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REFLEXÃO

Expectativas ilimitadas

Da edição de dezembro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Um mito com o qual todos temos nos defrontado é o de que existem desafio complicados ou grandes demais para serem compreendidos, quanto mais curados! Há alguns anos, aprendi uma lição que me abençoou enormemente no mundo dos negócios e que ainda hoje me abençoa em minha atividade como Praticista da Christian Science.

Em meados da década de 1980, trabalhei em merchandising para uma empresa internacional em Frankfurt, na Alemanha, que vendia artigos finos e porcelanas para presente, para toda a Europa, Estados Unidos e bases militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Todas as compras eram feitas em dólares americanos. À medida que certos acontecimentos começaram a se desenrolar, apenas meu constante amor a Deus me impediu de sair da empresa. Lembro-me de ter memorizado a frase da Sra. Eddy em Ciência e Saúde sobre “homens de negócios e homens de grande cultura” (p. 128), embora, naquela época, não me considerasse nem uma coisa, nem outra.

Naquela ocasião, o dólar passou por uma tendência ascendente, longa e vagarosa, o máximo de seu valor cambial, e depois caiu precipitadamente. Em um período de doze meses, vivenciamos um aumento de 40% nos preços e nas despesas. A empresa foi comprada por outra corporação e o cargo do meu chefe imediato foi extinto. Tive de assumir suas responsabilidades na parte financeira do negócio, as quais acumulei com as atividades que já desempenhava em merchandising. Não somente estava despreparada para essas novas responsabilidades, como também jamais gostara da área financeira do negócio, pois me considerava uma pessoa criativa. Meus interesses sempre estiveram direcionados para artes, e achava tudo o que se relacionasse à administração financeira algo extremamente maçante.

Como o panorama econômico da empresa estava muito ruim, disseram-me que eu teria dezoito meses para tornar o que era agora uma divisão não-lucrativa, em uma divisão lucrativa. Após uma viagem às pressas para treinamento com a equipe financeira da matriz, na Inglaterra, retornei ainda mais convencida de minha incapacidade para lidar com o que parecia uma situação imposível. Sentia-me como uma pessoa obrigada a exceder sua capacidade e agora me arrependia seriamente por não ter feito cursos de economia na faculdade.

Depois de observar um plácido pôr-do-sol sobre as montanhas Taunus, do terraço do meu apartamento em Frankfurt, abri o livro Ciência e Saúde e me deparei com aquela passagem sobre “homens de negócios e homens de grande cultura”. Comecei a me envolver com o que a Sra. Eddy havia escrito. Quando li esta frase: “O termo Ciência, bem compreendido, refere-se tão só às leis de Deus e ao Seu governo do universo, inclusive o homem” (ibidem, p. 128), veio-me ao pensamento que, ao estudar a Christian Science durante os últimos anos, eu havia aprendido a Ciência final sobre a qual estão fundamentadas todas as outras ciências, inclusive a ciência da economia. O mais importante, essa Ciência era divina, estava acima e além de todas as demais ciências e revelava as leis espirituais de Deus, que operam e governam toda a criação.

No início, apenas reconhecer que Deus governa o universo, inclusive a empresa em que trabalhava e a mim mesma, trouxe-me a calma e a clareza que me permitiram abandonar o excesso de responsabilidade pessoal. Contudo, precisava estudar mais profundamente as leis específicas de Deus a que Ciência e Saúde se refere, ou seja, leis que me dariam orientação e ofereceriam soluções. Era semelhante a aprender matemática, pois como sabemos que existem leis gerais que governam os números, é importante aprender as leis específicas da adição, subtração e os princípios da matemática avançada, para obter respostas precisas.

Durante os meses subseqüentes a esse meu estudo, mais idéias desse mesmo trecho de Ciência e Saúde acalmaram meus temores, quando me lembrei de que essas leis do bem de Deus estendem “a atmosfera do [meu] pensamento, [me] dando acesso a regiões mais amplas e mais elevadas”. Meu conceito de empresa se elevou de tal forma que comecei a vislumbrar a maneira pela qual Deus a via. Deus, que é a Mente divina, cria cada idéia individual, ou seja, cada um de nós, idéia essa conhecida genericamente como homem. Por que não podia a combinação dessas idéias individuais trabalhar em conjunto como um único conceito, como algo que expressasse o bem coletivo de todas as idéias individuais de Deus?

