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O amor real o que é e onde encontrá-lo?

Da edição de junho de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Todo mundo deseja se sentir importante e valorizado, principalmente para aquele "alguém especial". Além do mais, para muitas pessoas, o Dia dos Namorados é o dia com o qual elas contam em ter alguém que as façam se sentir amadas. Mas, por que limitar esse sentimento a um único dia? Podemos sentir o amor incondicional todos os dias, quando descobrimos que o amor que estávamos procurando, em realidade, não provém, fundamentalmente, de uma pessoa. O amor verdadeiro, o amor permanente, provém da fonte de todo amor, Deus.

Mas, compreender esse fato e aceitar uma expressão mais espiritual de amor do que somente aquela que provém dos relacionamentos humanos, não significa que tenhamos de abdicar da tradição das flores, dos bombons e de momentos românticos maravilhosos. Isso porque Deus nunca nos priva de nenhum bem. Ele sempre derrama Sua bondade sobre nós, em infinitas formas, tangíveis e práticas.

Contudo, não é incomum tentar encontrar uma pessoa que nos faça sentir amados, ao invés de nós mesmos vivenciarmos o amor, simplesmente sendo gentis e amáveis com todos. Além disso, essa busca para encontrar o parceiro perfeito, poderia até dar certo, ou seja, poderíamos encontrar esse alguém especial e nos sentir muito amados e seguros. Contudo, essa pessoa e o amor que ela nos oferece, pode, a qualquer momento, desaparecer, fazendo-nos sentir vazios e não-realizados, de novo. Então, sem o amor humano que nos faz sentir valorizados, surgem sentimentos de desânimo e desespero.

Para as pessoas que não estão namorando, mas que gostariam de estar, o Dia dos Namorados pode significar depressão e um grande vazio. Tudo o que temos para fazer é assistir à TV ou ouvir os 40 maiores sucessos musicais no rádio, para entender como é comum fantasiar como a pessoa ideal irá, de alguma maneira, preencher aquele vazio, fazendo-nos sentir completos e satisfazendo o ardente desejo de amar e ser amado. Também, aquelas canções sobre corações partidos nos mostram que, simplesmente encontrar uma pessoa para amar, nem sempre é a solução para descobrirmos o amor permanente.

O impulso de se sentir completo e amado se fundamenta na busca por um amor que não possa ser perdido ou interrompido, que seja satisfatório e cheio de realização, que não vem e vai, mas que permaneça o mesmo, independentemente das circunstâncias. O amor ao qual estou me referindo não é romântico, mas é sólido, seguro e constante, não somente durante os momentos felizes, mas também quando as correntes da vida se tornam tempestuosas e tumultuadas. Esse tipo de amor é espiritual e só pode ser encontrado em Deus.

A confiança nesse fato nos advém com a compreensão e a garantia de que Deus é o Doador de todas as coisas boas. Mary Baker Eddy, a Fundadora desta revista, percebeu claramente que esse Deus é Amor Infinito, suficiente para suprir todas as nossas necessidades, inclusive a de companheirismo. "A profundidade, a largura, a altura, o poder, a majestade e a glória do Amor infinito enchem todo o espaço. Isso é o bastante!" (Ciência e Saúde, p. 520).

Deus nunca nos priva de nenhum bem. Ele sempre derrama Sua bondade sobre nós, em infinitas farmas, tangíveis e práticas.

Mas, como pode o amor espiritual ser suficiente, quando estamos solitários e todos os nossos amigos estão namorando? Ou, quando nosso casamento de 25 anos, de repente, termina? Como encontramos o amor? Descobri, pela minha própria experiência, que o poder do amor de Deus é forte o bastante para nos elevar e proporcionar um cuidado verdadeiro e bondoso, até que os fluxos da solidão retrocedam, se dissolvam e desapareçam.

Vários meses após o falecimento de um ente querido, veio-me a idéia de que seria ótimo adotar uma criança, ou seja, uma criança preencheria aquele vazio em minha vida.

Comecei a orar sobre essa idéia e, não muito tempo depois, a luz espiritual da verdade me abriu o pensamento e me mostrou que todo o amor que eu jamais poderia desejar ou necessitar, já estava exatamente ali, em meu coração. Eu não precisava de um sinal, na forma de uma pessoa, para provar que esse amor existia ou que eu podia senti-lo.

Num instante, exatamente tão rápido quanto havia vindo ao meu pensamento, a necessidade de adotar uma criança se desvaneceu e me senti totalmente cingida pelo Amor divino. Portanto, não agi de acordo com aquele anseio de trazer uma outra pessoa para a minha vida, apenas para que eu pudesse me sentir amada.

Então, dentro de poucos dias, muitas oportunidades de companheirismo apareceram em minha vida, inclusive a de ter a companhia de minha sobrinha de oito anos. Encontrei meu lugar no querido amor de Deus. Como li no Salmo 78, Deus me preparou "uma mesa no deserto" e me satisfez plenamente.

No meu caso, por sentir-me solitária, pensei que uma criança seria uma boa solução. Em outras situações, quando a pessoa está em busca de um amor ou quer se sentir amada, talvez um parceiro ideal possa aparecer em sua vida. Esse relacionamento traz felicidade e segurança, porque você se sente como se estivesse em uma jornada com esse alguém especial, para sempre. Você descobre um sentido de afinidade e um ajuste certo de compatibilidade, em todos os campos. Vocês desfrutam dos mesmos interesses, seus intelectos se complementam. Talvez você encontre um afeto espiritual, sua alma gêmea.

