O mundo atravessa um período de grande desunião. Vemos isso entre nações e dentro delas, nos negócios, nos relacionamentos familiares, em instituições educacionais e outras. Em resumo, é como se houvesse uma imposição mundial para aceitar a desunião ou opiniões conflitantes. Por que somos confrontados com esse desafio de desunião nos mais diversos aspectos da vida e, virtualmente, em todas as partes do mundo? Uma das respostas poderia ser o fracasso por não saber lidar com algo chamado magnetismo animal. Digo fracasso, pois aquilo que se apresenta como desunião ou imperfeição não é uma condição real, mas meramente um falso conceito, uma mentira agindo hipnoticamente na consciência humana. Portanto, para resolver esse problema, precisamos saber como lidar com o magnetismo animal.
O que é magnetismo animal?
Para compreender o que é o magnetismo animal, talvez seja útil analisar como a Christian Science define os seguintes termos: erro, magnetismo animal, sugestão mental agressiva e má prática mental.
Erro
É um termo usado para indicar a suposta ausência da verdade ou realidade. Obviamente, é uma suposição porque é impossível existir uma irrealidade real ou uma realidade irreal.
Magnetismo animal
Não é algo real, é apenas um termo usado para indicar que o erro, a suposta ausência da verdade, tenha o poder de agir e de fazer algo. Mas, como pode aquilo que não existe, fazer algo? Não pode. Apenas parece que faz alguma coisa. Como? Apresentando uma falsa sugestão.
Sugestão mental agressiva
É o meio pelo qual o magnetismo animal parece agir. Mas, isso também é apenas um termo.
Má prática mental
É o aparente efeito ou resultado da aceitação de sugestões mentais agressivas. Devido às sugestões do magnetismo animal virem até nós disfarçadas como nosso próprio pensamento, precisamos ficar alerta para detectá-las logo que se apresentem. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, dá a seguinte instrução: “Monta guarda à porta do pensamento” (Ciência e Saúde, p.392).
Alguns psiquiatras que realizaram um estudo sobre hipnose concordam com a afirmação da Sra. Eddy de que ser hipnotizado é o resultado de aceitar uma falsa sugestão em nossa consciência. Se acolhemos a falsa sugestão, somos hipnotizados a ver, sentir ou ouvir a falsa condição como realidade. Por isso, Mary Baker Eddy advertiu: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva...” (ver Manual da Igreja Mãe, p. 42). Isto porque, se abrirmos a porta para uma sugestão falsa e a admitirmos em nossa consciência, essa falsa sugestão se torna o que classificamos como uma “falsa crença”. Mesmo que tenhamos permitido que se torne uma falsa crença, a Verdade pode destruí-la.
Deus é a Mente divina. O homem não é uma pequena peça ou porção de Deus. Deus e o homem são um em qualidade, um no ser, mas distintos como causa e efeito, Mente e idéia.
Uma defesa segura
Então, como lidar com o magnetismo animal? Reconhecendo sua nulidade. Lembre-se, ele não é uma entidade real. É apenas um termo. Lidar com o magnetismo animal não é defender-se contra um poder maléfico, real e assustador. Ao contrário, significa proteger nosso pensamento para não aceitar a falsa sugestão de que tal poder seja real.
O que o magnetismo animal tem a ver com a desunião? A resposta está nesta declaração de Jesus: “Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir” (Marcos 3).
É preciso estar alerta para refutar as sugestões do magnetismo animal, que seguem a conhecida tática de “dividir e dominar”. Rejeitamos a falsa sugestão de desunião, na medida em que nos atemos ao ensinamento fundamental da Christian Science de que há um único Ser, Deus e Sua criação. Os Cientistas Cristãos entendem que Deus é a Mente divina. O homem não é uma pequena peça ou porção de Deus. Deus e o homem são um em qualidade, um no ser, mas distintos como causa e efeito, Mente e idéia.
Não pode haver separação entre a Mente e Sua idéia. Uma idéia nunca está separada da Mente que a idealiza. Conseqüentemente, não existe nenhuma divisão de tempo ou espaço entre Deus e o homem. O fundamento da união é a grande verdade de que Deus e o homem estão, para sempre, unidos.
O magnetismo animal não tem poder para separar o que Deus uniu. A prática da cura pela Christian Science pode ser exposta em termos da compreensão da união, embora as partes sejam individualmente distintas, entre a Mente e sua idéia, Deus e o homem. Ao reconhecermos nossa união com Deus, descobrimos nossa união uns com os outros.
O poder da união
Quais são algumas das falsas sugestões do magnetismo animal, que tentam dividir e destruir? Talvez uma das mais óbvias seja a sugestão de que a única Mente divina possa ser dividida em muitas mentes separadas, cada uma com seu próprio grau de inteligência. Aceitar essa falsa sugestão é abrir a porta para a desunião.
Ciência e Saúde afirma: “O exterminador do erro é a grande verdade de que Deus, o bem, é a Mente única...” (p. 469). Por que a Mente única extermina o erro? Porque o magnetismo animal tenta obter acesso à nossa consciéncia, agindo como se fosse nossa mente. Mas, a única Mente divina extermina a crença de que haja outra mente separada de Deus, para pensar erroneamente, hipnotizar ou ser hipnotizada.
O magnetismo animal é como a escuridão. Não é a presença de algo; é a ausência de algo. Ele não destrói o homem perfeito. Ele simplesmente oculta o homem perfeito. O Cristo é como a luz. Dissipa a escuridão e revela o homem perfeito.
