi que para essa Verdade ser demonstrada, primeiro precisamos destruir em nossa consciência o pensamento errôneo de que somos simples mortais, à mercê de injustiças e de limitações. Percebi que, para demonstrar isso, eu tinha de renovar meu pensamento e não aceitar imposições negativas.

LL: O que aconteceu quando você compreendeu isso?

SM: Esse reconhecimento da minha verdadeira filiação com Deus fez com que as coisas fossem se ajeitando e tudo foi resolvido para que eu assinasse a escritura. Sou muito grata por essa compreensão e pela tranquilidade que ela me trouxe.

LL: Cecília, você poderia nos dizer qual a importância da gratidão na sua vida?

Cecília Bieberbach: A gratidão é a base da oração. Desde que comecei a estudar a Christian Science, esse foi um ponto muito importante para mim. Lembrome de duas curas. A mais importante ficou marcada como minha primeira experiência na Christian Science. Já fazia algum tempo que vinha sofrendo com problemas no estômago, com má digestão e não podia comer alguns alimentos. Quando meu tio me levou à Igreja de Cristo, Cientista, de São Paulo, pela primeira vez, fui à Escola Dominical. Ali, aprendi a estudar a Lição Bíblica, usando a Bíblia e Ciência e Saúde. Com esse estudo, veio à tona que eu tinha de curar a mágoa por um problema de relacionamento. Um trecho da Bíblia me chamou a atenção: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12).

LL: Lendo e estudando esse trecho, o que mudou em seu pensamento?

CB: Percebi que, para haver uma transformação, ou seja, para mudar minha maneira de ser, eu teria de mudar minha maneira de pensar. Isso foi de tal maneira enfático, que mudei meu ponto de vista sobre aquele relacionamento. Procurei ver aquela pessoa como a filha perfeita e amada de Deus, sem defeito, sem intransigência nem indisciplina. Em realidade, os defeitos provêm do conceito errôneo que temos sobre a humanidade. A Christian Science mostra o verdadeiro conceito espiritual de homem e mulher.

LL: Então, pensando dessa maneira, o relacionamento com essa pessoa mudou?

CB: Sim, tornou-se harmonioso em pouquíssimo tempo. Chamou a atenção principalmente dos meus pais, pois comecei a agir de forma diferente. Aos poucos, fui mudando meu caráter. Eu era adolescente e tinha muitas coisas a superar. Aprendi que, quando mudamos a maneira de pensar, mudamos também a maneira de agir. Isso me ajudou a viver bem com todos.

LL: O que aconteceu com o problema de saúde a que você se referiu, problemas no estômago, etc?

CB: O problema foi sanado e a cura, permanente. Nunca mais senti nada. À medida que eu ia mudando o pensamento, comecei a me livrar desse problema. Entendi que não era o que eu comia ou deixava de comer que me faria mal. Aprendi que não é a qualidade ou a quantidade do alimento que ingerimos que vai fazer bem ou mal, mas sim, o que pensamos. Essa compreensão foi primordial. Mas, gostaria também de relatar algo muito interessante, que se passava sempre que eu ia para o interior de São Paulo passar as férias com minhas tias e primas. Minhas tias ficavam muito apreensivas com o problema que eu tinha no estômago e sempre lembravam que eu não podia comer pipoca porque me faria mal. Eu aceitava o que elas diziam e realmente passava mal. Mais tarde, entendi que eu passava mal simplesmente porque aceitava o que elas falavam. Hoje, posso comer muitas pipocas, que nada me acontece.

LL: Você havia dito que teve outra cura. Qual foi?

CB: Sim. Uma ocasião, tivemos eleições aqui em São Paulo e eu costumava assistir à propaganda política. Os canditados apresentavam suas propostas, mas, ao mesmo tempo, vieram à tona também várias coisas erradas que eles haviam feito, como atos de corrupção e de injustiça. Aquilo começou a me desagradar e passei a me sentir traída. Surgiu, então, a desconfiança naquilo que o candidato pudesse vir a fazer, caso eleito. Logo, comecei a sentir sintomas muito fortes de gripe, tinha febre e dores pelo corpo; fiquei com dor de garganta e completamente afônica e comecei a orar para resolver isso. Esta frase me vinha continuamente ao pensamento: “O Senhor é o nosso legislador”. Percebi que Deus é o único governador. Procurei não mais criticar os candidatos e até comecei a vê-los de maneira completamente diferente. O versículo completo diz: “Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará” (Isaias 33). Compreendi que a Mente divina, Deus, governa. Essa Mente não é corrupta, é pura e íntegra. Todos, inclusive os políticos, somos o reflexo da Mente, por isso, nossa identidade espiritual é íntegra, pura, justa. Essa compreensão me libertou daqueles sintomas de gripe e a cura foi praticamente instantânea.

LL: A gratidão e a renovação do pensamento certamente trazem cura e nos direcionam a encontrar soluções.

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