Essa foi a surpreendente pergunta feita recentemente em um noticiário de cobertura nacional.
Um repórter comentou os furacões, terremotos, enchentes e incêndios ocorridos este ano e levantou a questão: “Seriam os desastres da natureza, algumas vezes chamados 'atos de Deus’, uma evidência da ira de Deus?”
Minha resposta imediata foi: “Claro que não!” Contudo, levei alguns momentos para entender por que minha resposta fora tão firme: ela estava apoiada no que venho aprendendo sobre Deus, o que Ele é e como trata Sua criação. A Bíblia contém capítulos e mais capítulos que revelam a natureza de Deus. Do princípio ao fim, a Bíblia registra a descoberta gradual de Deus por parte da humanidade.
Durante milhares de anos, as culturas grega, romana e egípcia haviam representado o universo como governado por vários deuses, tidos como deidades caprichosas, que recompensavam ou puniam o povo que governavam. Tal conceito transparece no Antigo Testamento pela maneira como o povo hebreu compreendia o Deus único, a quem Abraão chamava de Senhor, o Deus Eterno. Tempestades, terremotos e incêndios foram, algumas vezes, considerados como formas de castigo divino.
Já no Novo Testamento, Deus não é uma deidade distante e enfurecida. A história e o exemplo de Jesus deram uma perspectiva mais clara sobre a boa e terna natureza de Deus. Ao invés de distante e punitivo, Jesus disse que Deus, como Pai, se agradou em nos dar o seu reino (ver Lucas 12).
A Bíblia relata uma ocasião em que Jesus estava com seus discípulos em um barco, em alto mar. Sobreveio uma grande tempestade. Qual foi a reação de Jesus? “E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança” (Marcos 4).
Se um violento temporal fosse um castigo de Deus, Jesus estaria desafiando a vontade de Deus ao interrompê-lo. Se Deus tivesse realmente enviado o temporal, movido pela ira, Jesus, tão próximo de Deus, teria acolhido a repreensão e a condenação. Mas, não foi isso o que aconteceu. Pelo poder de Deus, o vento parou e tudo ficou tranqüilo.
Deus é o bem infinito. Ele oferece à Sua criação somente bondade e amor. Não é pela ira, mas pelo amor, que Deus corrige e purifica.
Os desastres da natureza não significam que Deus não ame Seus filhos. Por mais incrivelmente desafiadores que os incêndios, enchentes, furacões e terremotos possam ser, eles também podem ser oportunidades que dão testemunho, não da ira, mas do amor de Deus.
A mulher que fundou esta revista, Mary Baker Eddy, fez esta encorajadora declaração: “Minha fé em Deus e em Seus seguidores assenta no fato de que Ele é o bem infinito e proporciona a Seus seguidores a oportunidade de usarem suas virtudes encobertas, de colocarem em prática o poder que jaz latente durante a calmaria, mas que as tempestades fazem despertar para o vigor e para a vitória” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany”, p. 204).
Deus é o bem infinito. Ele oferece à Sua criação somente bondade e amor. Não é pela ira, mas pelo amor, que Deus corrige e purifica. Nenhuma pessoa, nenhum acontecimento, nenhuma tempestade, incêndio ou terremoto, pode nos separar de Deus, em nenhum tempo.
No final da Bíblia, o amor divino e a união de Deus com Sua criação estão muito claros. O Apóstolo Paulo escreveu: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus...” (Romanos 8). Nós somos de Deus, do Amor divino, Sua idéia e expressão valiosa.
O status do Amor divino inclui solidez, inteireza e permanência. “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo...” (Cântico dos Cânticos 8). Captar essa verdade, mesmo que não de todo, é oração eficaz. Essa oração faz com que o poder de Deus, que governa a vida, influencie nosso pensamento e nossa experiência. Seja este o tempo em que nos entreguemos, não à ira ou à superstição, mas, ao amor de Deus.