A verdade é que nós refletimos a única e perfeita Mente, que é a nossa Mente. Pensamos como Deus nos faz pensar. Portanto, não existem duas mentes em conflito ou mesmo duas mentes que estejam de acordo. Há uma única Mente, Deus, sendo refletida individualmente por intermédio de cada um de nós. Visto que existe uma única Mente, precisamos estar refletindo a mesma Mente que tudo sabe, a qual Jesus refletia. Não existe nenhuma outra mente para ser refletida.
Não ter nenhuma outra mente senão Deus, a inteligência universal, aniquila todas as pretensões de que o mal seja uma mente, uma pessoa, um lugar ou coisa e destrói a ação do magnetismo animal que sugere a desunião das mentes. A única Mente divina impede a fragmentação e proporciona a base da unificação de homens e nações. Isso acelera o tempo em que os homens estarão “todos reunidos no mesmo lugar” (ver Atos 2); o tempo em que todos cederão ao perfeito governo de Deus e terão aprendido a caminhar em perfeita obediência à única Mente divina.
O magnetismo animal também tenta dividir e dominar, desviando nosso pensamento do erro que precisa ser tratado. Ele usa um chamariz e, se não estivermos alerta, direcionamos nossa atenção para esse chamariz, ao invés de lidarmos com a pretensão do erro de existir e agir. Repetidas vezes, o magnetismo animal pode usar uma pessoa como chamariz. Ele sugere que o homem seja imperfeito. Se aceitarmos a sugestão, somos tentados a utilizar a Christian Science para corrigir o homem imperfeito. Caímos nas mãos do magnetismo animal, quando focamos a pessoa ao invés do erro que se mostra como pessoa.
A premissa da Christian Science não é corrigir um homem imperfeito. Ao contrário, ela rejeita as mentiras sobre o homem perfeito, criado por Deus. O objetivo não é melhorar um homem real imperfeito, mas refutar a mentira de que um homem imperfeito possa ser real. O problema não é a pessoa, mas o magnetismo animal que usa a pessoa. É preciso despersonalizar o erro e vê-lo pelo que ele é, ou seja, somente uma mentira. Despersonalizar o mal para destruí-lo.
Despersonalizar o mal
Como despersonalizar o mal? É preciso separar qualquer traço, que seja dessemelhante de Deus, do ser do homem e recusarmonos a dar-lhe testemunho. Por exemplo, Deus nunca criou a teimosia. Portanto, a vontade própria não pode ser uma expressão de Deus. A teimosia parece existir somente quando lhe é dada uma objetividade como homem. Sem o homem para lhe dar testemunho, a teimosia não poderia existir.
O mal é destruído, quando separado do ser criado por Deus. Mas, despersonalizar o erro, não significa ignorá-lo. A Ciência do Cristianismo não ignora a crença no mal, nem fica alheia às suas pretensões. Apenas ignorar a crença no mal não o destrói. Nem se deve concordar com o erro, com o propósito de manter uma união de pensamento e ação. Ele deve ser desmascarado e subjugado, como sendo o nada.
É preciso estar atento para rejeitar as pretensões de desunião do magnetismo animal e afirmar que a união faz parte da criação divina. Somos unidos em nosso grande amor e gratidão a Deus e a Seu indescritível amor e cuidado para com cada um de nós. Somos unidos em nosso amor e gratidão a Cristo Jesus, nosso Guia.
”O Cristo em vós”
Deus nos revela sua lei perfeita por intermédio do Cristo. O Cristo é a presença da Verdade divina, que destrói o erro. O magnetismo animal é a suposta ausência do Cristo, a Verdade. Por essa razão, ele é tratado e destruído com o “Cristo em vós” (Coloss. 1). O “Cristo em vós” é a nossa consciência da verdade, que impede que todas as mentiras sobre a realidade penetrem nosso pensamento. A verdade sempre destrói a mentira. Não é uma questão de quão grande seja a mentira, mas sempre a de quão grande é o Cristo.
O magnetismo animal é como a escuridão. Não é a presença de algo; é a ausência de algo. Ele não destrói o homem perfeito. Ele simplesmente oculta o homem perfeito. O Cristo é como a luz. Dissipa a escuridão e revela o homem perfeito. Paulo escreveu: “...e Cristo te iluminara” (Efésios 5). O Cristo é a luz da verdade que dissipa a escuridão, revelando dessa forma a perfeita criação de Deus que já está presente. Curar não é corrigir um homem imperfeito. É revelar o homem perfeito. Não precisamos esperar pela vinda do Cristo. O Cristo está aqui agora!
À medida que discernirmos o magnetismo animal como sendo o nada, apenas um termo, sem lei, poder, mente ou realidade, nós também poderemos refutar a sugestão de desunião e dizer: “...ele nada tem em mim”. Essa é a razão pela qual lidar com o magnetismo animal se refere principalmente a como vivemos, mantendo um padrão de pensamento semelhante ao do Cristo, em todos os momentos. Além disso, não existe nenhum poder que possa nos impedir de viver dessa maneira. Jesus não somente compreendeu a Ciência do ser; ele a viveu!
O Princípio Divino governa o homem e isso precisa ser reconhecido individualmente e, dessa forma, será percebido na família, na comunidade, na igreja e em questões nacionais e mundiais. Vamos substituir a falsa crença de desunião pela verdadeira idéia divina de união. A Epístola de Tiago diz: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5). Oremos pela paz, harmonia e união nos lares e no mundo! O “Cristo em vós” aniquila o magnetismo animal e revela a união.
