“Por que você não tem um pouco de misericórdia?”, perguntou minha amiga. Ela não estava me pedindo, mas encorajando-me a ter misericórdia para comigo mesma. Eu havia acabado de lhe contar sobre meu fiasco musical naquela manhã, enquanto cantava um solo diante da congregação. Havia me sentido tola e humilhada, desejando que o chão se abrisse sob meus pés para que eu pudesse desaparecer. Portanto, o que isso tinha a ver com misericórdia? Essa palavra soou fora de moda. Não tinha nada a ver comigo.
Como membro de um coral clássico, havia cantado centenas de vezes o lamento sacro “Kyrie eleison” (Senhor, tenha misericórdia), como abertura de inúmeras peças de textos litúrgicos. Usualmente, a música era adequada a essa súplica e, para mim, isso soava como um eco de outra era.
“Ela acha que eu preciso de misericórdia”, comentei com outra amiga, esperando algum tipo de compreensão da parte dela de que, de fato, isso é uma relíquia do passado. Entretanto, ao invés disso, ela reforçou essa necessidade, referindo-se à quinta bemaventurança: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mateus 5). Com relutância, pensei que deveria dar uma nova olhada nesse versículo.
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