Uma pancadinha inesperada assusta-me. Uma borboleta entra sorrateiramente no quarto por uma janela entreaberta e não consegue sair. Em pânico, choca-se contra o vidro e, em seguida, contra a parede. Mesmo quando abro toda a janela e, gentilmente, tento guiá-la para fora, ela continua voando na direção errada. Ela parece não ver ou compreender que ninguém a está impedindo de sair e que a saída está ali mesmo. Contudo, após muitas tentativas, a borboleta finalmente voa através da janela aberta rumo à luz.
Fugir de tudo que aprisiona ou limita e ardentemente buscar a liberdade, é um ato natural que merece esforço e sacrifício! Milhões de pessoas lutaram e lutam hoje em dia por sua liberdade. Há dois mil anos, uma criança veio ao mundo com o propósito de mostrar a cada um a direção na qual lançar seu olhar e para onde dirigir seus esforços, a fim de encontrar a verdadeira liberdade. Nascido na Judéia, no meio de um povo que sofria com a ocupação romana, Jesus Cristo poderia ter se tornado o líder de uma rebelião, um guerreiro poderoso, capaz de expulsar o invasor e de garantir a independência e a segurança de sua nação, para sempre. Essa era precisamente a missão que os filhos de Israel atribuíam ao Messias ou o Cristo, cujo advento era por eles aguardado. Contrariamente a essas expectativas, Jesus pregava o amor ao próximo, incluindo seus inimigos, durante todo seu ministério. Ele enaltecia a compaixão e o perdão incondicional. Nunca tocou em uma arma, nem mesmo para se defender. Contudo, libertava homens e mulheres do medo, da tristeza, do jugo da culpa e da doença que os escravizavam.
A essência da mensagem revolucionária e libertadora ensinada por Jesus pode ser resumida no fato de que Deus é nosso único e verdadeiro Pai, o Criador Todo-Poderoso e que, como resultado, estamos indissoluvelmente ligados a Ele como Seus filhos amados. Porque a verdadeira substância de nosso ser é espiritual e divina, somos o que Deus é, possuímos o que Deus possui. Nossa liberdade não é apenas um direito decorrente de nossa filiação divina, mas é um fato: nascemos livres, diretamente da própria fonte da liberdade. Para a maioria de nós, isso pode parecer uma declaração que está muito distante do nosso cotidiano.
Deus é nosso único e verdadeiro Pai, o Criador Todo-Poderoso e que, como resultado, estamos ligados a Ele como Seus filhos amados.
Certa vez, Jesus declarou: “...conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Conhecer o que é verdadeiro sobre Deus e Seus filhos, compreender esse vínculo amoroso que une o Pai à Sua criação, nos torna realmente livres. É um processo mental, pelo qual abandonamos aquilo que nos aprisiona e nos limita, o que significa que deixamos de acreditar que somos seres mortais sujeitos a leis genéticas e materiais, e que aceitamos nossa verdadeira natureza inteiramente espiritual, como filhos de Deus. Então, nossos esforços não são mais em vão. Eles nos levam para a direção certa, rumo às soluções de que necessitamos. Conseqüentemente, descobrimos que temos a capacidade de nos libertar de qualquer tipo de prisão, inclusive da escravidão da pobreza, da maldade e, até mesmo, da doença.
“Deus construiu uma plataforma mais elevada de direitos humanos, e a baseou sobre reivindicações mais divinas”, escreveu Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, (p. 226). Jesus Cristo demonstrou por meio da cura da doença e do pecado, que a presença e o poder divinos são naturalmente libertadores e que é possível, em qualquer situação, reivindicar nosso direito à saúde, à abundância, à alegria e à perfeição espiritual. Esse direito de reivindicar o que é verdadeiro sobre nossa natureza é inalienável e nunca pode ser perdido.
Durante este período de Natal, possa o Cristo guiar cada um de vocês, queridos leitores, para que possam se libertar e, como a borboleta, voar livremente rumo à luz da Verdade.
