Sempre agradeço a Deus por todo o bem que tenho à minha volta: saúde, família, casa, suprimento, amigos, carro, emprego, paz, enfim a lista pode ser longa!
Mas, aprendi que a gratidão tem sua essência na compreensão da totalidade de Deus, no Seu amor imparcial e impessoal, no Seu controle imutável do universo e da criação.
Em junho deste ano, viajei a trabalho para os Estados Unidos. Estava feliz e grata, pois já fazia algum tempo que não tinha a oportunidade de me envolver em novos desafios, aprender coisas novas e expandir meus conhecimentos. Além disso, pude encontrar a família com quem morei quando era jovem e que ficara oito anos sem ver.
Na volta ao Brasil, ao desembarcar no aeroporto, minhas malas não foram localizadas. No balcão da companhia aérea, ao preencher os documentos para o processo de procura da bagagem, voltei meu pensamento a Deus, reconhecendo que na Mente divina não há esquecimento, perda, desordem, indisciplina, nem justificativa para o desaparecimento de objetos.
No dia seguinte, telefonaramme da empresa aérea avisando que as malas não haviam sido localizadas.
Como sempre faço, estudei a Bíblia e Ciência e Saúde para manter meu pensamento firme na certeza de que Deus estava controlando a situação e governando tudo e todos.
Nos dias subsequentes, recebi a mesma notícia. Vinham-me diversos pensamentos: talvez os funcionários da companhia aérea tivessem sido displicentes ou desonestos. Ouvi comentários convincentes de que minhas malas nunca mais voltariam. Procurei entender melhor o trecho bíblico em que os discípulos perguntam a Jesus se um homem era cego por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais. Jesus respondeu que ninguém era culpado, mas que o poder de Deus se mostraria nele. Em seguida, Jesus o curou (ver João 9).
No meu coração, recusei-me a acreditar que no Reino de Deus pudesse haver alguém com qualquer traço de caráter que fosse menos do que bom. Afinal, na Bíblia aprendi que Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1).
Depois de uma semana, ainda sem notícias das malas, continuei a ouvir os mais diversos comentários e afirmações de que deveria desistir de esperar. Durante esse período, fiquei triste, pois alguns itens que estavam na bagagem tinham um valor inestimável para mim, por terem sido presentes de meu marido.
Tinha a certeza de que todo o bem que posso experimentar tem sua fonte em Deus, e que não pode haver perdas no Reino divino.
Procurava, com todas as minhas forças, me apoiar nas idéias boas que vinham ao meu pensamento. Também refleti sobre a definição de “Cristo”, como aparece em Ciência e Saúde: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (P. 332).
Percebi então que, apesar de confiar na Mente divina, havia dúvidas no meu pensamento. Eu estava esperando ver a chegada das malas para comprovar a ação de Deus.
Não havia nada de errado em esperar as malas, porém o que realmente precisava era crescer na compreensão da totalidade da Mente, do bem divino e da nulidade do mal. Precisava aprender mais sobre a realidade do Reino de Deus a que todos temos acesso, como Seus filhos. A Mente divina está consciente somente de Suas idéias e do bem, não conhece o mal. As afirmações que ouvi durante a semana, estavam baseadas no raciocínio de que o mal é real e de que temos de aceitá-lo em nossa experiência. Mas, ao estudar a Christian Science, aprendi que os ensinamentos de Jesus comprovam a nulidade do mal e a onipotência de Deus.
Quando enxerguei isso, fiquei tranquila e perdi o medo e a dúvida. Confiei em que minhas orações e afirmações tinham um fundamento concreto e científico. Ao compreender que Deus é o Princípio de tudo o que é bom, senti uma paz que palavras não conseguem explicar. Tinha a certeza de que todo o bem que posso experimentar tem sua fonte em Deus, e que não pode haver perdas no Reino divino.
Não pensei mais nas malas durante o resto daquele dia. Na manhã seguinte, recebi um telefonema de que minha bagagem seria entregue na minha casa. As malas chegaram embaladas e lacradas, em um estado muito melhor do que eu havia esperado. Nada desapareceu ou foi danificado.
É claro que fiquei muito grata, porém a gratidão que senti foi fundamentada na certeza de que iria receber o que esperava e ainda não via (ver Hebreus 11), na compreensão da irrealidade do mal e da realidade imutável do bem.
