Quão cientes estamos de nossas capacidades ilimitadas, do nosso domínio, dados por Deus? Tornemo-nos mais conscientes deles e veremos limites de todo tipo dar lugar à liberdade.
No mundo de hoje, mesmo com todas as suas notáveis inovações e avanços tecnológicos, ainda encontramos muitas formas de limitações cerceando e restringindo a humanidade.
Os avanços que a humanidade tem feito merecem respeito. Na área de transportes, por exemplo, vemos o progresso incrível que alcançamos nos últimos cento e cinqüenta anos. Progredimos de carroças cobertas com lonas, a aviões a jato e naves espaciais. Também é nessa área que homens e mulheres se elevam cada vez mais alto em seu domínio sobre o espaço.
Contudo, a despeito do quão rapidamente progredimos, continuamente nos defrontamos com limites de tempo e espaço. Sempre na ânsia de irmos mais rápido ou chegarmos mais cedo, de alguma forma, somos sempre restringidos. Mas, a Christian Science oferece uma lente inigualável pela qual podemos visualizar a vida. Quando olhamos por essa lente, a lente da metafísica divina, começamos a perceber a natureza mental, não apenas dos limites de tempo e espaço, mas de outras pessoas também. Começamos a ver o quanto estamos preparados para nos libertar desses limites.
A revelação de Mary Baker Eddy sobre a Ciência do ser, a qual ela denominou de Christian Science e explanou, em sua totalidade, no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, nos desperta para nossa verdadeira natureza espiritual como imagem e semelhança de Deus, o fato ontológico registrado pelos escritores do primeiro livro da Bíblia, que diz: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio... Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:26, 27).
A Sra. Eddy descobriu que o discernimento e a afirmação de nossa natureza espiritual semelhante a Deus, nos capacita a demonstrar o domínio que a Bíblia promete e que Jesus demonstrou. A Christian Science esclarece o fato de que a teologia de Jesus, que demonstrou total libertação dos limites mortais e ajudou outros a fazer o mesmo, assenta-se na verdade prática e demonstrável de que a Mente, ou o Espírito (Deus), e não a matéria, governa nossa vida e constitui nossa substância.
A Mente divina infinita dá à sua imagem e semelhança ou expressão, a saber, você, eu e todos, capacidades infinitas, que se tornam cada vez mais disponíveis a nós, à medida que aprendemos mais sobre nosso relacionamento com Deus, a Mente divina. Isso significa reconhecermos e nos conscientizarmos continuamente de nossa única fonte, a Mente divina.
Ora, talvez nos perguntemos: “Quão sinceramente aceito e afirmo que as capacidades infinitas da Mente divina são minhas por reflexo? Será que realmente vejo a mim mesma como Deus me vê, imortal, completa, ilimitada, sem problemas e totalmente capaz? Será que sei e aceito que tenho o poder, dado por Deus, de triunfar sobre toda e qualquer aparente limitação da mortalidade que possa me desafiar”?
A Sra. Eddy descobriu que o discernimento e a afirmação de nossa natureza espiritual semelhante a Deus, nos capacita a demonstrar o domínio que a Bíblia promete e que Jesus demonstrou.
Quanto mais aceitarmos a verdade fundamental de nossa individualidade espiritual e da de outras pessoas, mais nossas respostas a essas questões serão afirmativas e, por sua vez, mais vivenciaremos aquilo que é bom e verdadeiro. Descobriremos que algo da abundância espiritual ilimitada, sugerida [metaforicamente] no novo programa de TV nos Estados Unidos chamado “Deal or No Deal” (Pegar ou Largar), abrindo-se para nós. Esse programa de TV oferece ao concorrente a oportunidade de ganhar um milhão de dólares. Ele fica em frente a uma variedade de caixas, todas elas contendo dinheiro. Então, escolhe uma caixa e, freqüentemente, tem acesso a muito dinheiro. Às vezes chega, a ser 400.000 dólares. O apresentador do programa então diz ao concorrente: “Pega ou larga?”. Caso a resposta seja: “Largo”, ele então abre mão do direito ao dinheiro já ganho, a fim de tentar novamente ganhar um milhão. Contudo, se o concorrente disser: “Pego”, ele perde então a chance de ganhar um milhão de dólares, mas pode ficar com a quantia já ganha.
Com relação a Deus, o bom é que não existe nada do tipo “pegar ou largar” porque Ele nos dá todos os Seus benefícios sempre e sem restrições. Deus nos dá tudo. Somos livres para aceitar essa totalidade, o tempo todo, além de encontrar a libertação de todo tipo de limite. Quando aceitamos que nosso verdadeiro ser e condição incluem e expressam as capacidades infinitas da Mente divina, aceitamos o dom máximo de Deus, a plenitude que Ele nos dá. Como a Sra. Eddy nos revelou, a totalidade do ser é nossa herança divina, que inclui o domínio concedido por Deus sobre finanças limitadas, doença, medo, frustração ou obstrução. Alcançamos a liberdade que provém dessa compreensão sobre o ser, a qual permanece, conforme descreve a Sra. Eddy: “em surpreendente contradição às hipóteses humanas...” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 361).