Mas, de repente, às vezes, algo pode acontecer ao relacionamento e a felicidade se transformar em tristeza. Você fica imaginando o que teria saído errado com aquele parceiro ideal e com o amor que você achava tão seguro. Em sua sensação de perda e de confusão, você acha que nunca mais irá encontrar outro parceiro exatamente igual àquele que se foi, aquele que era "perfeito". Eu costumava ter pensamentos como esses. Mas, então, me perguntei: "Será que o amor real é passageiro, incerto e difícil de manter?"

Aqui está como me veio a resposta: Há algum tempo, encontrei uma pessoa e o nosso relacionamento era compatível, sob todos os aspectos. Compartilhávamos da mesma disposição mental, de interesses mútuos, além de que sentia uma presença alentadora quando estava com essa pessoa. Sabia que esse era o companheiro final. Nada faltava a esse relacionamento, nem nada poderia dar errado. Mas, como acabou acontecendo, não durou. Quando a amizade terminou, senti que nunca encontraria outra pessoa como ele. Lamentava-me, não por ter de abrir mão dele, pessoalmente, mas por ter perdido aquele que pensava ser o companheiro perfeito. Temia nunca mais encontrar outra pessoa como ele que, "reunia tudo de bom", de forma tão maravilhosa. Havia sido uma embalagem perfeita e um amor perfeito, que agora se fora.

A Bíblia diz: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á" (Mateus 7:7–8). Esses dois versículos são encorajadores: peça a Deus caso você necessite de algo; busque caso não compreenda algo e bata quando a porta de sua compreensão mental estiver fechada. Eu bati à porta de Deus e pedi muito a Ele durante muitos meses, após o fim daquele relacionamento. Nunca parei de tentar imaginar o que havia dado errado. Queria compreender espiritualmente o que estava errado com o meu conceito sobre toda a humanidade, não apenas sobre uma única pessoa.

Fiquei surpresa quando descobri que, o que havia sido o meu modelo para a "pessoa perfeita" de Deus, havia sido aquele amigo. Eu estivera olhando em volta, procurando a mesma combinação de qualidades idênticas às minhas, só que em uma pessoa diferente. Aquele modelo de "pessoa perfeita" era minha própria preferência pessoal sobre o que um homem deveria ser. Essa era uma visão material. Essa visão acabou sendo falível, imperfeita e incompleta.

À medida que parei de me concentrar em pessoas, individualmente, para verificar quais as qualidades que elas poderiam ter que me agradassem, tentei obter uma compreensão mais espiritual sobre toda a humanidade, inclusive sobre todos os homens. Ao ponderar e ver cada homem como tendo as qualidades de Deus, tais como: bondade, gentileza, vigor, ternura, comecei a perceber um modelo ainda mais elevado, um que continuaria, sem esforço, a estar presente, cada vez mais em meu pensamento — e em minha vida — para sempre.

Além do mais, esse modelo é o Cristo, a presença de Deus em minha própria vida. Esse reconhecimento mais completo, do Cristo, sempre comigo, libertou-me do pensamento de que eu teria de encontrar alguém com um conjunto específico de características humanas, aparência e personalidade para combinar comigo, a fim de que pudesse me sentir completa.

Um trecho, escrito por Mary Baker Eddy, ajudou-me a reconhecer o homem (ou mulher) ideal. De fato, ela diz que, ao olharmos para os filhos da criação de Deus, de uma maneira mais elevada e mais demorada, começaremos a perceber "o coração da humanidade". Em realidade, ela escreve que, ao mantermos uma visão espiritual sobre a criação, chegaremos a ver "o universo inteiro... manifestando ... o infinito e divino ... Amor..." (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, PP. 268–269).

Meus próximos passos foram então "olhar de forma mais elevada" e "mais demorada" para perceber esse Amor infinito em toda parte e em todas as pessoas, não apenas em um ou dois homens, aqui e ali, isto é, homens que talvez, de forma aleatória, pudessem ou não entrar em minha vida. Ao manter a visão de toda a humanidade mais espiritual e mais elevada, comecei a perceber as qualidades de Deus em todas as pessoas que eu via, cada uma "manifestando o infinito e divino Amor".

Quanto mais eu adotava essa perspectiva espiritual, mais apareciam pessoas em minha vida que expressavam qualidades maravilhosas de amizade e companheirismo, como também todas as coisas que eu achava que tinha de encontrar em apenas uma pessoa especial. Isso não quer dizer que encontrar esse alguém seria errado ou que seria uma diminuição daquela visão mais abrangente. Estar em um relacionamento — seja ele casamento ou namoro — é uma maneira importante de Deus prover amor para todos os Seus filhos, e de fazer com que esse amor seja compreensível e tangível em nossa vida.

Finalmente, descobri a permanência e a realização do amor real, o amor de Deus. Esse amor está sempre comigo, nunca é interrompido, pois é sempre renovado e sustentador. É um amor que nunca pode ser perdido — e isso é o bastante!

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