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REFLEXÃO

Escolha o bem

Da edição de novembro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Nossas vozes se uniam em uníssono: “Livra-nos, Senhor, da mente escarnecedora que ridiculariza a verdade e a virtude e não leva em conta tudo o que é de boa fama”. Essa oração semanal, que fazíamos na capela da escola do meu jardim de infância, não significava muito para mim. Mas, nunca a esqueci. Talvez seja porque, olhar o mundo hoje, através das lentes dos noticiários ou pela experiência diária, revela motivos para cinismo, medo e desespero. As coisas de boa fama parecem escassas e as variações do mal, infinitas. A história e os fatos nos treinaram a desconfiar ou a escarnecer do bem, muito embora ansiemos por ele. Contudo, a Bíblia é clara sobre a importância de se escolher o bem como realidade.

O Apóstolo Paulo escreveu em sua carta aos Filipenses: “...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. Não é um mandamento vazio. Ele continuou: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco”. Em outras palavras, escolher o bem e compreendê-lo, traz resultados práticos: amplia nossa visão sobre Deus e sobre nós mesmos como Seus filhos. Então, nossos esforços para perceber e receber o bem não serão apenas respostas a uma lista de problemas a serem resolvidos. Elas serão o resultado natural do nosso amor por todas as coisas boas e divinas, bem como da nossa fidelidade à realidade espiritual de Deus.

A fonte de todo o bem

Durante séculos, as pessoas tiveram vislumbres de que Deus é a fonte de todo o bem. Na Bíblia, o capítulo 1 da Epístola de Tiago explica: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. Entretanto, a percepção geral é de que o bem seja variável e de que a mortalidade do homem, com tendência para o pecado e vulnerabilidade inatas, nos separam da fonte divina do bem. Contudo, o primeiro capítulo do Gênesis apresenta uma perspectiva sobre o homem e a mulher à “imagem” e à “semelhança” de Deus. Além disso, a promessa em 1 João 3: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus...” leva a mensagem sobre o nosso relacionamento com o bem original, mais além. Somos o efeito, a idéia, os filhos do bem.

Com que freqüência começamos com a premissa de que somos originários de Deus, o bem? Enquanto imaginarmos que estamos sujeitos ao seu oposto, ou seja, o mal, a resposta a essa pergunta provavelmente seria: Não tanto quanto seria necessário. Mary Baker Eddy escreveu em termos muito diretos sobre os efeitos dessa identificação inapropriada: “A base das discórdias dos mortais é um conceito errado acerca da origem do homem. Começar certo é acabar certo” (Ciência e Saúde, P. 262). Ela se refere ao impulso de compreender nossa origem corretamente! Os caprichos e desapontamentos da existência humana podem ser contra-atacados com uma perspectiva mais verdadeira sobre o nosso relacionamento com a fonte de todo o bem, Deus. Cada indivíduo tem a oportunidade de identificar o bem e escolhê-lo como a realidade do ser, a todo momento

Fazemos isso quando nos identificamos com a bondade, o valor e o potencial inatos, que são qualidades do Divino e as aceitamos como a substância de nossa identidade. Ciência e Saúde descreve desta maneira os efeitos de uma tal escolha: “Nossa aceitação proporcional das reivindicações do bem ou do mal determina a harmonia de nossa existência — isto é, nossa saúde, nossa longevidade e nosso cristianismo” (Ibidem, P. 167).

Enquanto as reivindicações do bem são legítimas, as sugestões malignas não têm origem e, portanto, nenhuma realidade. De fato, o mal, que tenta nos convencer de que estamos separados do bem, está representado em termos de fraude, ao longo de toda a Bíblia. Jesus encontrou o “tentador”, durante seus 40 dias de jejum e oração no deserto. A sua decisão de se manter firme no primeiro mandamento, ou seja, servir a um só Deus, ao invés de ceder às promesas vazias do mal, foi uma resolução de permanecer no bem. Os resultados foram profundos. A Bíblia relata: “Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram” (Mateus 4). Tendo derrotado a mentira, Jesus ouviu as mensagens divinas que lhe asseguraram a verdadeira natureza como o Filho de Deus e a inseparabilidade do bem.

Nossa herança divina

Durante seu ministério, Jesus contou uma parábola para seus seguidores, que amplia essa idéia de filiação. Ele fala sobre um jovem que acreditava que sua herança fosse monetária (ver Lucas 15), e que sua satisfação pessoal adviria de uma “vida dissoluta”. Quando se viu diante de dificuldades, começou a pensar novamente sobre a casa de seu pai e resolveu voltar. O pai o viu “ainda longe” — uma paráfrase que talvez indicasse distância física, mas que poderia também transmitir a idéia de que o filho estivesse ainda bem longe de compreender sua identidade e a natureza de sua verdadeira herança. Mas, o pai corre para abraçá-lo, regozijando-se, e o filho compreende que sua herança havia sido restaurada e que ele era inseparável do amor do pai.

