Cresci num lar onde a educação e os livros eram muito valorizados. Bem antes de sermos alfabetizados, nosso pai contava histórias para meus dois irmãos e para mim. Vivíamos em uma situação econômica precária, mas nunca senti restrição alguma, pois uma abundância de idéias nos rodeava.
Sempre gostei de ler e estudar. Fiz vários cursos e continuo estudando. Entretanto, hoje me dou conta de que o mais importante de todos, foi um curso inteiramente gratuito que fiz na Escola Dominical da Christian Science. Lá aprendi, com amorosos professores, lições para toda a vida. Também me ensinaram a estudar diariamente a Lição Bíblica Semanal, composta por trechos da Bíblia e de Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy. Com o estudo dessas lições aprendi a perceber a atualidade das Escrituras e a descobrir minha verdadeira identidade espiritual, analisando a vida de personagens bíblicos como Daniel, José, Davi e Paulo.
Na universidade, preparei-me para lecionar inglês e português. Trabalhei como alfabetizadora de adultos, professora de inglês e português em escolas de ensino fundamental e médio, particulares e públicas, com crianças, jovens e adultos, em curso supletivo e em aulas particulares. Os desafios que encontrei foram superados com os conceitos espirituais que aprendi na Christian Science.
Quando muito jovem, no primeiro dia em que entrei em uma sala de aula, ouvi um aluno dizer: “Vai pagar seus pecados!” Entendi que a mensagem por trás daquela ameaça era de que eu iria sofrer, pois ele tentaria impedir que eu desse a aula preparada.
Como todos somos filhos de Deus, do Amor divino, ninguém está excluído da harmonia. Esse aluno também era filho de Deus. Percebi que a intenção de impossibilitar a aprendizagem não fazia parte da sua verdadeira individualidade e que eu não deveria reagir às suas tentativas de chamar a atenção, mas sim enfocar as qualidades espirituais que ele expressava.
Aquele aluno se tornou um amigo, quando compreendi que ele apenas queria se sentir importante e amado. Fiquei sabendo que seus pais estavam se separando e suas atitudes eram como um grito de socorro a demonstrar que ele estava sofrendo com a separação. Ele tinha capacidade de liderança e isso foi canalizado de forma construtiva e se tornou um colaborador na sala de aula. A necessidade apresentada naquele momento era muito maior do que aprender uma língua estrangeira.
Eu aprendia com os alunos e a participação deles fazia toda diferença. A aula era uma troca e não uma concessão unilateral. Assim, quando percebiam o quanto eram importantes e como era vital que fizessem as tarefas propostas, as resistências cediam e obtínhamos progresso.
Compreendi que eu não podia impor a minha vontade e sim deixar vir à tona as qualidades espirituais como alegria e autonomia que as crianças expressam como reflexo de Deus, a Mente divina, a verdadeira educadora e responsável.
Os ensinamentos da Escola Dominical me têm sido muito úteis até hoje e os recomendo a crianças e jovens. Todos têm o direito de descobrir como utilizar o poder e a capacidade mental concedidos por Deus.
