Foi encontrado na rua em 1828, aos dezesseis anos de idade. Ele não conseguia ficar ereto. Gemia, chorava e trazia nas mãos uma carta endereçada a um capitão em Nuremberg, ao qual foi levado. A carta dizia que, quando criança, fora deixado com o autor e que agora ele queria ser um soldado. O garoto repetia: “Eu quero ser um cavaleiro como meu pai”. O capitão entregou o menino para a polícia. Foi-lhe pedido que escrevesse seu nome e ele o fez de forma bem legível. No início, a única comida que lhe agradava era pão e água e seu divertimento era um cavalinho de pau. Como era dócil e obediente, logo passou a morar com o carcereiro.
Seu caso despertou grande interesse e o Prof. Daumer passou a tomar conta dele. Kaspar tinha, então, a mentalidade de uma criança de dois anos de idade, mas se desenvolveu rapidamente. Demonstrou inteligência e boa memória. Quando viu as estrelas pela primeira vez, ele se emocionou e falou da crueldade do homem que o manteve preso.
Escreveu sobre o lugar onde esteve preso: uma gaiola com pouca altura de modo que não ficasse em pé. Nunca viu o rosto daquele que o atendia, pois quando acordava de sonecas estava com roupas limpas e tinha pão e água a seu lado. Nunca havia visto a luz do dia até ser levado a Nuremberg. Os cuidados que teve, porém, não o curaram dos problemas psicológicos provenientes do longo isolamento ao qual foi submetido.
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