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Matéria de capa

Vencer a influência negativa

Da edição de janeiro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando era estudante universitária, eu adorava acampar, viver ao ar livre e explorar a natureza. Portanto, inscrevi-me um curso na universidade ministrado por um veterano do exército inglês, que havia aperfeiçoado sua capacidade de sobrevivência no Vietnã. Ele era um profundo conhecedor de táticas de sobrevivência sob circunstâncias difíceis e tinha muito a nos ensinar. Mas, sua filosofia com relação à preciosidade da vida era um pouco diferente da minha.

Esse instrutor acreditava que todas as pessoas tinham a capacidade de matar brutalmente e que ele podia trazer esse instinto à tona, sempre que quisesse. Com isso em mente, levou-nos a um acampamento e trouxe consigo algumas gaiolas com galinhas. Ao invés de ensinar as pessoas a sacrificarem as galinhas com misericórdia, ele escolheu o método mais cruel que se possa imaginar. Todos os alunos da turma tiveram de se apresentar para praticar esse método.

Entretanto, fiz objeções a esse comportamento odioso. Ao invés de tomar parte, afirmei o poder e a presença de Deus, o Amor divino. Resolvi ver a todos criados à imagem e semelhança desse Amor. Reconheci, em espírito de oração, que é inteligente perceber esse Amor como todo-poderoso e não apoiar a idéia de que a matança brutal é necessária para a sobrevivência. Além disso, admiti que, como todos nós somos governados por um Deus benevolente, que é a fonte de toda a inteligência, a vontade humana ou o despotismo (autoridade que tende à tirania) não podem ter o controle do pensamento de nenhuma pessoa, nem levá-la a agir mal. Uma idéia de Deus não pode sentir prazer ou satisfação ao fazer o mal a outra idéia divina. O interessante é que não critiquei o instrutor ou meus colegas. Simplesmente reconheci que eu estava vendo um estado hipnotizado de consciência, não a verdade sobre a natureza das pessoas. Continuei a orar até ficar convencida de que cada pessoa tem a capacidade de raciocinar e de se comportar inteligentemente.

Os alunos se retiraram do grupo, um a um, e permaneceram perto de mim, até que todos deixaram de participar da brutalidade. Eu não havia pronunciado uma úncia palavra sobre meu protesto, apenas me ative firmemente ao que eu sabia ser verdadeiro sobre Deus e Sua criação.

Mais tarde naquela noite, o instrutor me convidou para um passeio. Disse-me que, durante os anos de ensino desse curso, ele ficava satisfeito em ver como podia manipular as pessoas a agirem contra as suas convicções mais enraizadas. Nunca antes ele havia encontrado um aluno que não acabasse finalmente participando, cedendo ao furor e à pressão dos colegas. Ele não conseguia entender o que me fazia ser diferente, mas ao ponderar sobre isso, havia compreendido que, trazer à tona as características animalescas dos estudantes, provavelmente não fosse uma boa idéia. Também disse que nunca mais faria isso.

Essa experiência me ensinou muito sobre o magnetismo animal, um termo um tanto agourento, mas que é facilmente desmistificado quando compreendemos sua natureza falsa e como lidar com ele. No século XVIII, um médico austríaco chamado Franz Mesmer cunhou o termo magnetismo animal para identificar o que ele acreditava ser um poder semelhante ao magnetismo explicado pela física, só que neste caso, exercendo controle sobre o corpo humano. Embora Mesmer, com o passar dos anos, tenha caído em relativa obscuridade, seu campo de estudo ainda tem seguidores.

Somos governados por um Deus benevolente, que é a fonte de toda a inteligência, a vontade humana não pode ter o controle do pensamento de nenhuma pessoa, nem levá-la a agir mal.

Atualmente, o magnetismo animal é chamado de mesmerismo ou hipnotismo, mas seu termo original mostra claramente como funciona. Em essência, é animal em natureza e magnético em função. Em outras palavras, tudo o que afasta as pessoas para longe de Deus ou que avilta a verdadeira natureza espiritual das pessoas é magnetismo animal. Origina-se da crença de que a mente esteja na matéria e que essa mente seja uma mistura do bem e do mal. Portanto, não pode ter nenhum fundamento real, visto que, em realidade, Deus é Mente e somos a expressão dessa Mente.

