Há mais de 15 anos, em alguns períodos, nosso filho, Rafael, sentia dores em uma das pernas, no calcanhar e no pé. À noite, ao deitar, a dor se intensificava. Como Cientistas Cristãos, meu marido e eu estávamos acostumados a nos volver a Deus, em espírito de oração, para reconhecer o ser perfeito que Ele havia criado. Como resultado, a dor cedia e o menino tinha um sono tranqüilo, porém, a dor voltada em outros dias.
Deus, a Mente criadora, sendo a única Vida e o único Espírito, concebeu o homem à Sua imagem e semelhança, portanto, espiritualmente, não materialmente. Essa criação é pura, sã e harmoniosa. Reconhecendo esse conceito sobre Deus e o homem, procurávamos perceber em nosso pensamento o que era correto sobre nosso filho, ou seja, que ele é a criação divina e perfeita, livre de dor, pecado ou de qualquer problema em sua articulação.
Certa noite, ele se queixou de intensa dor e de não estar conseguindo movimentar a perna. Um parente estava em nossa casa nesse momento e assistiu à cena. No dia seguinte, o parente voltou à nossa casa e me disse que deveríamos trocar a cama de posição porque, naquele sentido, o menino não recebia bons fluidos. A boa energia estaria do lado contrário àquele em que ele deitava sua cabeça. Ouvi o comentário e mudamos de assunto. Sei que a intenção era de ajudar, pois ela o amava também. Mentalmente, porém, neguei que fosse possível Deus, o bem, estar ausente em uma direção ou ausente de um lugar. Deus, a onipresença, onisciência e onipotência está agindo em completa harmonia com Sua criação, em qualquer ambiente, lugar, posição, situação ou horário.
Procurei manter meu pensamento elevado e busquei a Deus como a Alma do homem. O Princípio único, sempre em ação, estabelecera Seus filhos, inclusive meu filho, livres para andar, nadar, correr, pular e brincar. Por isso, nada podia impedir o Rafael de se locomover de forma lenta ou rápida. Além disso, a crença em energia positiva ou em superstições não poderiam estabelecer a cura para o problema.
A Bíblia relata que Jesus curou um homem paralítico, em Cafarnaum. Reconhecendo a fé do homem para ser curado, disse-lhe: “...Homem, estão perdoados os teus pecados” (Lucas 5). Alguns dos presentes, escribas e fariseus, diziam que Jesus blasfemava e que somente Deus poderia perdoar pecados. Contudo, Cristo Jesus não só perdoou os pecados do paralítico como também o libertou do mal que o afligia, ordenando-lhe que se levantasse, tomasse seu leito e fosse para casa.
Estudando essa passagem bíblica, senti que o Cristo, ou seja, a Verdade divina estabelecida na compreensão espiritual de Jesus, foi o que havia curado o paralítico. Por isso, se eu também sentisse o mesmo poder curativo presente na vida de meu filho, ele seria curado. Deus era seu único sustentador e o criara à Sua imagem e semelhança, como o reflexo da perfeição, puro e sem nada de mal. A Bíblia relata que Paulo, em seu discurso para os Atenienses, disse: “...pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos... Porque dele também somos geração” (Atos 17). Senti-me calma e segura ao estudar esse trecho, porque reconheci que o Amor divino estabeleceu todos os Seus filhos perfeitos, livres e saudáveis.
“Não há Verdade material. Os sentidos físicos não podem tomar conhecimento de Deus e da Verdade espiritual”.
Também procurei compreender a saúde e inteireza do homem espiritual criado por Deus. Li trechos que indicavam a perfeição e a unidade do filho com o Pai-Mãe Deus. Mary Baker Eddy escreveu: “Só a Ciência Cristã, tal como foi demonstrada por Jesus, revela o Princípio divino e natural da Ciência. A matéria e suas pretensões de pecado, doença e morte são contrárias a Deus e não podem emanar dEle. Não há Verdade material. Os sentidos físicos não podem tomar conhecimento de Deus e da Verdade espiritual”. ...“As relações entre Deus e o homem, o Princípio divino e a idéia divina, são indestrutíveis na Ciência; e a Ciência não concebe um desgarrar-se da harmonia, nem um retornar à harmonia, mas sustenta que a ordem divina ou lei espiritual, na qual Deus e tudo o que Ele cria são perfeitos e eternos, permaneceu inalterada em sua história eterna” (Ciência e Saúde, pp. 272 – 273 e p. 470).
Esses trechos me fizeram compreender que ver meu filho perfeito, como Deus o havia criado, o livraria de qualquer medo de paralisia ou que o impedisse de brincar, de dormir ou de andar. Entendi que a Ciência divina inverte o que os cinco sentidos concebem e destrói as dores ou qualquer impedimento. Na Mente, Deus, o homem é espiritual e perfeito.
Desapareceu do meu pensamento qualquer dúvida sobre a identidade perfeita de meu filho, criada por Deus. Também compreendi que a lei da vida não é material, nem depende de energias ou bons fluidos. Nada pode interferir na saúde de uma idéia divina.
Naquela noite, a dor desapareceu e nunca mais voltou a se manifestar. Hoje pratica vários esportes. Para mim, esse foi um bom exemplo do benefício de não se deixar influenciar por crenças ou superstições. Compreender que Deus, o bem, é a Vida do homem nos torna livres para refletirmos o bem-estar e a saúde.