Sentir essa inseparabilidade do amor do Pai requer que retornemos à nossa origem, da mesma maneira que o filho pródigo o fez. O ponto de partida, válido e científico, é “Pai Nosso” (Mateus 6), palavras com as quais Jesus começa a Oração do Senhor, que consta do Sermão do Monte. Quanto mais conhecemos o “Pai Nosso”, melhor conhecemos a nós mesmos, nosso modo de ser e nossa herança do bem.

Considere os conceitos bíblicos de Deus nesta definição, encontrada no Glossário de Ciência e Saúde: “DEUS. O grande Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; toda a substância; inteligência” (P. 587). Pense que os filhos do Amor são amorosos e expressam naturalmente compaixão, desprendimento, bondade e perdão. Os filhos da Mente possuem inteligência, sabedoria, compreensão e discernimento. Os descendentes da Verdade herdam honestidade, integridade e a capacidade de saber a diferença entre o que é verdadeiro e o que não o é. Os filhos do Espírito são espirituais. Partindo dessa visão ampla de Deus, fica fácil perceber o que nossa herança do bem inclui. Pensamos a partir de Deus para descobrir quem realmente somos.

Sentir essa inseparabilidade do amor do Pai requer que retornemos à nossa origem, da mesma maneira que o filho pródigo o fez.

Portanto, qual é nossa reação quando as circunstâncias da existência não parecem corresponder a essa visão da presença e onipotência de Deus? A Sra. Eddy respondeu a essa pergunta: “Em todos os tempos e em todas as circunstâncias, vence tu o mal pelo bem. Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para conseguires a vitória sobre o mal” (Ibidem, P. 571). A nossa parte é reconhecer a condição de filhos de Deus e a relação com o bem. A parte de Deus é nos suprir de força, compreensão, pureza, harmonia e saúde, ou seja, todos os recursos necessários, bem como a oportunidade de usá-los.

Seja fiel à realidade

Então, ao invés de nos sentir oprimidos pelas coisas que parecem nos confrontar no dia-a-dia, se nos identificarmos corretamente como filhos de Deus, nos sentiremos capacitados a seguir o mandamento bíblico: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12). Alistar-se como um campeão do bem exige que nos recusemos a falar ou a pensar sobre o mal, sob qualquer forma. Isso implica aprender a escolher o bem, dar testemunho dele e identificar-se com ele. A fidelidade à realidade espiritual de Deus, traz o real à luz.

Como a Bíblia diz sobre Jesus: “Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade” (Hebreus 1). O amor ao que é real revela o real. Encarar fixamente a iniqüidade, sob qualquer forma com que se apresente, somente serve para nos desviar do curso, convencendonos de que o mal seja real e que precisa ser destruído.

Acreditar em Cristo Jesus significa se afastar da ilusão e irrealidade do mal para reconhecer e aceitar a supremacia e realidade de Deus e de Sua bondade. Agir dessa maneira é trazer o incontestável poder divino do Cristo, a Verdade, à sua vida diária. Isso é viver a Christian Science, viver sob a lei de Deus e de acordo com ela. À medida que o fazemos, tornamo-nos sanadores, que solucionam problemas por compreender que o mal é uma fraude que, por meio da Verdade, precisa ser exposta como impotente, sem peso, substância ou presença.

Mantenha-se firme no bem

“O mal não tem realidade”, escreveu a Sra. Eddy. “Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas simplesmente uma crença, uma ilusão do sentido material” (Ciência e Saúde, P. 71). Siga em frente e assuma essa posição fundamentado no fato de que Deus, o bem, inclui tudo o que é real. Deus dotou cada um de Seus filhos com o sentido espiritual, a capacidade de reconhecer a totalidade do bem em face do aparente mal. Essa capacidade significa que não estamos à mercê do fluxo e refluxo dos acontecimentos, opiniões, acaso, locais ou problemas passados. Somos capazes de reconhecer a invariável semprepresença e o todo-poder de Deus, o bem, e de permanecer fiéis a eles. Além disso, essa fidelidade nos leva à oração inspirada que busca louvar a Deus por uma criação perfeita e vibrante, ao invés de nos volvermos a Ele com uma lista de erros que esperamos que Ele possa corrigir.

Alistar-se como um campeão do bem exige que nos recusemos a falar ou a pensar sobre o mal, sob qualquer forma. Isso implica aprender a escolher o bem, dar testemunho dele e identificar-se com ele.

Volver-se a Deus, esforçando-se para discernir e aceitar mais da Sua bondade e colocá-la em prática, agindo assim porque amamos e confiamos no bem, é um processo de crescimento rumo à consciência do Cristo, da qual já todos fazemos parte. À medida que escolhermos o bem como a realidade, nosso trabalho como sanadores será o resultado do nosso amor pelo que Deus já fez. Isso significa herdar o bem e cultivar em nós nada menos do que a fidelidade absoluta à Sua realidade completamente boa.

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