Essa percepção abriu enormemente meu pensamento, porque agora podia perceber o conceito espiritual do bem coletivo como “negócio”. Por que não poderia um negócio individual (a empresa em que trabalhava, por exemplo) ser visto como parte de um conceito espiritual composto chamado economia, que também emana de Deus? O conceito de economia não é mais complicado do que uma simples idéia chamada homem, visto que o tempo, o espaço e a matéria temporais não estão incluídos em nenhuma idéia espiritual, não importa quão complexas essas idéias possam ser.

Essa compreensão me permitiu substituir o conceito errado sobre minha empresa como “um grupo de personalidades e de turbulências financeiras”, pela verdade divina sobre meu ambiente de trabalho, composto por uma coleção de idéias espirituais distintas (chamada homem), unindo-se para o bem coletivo. Percebi que essa idéia de empresa atende ao propósito de glorificar a Deus, demonstrando a produtividade, a alegria e a excelência dEle. Sentir o amor de Deus por mim e a maneira como Ele valorizava a empresa foi tão transformador, que desenvolvi minhas “faculdades e possibilidades latentes”. Quando compreendi esses fatos, meus temores desapareceram de uma vez por todas e trabalhar começou a ser bem agradável!

Adquiri bastante experiência em lidar com o balancete financeiro de lucros e perdas e me surpreendi apreciando os desafios financeiros. Quando o orçamento para propaganda foi cortado e o contrato com a agência de propaganda encerrado, fui forçada a descobrir uma idéia mais espiritual sobre coletividade e sobre o que significava uma carteira de clientes, exatamente como fiz com o meu conceito de empresa e economia. Assim que passei a ver minha carteira de clientes como sendo parte do bem coletivo, e uma nova oportunidade para Deus e Suas qualidades se manifestarem, foi fácil elaborar outra campanha publicitária para essa “idéia perfeita” que Deus criara. A campanha repercutiu muito bem em nossos clientes. Os anúncios criados na empresa tiveram mais retorno do que os feitos pela agência de propaganda. Estou certa de que foi porque a idéia sobre a carteira de clientes agora fora divinamente inspirada e, consequentemente, melhor expressada.

Dentro de um ano, nosso negócio prosperou e os dois anos seguintes foram os mais lucrativos na história daquela divisão. Um benefício inesperado dessa experiência foi que minha idéia sobre o que constituía uma pessoa criativa foi grandemente expandida. Compreendi que criatividade e beleza também ocupam um lugar divino nas finanças e na economia, como em qualquer outro lugar. Essa minha compreensão mais abrangente me proporcionou, naquela ocasião, a liberdade para expressar criatividade em todas as áreas de minha vida.

Isso se tornou bastante evidente desde que, há dez anos, ingressei na prática da cura pela Christian Science. Aquele trecho em Ciência e Saúde continuou a ser uma fonte constante de inspiração, principalmente a frase sobre como a Christian Science dá aos indivíduos “a habilidade de exceder suas capacidades normais”. Essa idéia me tem sido especialmente útil ao lidar com casos em que os pacientes necessitam ultrapassar seus limites de desempenho.

Há alguns anos, um trabalhador voluntário, que fora para a Venezuela ajudar milhares de pessoas que haviam ficado soterradas após um trágico deslizamento de terra, solicitou que orasse por ele. Esse homem tinha muitos desafios a enfrentar. Ao longo de vários dias, ele havia dormido muito pouco, tinha pouco conforto físico (nenhuma refeição quente, nem banho) e tinha de trabalhar lado a lado com pessoas que falavam diferentes idiomas. Nos primeiros dias após a tragédia, não havia nenhum esforço coordenado; as pessoas simplesmente chegavam querendo ajudar de qualquer forma e a operação acontecia pelo “impulso” delas. Orei fervorosamente com a idéia espiritual da Sra. Eddy sobre capacidade, como tamém com a afirmação no mesmo trecho: “a mente humana... requer menos repouso”.

