Há alguns anos, apareceu em meu corpo uma erupção muito irritante que causava muita coceira. No início, não dei muita importância, mas quando essa erupção se transformou em ferida, achei que deveria tratar do problema seriamente. Dediquei um tempo específico para orar.
Comecei a me ver como idéia espiritual, sem nenhum elemento que pudesse se transformar em uma condição dolorosa ou anormal. Entretanto, toda vez que via a ferida, ficava impressionada com seu aspecto. Assim, era difícil orar para perceber a irrealidade de algo que me assustava. Conseqüentemente, a ferida não sarava e coçava sem parar.
Certo dia, encontrei em Ciência e Saúde o seguinte trecho: "Tudo o que a vista vê é uma imagem do pensamento mortal, refletida na retina" (p. 479). As palavras "imagem do pensamento mortal" ficaram martelando no meu pensamento, o que me pareceu uma indicação de que deveria deixar de examinar o corpo e me ocupar mais com meu pensamento. Perguntei-me: "Será que minha consciência está se assemelhando à do Cristo? Estou demonstrando aquela Mente que havia em Cristo Jesus"? Passei a ficar mais atenta aos meus pensamentos, substituindo os que não fossem bons pelas verdades a respeito do meu ser espiritual, como filha de Deus.
Pouco tempo após orar dessa maneira, num determinado dia, terminei minhas a tividades para assistir ao noticiário da TV, pois havia um caso que estava causando certo escândalo na política nacional e que me divertia muito. Havia chegado ao ponto de comparar os políticos envolvidos no escândalo a alguns personagens de desenho animado. De repente, fiquei gelada! Tudo se esclareceu: Eu estava orando para corrigir tudo o que não fosse bom a meu respeito. Mas, o que eu estava fazendo pelo que não era bom a respeito das outras pessoas? Será que estava atrelando a imperfeição, o erro e o mal à identidade real e verdadeira daquelas pessoas? Será que estava tão hipnotizada pelo erro que não conseguia ver o Cristo em cada uma daquelas pessoas? Percebi que a compaixão cristã agiria como uma proteção tanto para mim como para aqueles políticos. Num instante, perdi todo o interesse pelo caso, o qual provinha de uma curiosidade mórbida por mais escândalos no noticiário. Desliguei a TV. Voltei a orar, mas, dessa vez, incluindo nas minhas orações todos os envolvidos no rumoroso caso, a fim de vê-los como Deus os via e não somente com o sentido físico, ou seja, imagens do pensamento mortal refletidos em minha retina. Enfim, passei a vê-los como eles eram e sempre serão: os amados filhos de Deus, completamente separados de toda irrealidade do erro.
"Tudo o que a vista vê é uma imagem do pensamento mortal, refletida na retina" Ciência e Saúde, p. 479
Minha grande descoberta foi ver que o escândalo e suas causas não eram parte da criação de Deus, a Mente infinita. Empenhei-me em não manter na minha consciência pensamentos que pudessem atrair o mal, que me fizessem vulnerável a ele ou que fossem dessemelhantes de Deus e do Seu reflexo, o homem.
Fiquei tão arrependida por ter permitido que aquelas imagens penetrassem no meu pensamento que, naquela noite, acabei me esquecendo completamente da ferida. Só na manhã seguinte, porém, quando estava no banho, me dei conta de que não estava mais me coçando. Em dois dias a ferida cicatrizou completamente.
Os ensinamentos da Christian Science constituem um verdadeiro escudo, protegendo nosso pensamento e, conseqüentemente, o corpo e a existência.