Como sabemos, as hipóteses humanas nos representam como mortais, vulneráveis, físicos e com um acesso limitado ao bem. Contudo, Jesus mostrou a seus discípulos, e a todos que o ouvissem, uma perspectiva oposta sobre o ser, espiritualmente fundamentada, na qual Deus está continuamente dizendo a cada um de nós: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu” (Lucas 15:31). Como imagem e semelhança de Deus, cada pessoa está sempre com Deus, unida a Ele, inseparável dEle e, portanto, do bem ilimitado que Deus concede a cada um de nós. Ilimitado significa sem restrições, sem fronteiras, sem carência, deficiência ou insuficiência, seja de saúde, tempo, suprimento, oportunidade, capacidade, harmonia ou paz. O bem, Deus, está ao nosso alcance e disponível sempre.
Muito embora os limites continuem a restringir as pessoas, sob todos os meios e formas, existe, agora mesmo, uma saída por meio da oração consagrada.
Sim, Deus concede o domínio a todos. Esse domínio jamais pode enfraquecer, ser interrompido ou suspenso. Embora ele possa parecer diferente quando visualizado pelas lentes distorcidas da materialidade e dos sentidos físicos, o fato absoluto é que expressamos continuamente a capacidade infinita de fazer o bem e de estar bem. As capacidades ilimitadas de sentir a bondade completa de Deus são nossas por herança. Além disso, o bem que Deus, a Mente divina ou a Vida divina, concede às suas idéias, representa um “contrato” incontestável, irreversível. Um contrato que é final, permanente.
Por que estamos considerando hoje essa questão? Porque, muito embora os limites continuem a restringir as pessoas, sob todos os meios e formas, existe, agora mesmo, uma saída por meio da oração consagrada, fundamentada em um reconhecimento do domínio e da presença de Deus e na inabalável convicção de nossa coexistência com Ele.
Limites de todo tipo vêm envoltos no tecido da vida material. É prudente considerar quais os limites que impomos a nós mesmos, por adotar e aceitar os falsos limites da mortalidade em nosso próprio pensamento. Contudo, podemos neutralizar qualquer limite que tenhamos aceitado mentalmente, ao nos volvermos ao nosso ilimitado Pai-Mãe Deus, na busca por libertação. Deus não conhece e não permite que nenhum limite seja imposto à Sua imagem. O filho de Deus, nosso ser real, é a própria expressão de cada uma das infinitas capacidades divinas.
Por exemplo, a saúde é um aspecto das capacidades infinitas, resultante da consciência de que tudo está bem, ou seja, do reconhecimento de que a criação de Deus é eternamente saudável e boa, e que cada um de nós, como a imagem do Espírito e da Vida divinos, tem a capacidade ilimitada de conhecer essa verdade e de vivenciá-la. A doença é uma concepção equivocada de nossas capacidades infinitas como seres espirituais, ou uma ignorância de que elas existem e de que as herdamos. A enfermidade representa falsos limites aceitos e adotados pelo pensamento. Por isso, é importante aceitar a saúde como um fato fundamental do ser e que é tão natural para nós (porque somos a expressão infinita de Deus), quanto o é para a nossa fonte, Deus.
A questão sobre nossa saúde, isto é, saúde física e mental, como também a saúde financeira, dos negócios, da família, da carreira tem muito a ver com o que nós deixamos entrar no pensamento. A libertação de problemas de saúde limitada tem a ver com o aprender a lidar com pensamentos, não com coisas. Isso nos leva a considerar não somente o que estamos pensando, mas também a escolher o que pensar, ou seja, selecionar, de forma consciente, os pensamentos que desejamos ter ou não. Poderíamos chamar essa escolha ou separação de pensamentos desejáveis e indesejáveis de despojamento. Despojar significa: “eliminar” ou “livrar-se de algo”.
Portanto, despojar o pensamento significa eliminar ou livrar nossa consciência de qualquer pensamento sobre nós mesmos ou outros que sugira algo que seja dessemelhante de Deus. A Sra. Eddy explicou como é importante examinar nosso pensamento, no que se refere à saúde, ao escrever: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente. Quando se apresenta a condição que, segundo dizes, causa a moléstia, quer seja ar, exercício, hereditariedade, contágio ou acidente, então desempenha tua função como porteiro e veda a entrada a esses pensamentos e temores doentios. Exclui da mente mortal os erros nocivos; então, o corpo não poderá sofrer por causa deles. As alternativas de dor ou de prazer têm de provir da mente, e, como um guarda que abandona seu posto, admitimos a crença intrusa, esquecendo que com o auxílio divino podemos proibir-lhe a entrada” (Ciência e Saúde, pp. 392–393).
