Os brasileiros são reconhecidos por expressarem qualidades como alegria, hospitalidade e também religiosidade. Pela fé renovam suas esperanças por um mundo melhor e, sempre que surge uma oportunidade, reforçam sua gratidão a Deus. Mesmo em situações difíceis, sempre há os que agradecem por terem sido protegidos de um perigo maior, ou por estar a salvo.
Agradecer a Deus até parece um hábito ou ação impensada, expressa, às vezes, para responder ou encerrar um simples cumprimento: “Vai tudo bem, graças a Deus”. Ocasionalmente, vem acompanhado da declaração: “Se temos saúde, está tudo bem”.
Recente pesquisa do Instituto Datafolha revelou que essa expressão não é sem reflexão, mas que saúde é, de fato, o desejo mais importante da sociedade, aparecendo em primeiro lugar nas prioridades dos entrevistados. “Ter muita saúde” é atribuído a uma dádiva divina, por Gilberto Mesquita, 76 anos, um advogado: “Tenho tudo que consegui por causa da saúde que Deus me deu. Por isso, tenho sanidade mental e física e trabalho até hoje” (Revista da Folha, 25/9/05).
Os resultados dessa pesquisa deram a conhecer uma evolução na mentalidade das pessoas, pois valores espirituais apareceram à frente de aspirações por bens materiais. A questão do bemestar, de não ter doença, de ter qualidade de vida, superou desejos fúteis e materiais.
Agradecer é sempre um bom começo. No Hinário da Ciência Cristã há um poema que diz: “Um puro e grato coração é um jardim de amor”. Agradecer sempre pela vida, saúde, alegria, paz, abundância e pela inteligência, reconhecendo-as como qualidades espirituais, nos prepara para desfrutar ainda mais dos bens que jorram da fonte inesgotável, Deus, o Amor.
Há casos em que o agradecimento sustenta a certeza do bem, que é espiritual, ainda que não esteja visível, mas que se manifestará como resultado da persistência e confiança em Deus.
Jesus muitas vezes agradeceu ao Pai antes de realizar curas. No relato considerado como o clímax de sinais da sua obra messiânica, ele disse: “Pai, graças te dou porque me ouviste” e ordenou em seguida: “Lázaro, vem para fora!” (ver João 11). Após quatro dias sepultado, Lázaro saiu do túmulo, o que levou muitos a crerem em Jesus e na vitória da vida sobre a morte. Entretanto, a ressurreição e liberdade se tornaram plenas somente após a obediência a esta outra ordem: “desatai-o e deixai-o ir”. Um novo ciclo na vida de Lázaro estava sendo iniciado.
Não é necessário passar pela morte do corpo para perceber como é importante se livrar das ataduras mentais para alcançar a liberdade e a vida. Muitas vezes, recordações mantêm as pessoas amarradas ao passado; um fato infeliz, o término de um relacionamento amoroso, uma demissão profissional, enfim, tais sofrimentos revividos a todo momento impedem a continuidade harmoniosa da vida. Desprender-se do passado é dar oportunidade para que a vida se renove! É viver uma nova etapa, perceber as bênçãos contínuas e, com gratidão, experimentar novos vôos do pensamento espiritualizado. É ser livre: uma promessa de Deus a cada filho amado.
