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Matéria de capa

Da depressão à liberdade

Da edição de novembro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando jovem, eu sofria de depressão. Havia começado a estudar os ensinamentos da Christian Science para solucionar vários problemas, inclusive um relacionamento abusivo e um negócio em vias de falir. Embora a depressão tivesse continuado durante os primeiros anos de casada e o nascimento dos meus três filhos, meu estudo sobre a espiritualidade e minhas orações realmente me proporcionaram um novo conceito sobre mim mesma, como filha de Deus.

Finalmente, tornei-me membro de uma igreja filial local da Christian Science e foi ali que soube da oportunidade de meus filhos participarem de um acampamento de verão, onde poderiam pôr em prática as verdades espirituais que estavam aprendendo na Escola Dominical e em casa.

Quando estava voltando para casa de carro, depois de tê-los deixado no acampamento, um surto de depressão tomou conta de mim e não conseguia me livrar dele. A estrada cortava um extenso vale e soprava um forte vento. Parei à margem da estrada junto a uma cabine telefônica e liguei para uma Praticista da Christian Science, pedindo que orasse por mim. Entretanto, o vento era tão ensurdecedor, que tornou nossa conversa impossivel.

Continuando a dirigir, vi uma pequena colina ao lado da estrada. Parei o carro e resolvi subi-la. O vento na relva soava como se milhares de pessoas estivessem aplaudindo em um estàdio. No topo da colina, pude contemplar o vale todo e fiquei imaginando de que distância vinha aquele vento. Sozinha, no topo da colina, perguntei a Deus: “Como posso servi-Lo”?

Em resposta, ouvi ou senti a palavra expressão. Seria desonesto dizer que compreendi as implicações daquela mensagem, mas realmente me senti atendida, reconhecida e amada. Naquele momento, livrei-me de um aperto na garganta que vinha me incomodando havia muito tempo. Lágrimas fluíram, ao pensar que Deus havia se comunicado comigo. O mau humor se foi e me senti purificada.

Ao voltar para casa, meu estado mental se havia normalizado. Desde aquela ocasião, estou livre de todos os sintomas de depressão. Eles simplesmente se desvaneceram, de uma só vez, naquele dia memorável. Muito embora a praticista a quem liguei, não pudesse distinguir com clareza minhas palavras ao telefone, estou certa de que ela sentiu a necessidade de orar para mim. Aprendi a nunca subestimar o poder da oração.

O vento, o vale e a relva se tornaram, para mim, símbolos espirituais do renascimento. Por isso, uma das descrições da presença e da orientação de Deus, na Bíblia, é tão cara ao meu coração: “Saireis com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas” (Isaías 55).

O livro Ciência e Saúde oferece uma interpretação espiritual para o significado da palavra bíblica vale: “Depressão; mansidão; trevas... Ainda que o caminho no sentido mortal seja escuro, a Vida e o Amor divinos o iluminam e destroem o desassossego do pensamento mortal, o medo da morte e a suposta realidade do erro. A Ciência Cristã, que contradiz os sentidos, faz com que o vale brote e floresça como o narciso” (P. 596).

Minha cura não somente destruiu aquele estado mental sombrio, mas também mudou minha maneira de pensar sobre mim mesma. Não me via mais como um “ser psicofísico”, que tinha de se adequar a um universo caótico. Por meio da oração, compreendi que sempre estaria conectada ao poder divino e pude perceber claramente minha natureza espiritual. Ciência e Saúde chama esse meio de conexão com Deus de sentido espiritual ou “uma capacidade consciente e constante de compreender Deus” (P. 209). Todos têm essa supersensibilidade. Ele inclui a intuição e sensibilidades mais elevadas e, por meio dela, se pode discernir as idéias espirituais que Deus está constantemente provendo para nos guiar, elevar e curar.

Certa vez, Jesus curou um lunático tão rapidamente, que ele passou, de forma imediata, de um comportamento autodestrutivo a um estado mental dócil, racional e normal (ver Marcos 5). Jesus não precisava de remédios, hipnotismo nem de terapia para subjugar a doença mental. Ela se desvanecia na presença do Cristo, o poder divino que Jesus expressava plenamente, o qual é tão real e disponível hoje, como o era então. Curas, como a que eu tive, ocorrem à medida que despertamos para a perfeição inata que Deus dá a cada um de nós.

A perfeição de Deus é expressa na crescente estabilidade, saúde mental, docilidade, tranqüilidade, ordem e assim por diante. Quando vislumbramos essas qualidades, derivadas do Criador, elas passam a nos pertencer e a definir nossa individualidade e valor.

Desde aquele dia na estrada, quando sentimentos de desânimo e tristeza me sobrevêm, tenho lidado com eles por meio da oração, dirigindo-me a Deus para encontrar uma perspectiva de vida que seja lógica, elevada e espiritual. À medida que percebermos algo da nossa natureza permanente como a amada e acalentada criação de Deus, poderemos vivenciar todas as fases da existência humana, com uma natural leveza e liberdade.

Aprendi a substituir pensamentos depressivos por pensamentos bons e divinos.

Depois da experiência no topo da colina, comecei a mudar e as pessoas passaram a notar minha felicidade — algo que raramente acontecia antes. Exteriormente, comecei a cuidar mais de mim mesma. Interiormente, resolvi permanecer no caminho que havia me levado à liberdade. Monitorava, conscientemente, meus pensamentos e perguntava de onde eles provinham: “se eles se originavam em Deus ou em 'meu velho eu', se eles eram saudáveis ou impregnados de medo”. Aprendi a substituir pensamentos depressivos por pensamentos bons e divinos.

Uma profunda resolução irrompeu dentro em mim: eu esperaria em Deus, até que encontrasse a melhor forma de dizer, escrever ou falar, em resposta a qualquer desafio, sem me importar quanto tempo isso pudesse levar e agiria com amor e coragem. Essa abordagem se tornou uma prioridade para a minha própria libertação do medo e do negativismo. Aos poucos, meus motivos mudaram, de uma forma passiva de sobrevivência para uma busca ativa de formas de prestar serviço. Encontrei um trabalho interessante, novos relacionamentos e novas atividades. Voltei para a faculdade para completar minha formação. Escrever, falar em público e participar de debates se tornaram maneiras pelas quais passei a expressar as qualidades que Deus me dera.

A depressão e outros males que afligem as pessoas não fazem parte da verdadeira individualidade delas, tanto quanto a pichação não faz parte da parede que foi pichada. O amor e a paciência — além do poder transformador do Cristo — constituem o caminho natural para a libertação permanente e para a felicidade.

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