Costumava sentir muita tristeza durante o período das festas de fim de ano, pois achava que despertavam um clima consumista entre as pessoas, muita confusão e trânsito. Sentia-me extremamente irritada com o ambiente de desordem.
Lutava contra as comemorações de Natal pois, para mim, o nascimento de Jesus não deveria ser celebrado em apenas um dia do ano. A constante obediência a Deus, à Vida e à Verdade era o que deveria trazer a alegria genuína entre as pessoas.
Entendia que a devoção dos pensamentos a Deus traria bênçãos diárias para todos. Entretanto, não me dava conta do quão radical minha postura mental contra a atitude consumista no Natal se tornara. Logo após o Natal de 2003 estava muito triste e desanimada. O Ano Novo se aproximava e me sentia como se estivesse sendo castigada por essas festas. Foi então que adoeci. Sentia uma dor tão forte em um de meus pés, que mal conseguia colocá-lo no chão e mover os dedos. Até o toque do lençol ocasionava dores intensas. Era como se houvesse uma bola embaixo de meu pé.
Percebi que toda a minha angústia estava se refletindo fisicamente e gerando uma doença. Afinal, nada que pudesse ocasionar aquela dor havia ocorrido.
Ao examinar o que acontecia comigo, notei que nutria, desde criança, esse sentimento de incoformismo com o espírito forçado do Natal. Geralmente, as crianças esperam ansiosamente por essa data e a comemoram com uma alegria genuína. Já no meu caso, por vàrias vezes, me sentia forçada a comemorá-la, quase que como uma imposição: participar da ceia, estar bem e trocar presentes; tudo isso sem contar os fatores comerciais e materiais. Para mim, isso não tinha nada a ver com a alegria genuína do Natal e da mensagem de Jesus aos homens.
Volvi-me a Deus em oração e reconheci que o Amor divino está sempre presente. Entendi que era impossível que nutrisse algo em minha consciência que não me permitisse perceber que Deus estava presente ali mesmo, naquele momento, amando-me, dando-me alegria e conforto. Percebi que deveria ser grata por todos os dias do ano e não questionar datas. Vi que poderia vivenciar futuros Natais de forma diferente à medida que eliminasse o ressentimento que nutria por essas datas.
Ficou muito claro para mim que Deus está presente em todos os dias do ano, mesmo durante as festas de fim de ano. Se Deus é o bem infinito, não há espaço para o mal se manifestar por meio de uma dor intensa. O Amor divino está sempre presente, curando qualquer situação.
“A mente decide se a carne deverá, ou não, mudar de cor, doer, inchar e inflamar” (Ciência e Saúde, p. 385). Reconheci que sou governada apenas pelas leis do Espírito e da Mente, que não incluem dor no pé causados por inchaço, torção, luxação ou qualquer outra causa.
Percebi que obedecer a Deus não significa fazer sacrifícios, viver triste ou oprimida. Essa experiência me mostrou exatamente o contrário. Ver a todos como a imagem e semelhança de Deus, espirituais, perfeitos e alegres, liberta a todos do desânimo. Esses pensamentos são revelações divinas que trazem a cura.
Deus estava presente ali mesmo, naquele momento, amando-me, dando-me alegria e conforto. Percebi que deveria ser grata por todos os dias do ano e não questionar datas.
Apesar do agravamento dos sintomas, procurei não olhar nem tocar no pé. Visualizei apenas a oportunidade que Deus estava me dando de usufruir do Seu amor e preenchi minha mente com pensamentos bons. Parei de pensar com tristeza sobre o pé, a dor e as festas de final de ano. Nutri o pensamento com idéias divinas, lendo passagens bíblicas e de Ciência e Saúde que reforçaram o conceito de que sou espiritual.
As dores passaram. Voltei a caminhar com certa dificuldade, mas continuei orando. No final daquele dia percebi que estava curada e até dei uma corridinha. Em poucos dias já estava calçando sandálias de salto alto sem problema algum.
Tenho certeza de que fui curada pelas minhas orações e pela mudança de minha forma de pensar sobre as festas de fim de ano. Desde essa época, convivo em paz com as datas comemorativas. Sei que a harmonia e a alegria permanecem comigo e com as pessoas durante todos os dias do ano.