O principal obstáculo ao bemestar é o falso sentido sobre nossa identidade, que geralmente provém do falso conceito sobre Deus ou sobre nosso relacionamento com Ele. O pensamento mortal tem sua origem em um senso pouco elevado e limitado de Deus como nosso Criador. Todos os problemas provêm da ignorância sobre Deus, sobre Seu poder e cuidado para conosco, ou sobre a totalidade e a plenitude do ser de Deus. Essa palavra “Ser”, com letra maiúscula, significa Deus e Sua expressão, o ser espiritual criado por Ele. Deus e Seu filho nunca estão separados, mas sempre individualizados, como causa e efeito divinos.
Sempre há mais para se saber sobre Deus. Não podemos ficar satisfeitos com o conhecimento que tínhamos sobre Ele ontem. É imperativo nos mantermos à altura das exigências diárias de conhecermos melhor a Deus. É vital conhecê-Lo melhor, sempre, cada vez mais. Esse conhecimento diário e constante dEle por sua vez se transforma em uma confiança em Deus, a qual dissipa imediatamente os limites. A isso chamamos cura.
É importante estarmos alerta à rapidez com que podemos deixar de, vigilantemente, “montar guarda à porta do pensamento”. Nossa incapacidade de despojar o pensamento, pode nos induzir a uma aceitação de limites tão profundos, que eles parecem reais e quase naturais. Nem sempre é fácil reconhecer limites em suas formas sutis, ou seja, a aceitação quase que imperceptível de um senso limitado de saúde, visão, audição, prosperidade, santidade e, até mesmo, de inteligência, memória, coerência e capacidade de pensar, limitadas. Os limites surgem do nosso senso distorcido de misericórdia, de compaixão, de companheirismo e de fracasso nos relacionamentos e no amor. Talvez nos sintamos limitados por um senso da própria ausência de amor, de não sermos amados, de sermos antipáticos ou pouco atraentes. Os limites talvez se apresentem sob a forma de uma concepção incompleta ou da falta de um lar. Muitas vezes, esses limites irrompem em nosso pensamento pelo sentimento de falta de oportunidade ou pela sutileza errante de valorizar a idade e de pensar sobre nós mesmos como jovens demais ou velhos demais. Definirmo-nos pela idade é a mais perversa indicação de limites, porque geralmente traz consigo todos os efeitos nocivos que fazem parte da mortalidade.
Definirmo-nos pela idade é a mais perversa indicação de limites, porque geralmente traz consigo todos os efeitos nocivos que fazem parte da mortalidade.
Por trás de cada crença de limitação está um senso de carência, o qual é apenas um outro nome para as limitações que aceitamos. É importante compreender o seguinte sobre a carência ou os limites: eles se juntam em bandos como pássaros, isso mesmo, “dize-me com quem andas e te direi quem és”. Uma carência logo se verá acompanhada por outra, talvez até mesmo uma falta de vontade de viver, falta de disposição para viver, falta de alegria de viver, falta de desejo pela vida, falta de capacidade de amar e ser amado. Todas essas formas de carência, ”da mesma espécie”, tentam impor limites à infinidade do bem que cada um possui como herdeiro de Deus. Contudo, somos todos livres para nos recusarmos a aceitar qualquer forma de limitação e carência. Como reflexos da Mente divina, somos inteligentes. Essa inteligência é subjacente à nossa capacidade de defender nosso pensamento e vivenciar uma liberdade, cada vez maior, de todo tipo de limite.
A Bíblia e Ciência e Saúde ensinam que podemos nos despojar de toda forma de erro, inclusive das limitações e da carência, por meio da oração e do jejum. A Sra. Eddy definiu o jejum como: “abster-se de aceitar as alegações dos sentidos” (The First Church of Christ, Scientist and Miscellanny [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista e Vários Escritos], p. 222). Portanto, o verdadeiro jejum exige que rejeitemos, mentalmente, as “hipóteses humanas” que buscam um ponto de apoio em nosso pensamento e, ao invés disso, que aceitemos os fatos divinos sobre a nossa natureza como a imagem e semelhança ilimitada de Deus.
Podemos permanecer firmes com a oração que se abstém da evidência material. Podemos montar guarda à porta do pensamento, aceitando somente o que Deus, o Princípio divino, nos concede, jogando fora a falsa imposição de limites e, dessa maneira, vivenciar mais nossas capacidades ilimitadas.