O magnetismo animal é basicamente a pretensão do mal de ter poder e ação. Como tal, assume inúmeros disfarces diferentes. Às vezes, aparece sob uma forma relativamente inocente, tal como a crença de que somos propensos a pequenos problemas, como dar topadas com o dedão do pé, queimar um bolo, trocar insultos ou perder a carteira. Outras vezes, muito mais agressivo, apresenta-se como um casamento fracassado, ruína financeira, aquecimento global e em complicados complôs e conspirações do terrorismo. Na história que relatei, o magnetismo animal pintou um quadro em que, como seguidores desatentos de um instrutor carismático, meus colegas foram levados a agir com uma brutalidade que não lhes era característica.

Mary Baker Eddy, a autora de Ciência e Saúde, compreendia bem o mecanismo do magnetismo animal e a importância de se permanecer atento a ele. Das profundezas de sua experiência em lidar com o chamado despotismo dessa tendência, explicou ela: “Como a base do magnetismo animal é uma crença, e essa crença é de natureza animal, na Ciência o magnetismo animal, mesmerismo, ou hipnotismo é mera negação, que não possui nem inteligência, nem poder, nem realidade, e para os sentidos é um conceito irreal da assim chamada mente mortal” (Ciência e Saúde, p. 102). “Mera negação” é a definição de magnetismo animal mais clara e mais desmistificadora que encontrei, em parte porque ela aponta para a solução de como se lidar efetivamente com ele. Simplesmente temos de perguntar: “O que é que tenta negar a Deus e Sua idéia?” Depois, devemos afirmar a verdade espiritual que contradiz essa suposição.

Desafiei o que estava sendo negado sobre a verdadeira identidade de cada pessoa, raciocinando a partir do ponto de vista de que Deus é Amor.

No caso da minha experiência no acampamento durante a faculdade, o magnetismo animal estava agindo no sentido de convencer o instrutor de que ele obteria poder e prazer ao controlar as mentes de seus alunos. Os participantes acreditavam que encontrariam aprovação e boa vontade por parte do instrutor, ao seguir as orientações dele. Também tentou convencer-me de que estava vendo somente homens e mulheres em ação, ao invés de homens e mulheres misericordiosos, criados pelo Amor divino.

Essa experiência também ilustra um modo objetivo de lidar com o magnetismo animal. Em vez de me submeter ao que estava acontecendo, desafiei o que estava sendo negado sobre a verdadeira identidade de cada pessoa, raciocinando a partir do ponto de vista de que Deus é Amor, a Mente divina, a fonte de toda inteligência. Sua criação tem de expressar esse amor e inteligência. O magnetismo animal atua por meio da imposição da vontade humana controlando despoticamente outra pessoa, de tal maneira que uma igual medida de vontade humana, não importando o quão bem intencionada, não a neutralize. Só o Amor onipotente, o Deus que governa o universo inteiro, destrói o magnetismo animal. Ao orar para anulá-lo, é importante compreender corretamente a verdade com relação à mentira que está sendo apresentada, caso contrário, você pode acabar envolvido em uma luta de boxe com a sugestão mental agressiva e levar alguns golpes no processo. Descubra o que o magnetismo animal está sugerindo, negue-o, e então, coloque-se do lado da verdade. Somente dessa maneira é que podemos ver o magnetismo animal pelo que ele realmente é: o nada.

A advertência de Cristo Jesus: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (João 7), também nos oferece algumas idéias para lidar com o magnetismo animal. Tivesse eu ficado impressionada, zangada ou mesmo repugnada com as ações do instrutor ou dos colegas, estaria hipnotizada como eles. Ao invés disso, encontrei refúgio analisando um pouco mais a identidade verdadeira deles como filhos e filhas de Deus. Como resultado, cada um despertou para sua identidade espiritual, pura e misericordiosa.

A disposição de se afastar do quadro mental falso e de tomar posição no lado do bom Deus e de Sua boa criação, se aplica a todos os disfarces do magnetismo animal, quer apareçam sob a forma de condições atmosféricas adversas, terrorismo, enfermidade ou pobreza. Embora ele possa parecer ameaçador sob essas formas extremas, em essência, ele é meramente uma tentativa de negar a presença e o poder de Deus, o que é impossível. Ao invés de sucumbir a uma concepção errônea mesmérica, julgar pela reta justiça garante uma vitória segura sobre o magnetismo animal e nos mantém a salvo no lado da Verdade.

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