Quando esse voluntário retornou aos Estados Unidos, relatou que tanto ele como aqueles ao seu redor haviam conseguido suportar tudo, sob enorme pressão. Ele havia vivenciado grande harmonia e cooperação entre as pessoas que não necessariamente se davam bem, devido a diferenças de classe social, étnicas e de idioma. Muito em breve, o esforço havia se tornado harmonioso e, após instruir as novas pessoas que chegavam, ele conseguiu terminar seu trabalho, sem ficar doente ou se ferir, o que freqüentemente ocorre em condições rudimentares e insalubres. Essa foi uma grande evidência, tanto para ele como para mim, de nossa capacidade verdadeira, por compreender que Deus é Todo-Poderoso.

Em outra ocasião, vi um aspecto completamente diferente do conceito de capacidade em ação, quando uma violoncelista profissional me ligou e pediu que orasse por ela. Disse-me que estava sofrendo de um caso extremo de ansiedade, enquanto se preparava para tocar uma peça particularmente difícil em um famoso festival de verão só para músicos. Ela estava apavorada por ter de tocar diante de uma platéia de músicos conceituados. Essa pressão fez com que ela ficasse imaginando se conseguiria executar alguma coisa. Mais uma vez, orei com a idéia de capacidade. Na verdade, como reflexo de Deus, era o direito divino dessa intérprete “exceder” suas habilidades. Seus desempenho foi maravilhoso, muito acima das expectativas de qualquer pessoa a respeito de como aquela peça clássica tão difícil poderia ser interpretada.

Um benefício inesperado dessa experiência foi que minha idéia sobre o que constituía uma pessoa criativa foi grandemente expandida. Compreendi que criatividade e beleza também ocupam um lugar divino nas finanças e na economia, como em qualquer outro lugar.

O conceito espiritual de capacidade tem sido eficaz também nos tratamentos espirituais relativos a provas escolares ou exames intensivos para concursos públicos, bem como para apresentações profissionais, prazos para finalização de projetos ou iminentes tomadas de decisão. Quando o paciente e eu nos volvemos à Christian Science ou “às leis de Deus e do Seu governo do universo, inclusive o homem”, estamos, automaticamente, nos afastando da lógica, do raciocínio e da dúvida humanos. Esse re-direcionamento do pensamento permite à mente humana, como continua aquele trecho, desprender-se “um tanto de si mesma”. Os velhos modelos de pensamento podem ser substituídos por uma percepção e inspiração novas. Embora cada caso seja diferente e todos sejam tratados individualmente, o mesmo conceito aplicado em diferentes contextos, mostra-me como o estudo da Christian Science expande, de muitas maneiras, as capacidades humanas.

Foi uma alegria trabalhar com esse trecho inteiro recentemente, quando dei um curso, que consiste de doze aulas de estudo intensivo sobre a Christian Science, com o propósito de ensinar a curar eficazmente por meio da oração. Às vezes, os alunos entram para o curso com motivos sinceros, mas com muitas dúvidas e medos sobre sua própria capacidade de compreender e demonstrar a Ciência. Admito que, de tempos em tempos, tenho tido minha parcela de “dúvidas e medos relativos à atividade do ensino”. Contudo, a esta altura, ao orar com esse amado trecho, percebo claramente que é a pureza e o poder da própria Christian Science que ensinam tanto o aluno como o professor, elevando a ambos “a regiões mais amplas e mais elevadas” onde, na presença do Amor divino e de toda a inteligência, o medo e as dúvidas se desvanecem.

Sou muito grata pelas infinitas aplicações desse trecho e de tantos outros em Ciência e Saúde em meu trabalho de cura, pois eles são uma fonte sempre renovável de suprimento. Na última parte desse trecho, quando a Sra. Eddy diz que a Christian Science “eleva o pensador a seu ambiente nativo de discernimento e perspicácia”, é de fato com humildade que podemos constatar a verdade prática nele contida, para o praticista, para o professor, para o aluno e para toda a humanidade.

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