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COMENTÁRIO

Capoeira: arte verde e amarela

Da edição de fevereiro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Na época da escravidão, ao fugirem para as matas, os escravos tinham no seu encalço os Capitães do Mato. Quando capturados, reagiam e atacavam violentamente com pés, mãos e cabeças, nas clareiras de mato ralo, cujo nome é capoeira. O embate era muito forte e, às vezes, alguns capitães eram mortos. Os sobreviventes, quando voltavam aos seus senhores, explicavam “as baixas” dizendo terem sido “pegos na capoeira”, referindo-se ao local onde haviam sido vencidos.

Assim a capoeira, no meio das matas, era praticada como luta mortal. Nas fazendas, sob os olhares dos Senhores de Engenho, era um jogo inofensivo, pois os escravos disfarçavam a luta utilizando a ginga, que é a base de qualquer “capoeirista”. Esse disfarce de dança foi fundamental para a sobrevivência dos escravos.

Essa é a história que autentica sua origem brasileira. Há muitas lutas na África, mas nenhuma semelhante à capoeira praticada no Brasil. Estudos científicos, como “Capoeira Angola” — Ensaio Sócio-Etnográfico (Rego, 1968), também afirmam que ela é brasileira; e nenhum pesquisador conseguiu encontrar nada de concreto que levasse a crer que a capoeira fosse africana e hoje é citada mundialmente como arte brasileira (www.capoeirabrasil-ce.com.br).

Após a abolição, a capoeira alcançou as ruas. Em seguida, foi proibida por uma lei revogada em 1930. Depois disso, passou a ser praticada em recintos fechados.

Pode-se dizer que a preservação da capoeira é uma vitória de um povo; uma demonstração de realização coletiva, que persistiu no seu direito de expressão e lutou pela sobrevivência, acreditando na liberdade, o que nos faz lembrar destas palavras de Ciência e Saúde: “Quando o objetivo é desejável, a expectativa acelera nosso progresso. A luta pela verdade nos fortalece em vez de nos enfraquecer, nos repousa em vez de nos cansar” (p. 426).

Tratada atualmente como um “jogo”, essa arte brasileira é repleta de valores e qualidades espirituais: capacidade de organização, respeito pelo mestre capoeirista e pelos mais velhos, carinho, disciplina, sabedoria grupal, equilíbrio, concentração, fidelidade às origens. Sua beleza se encontra na perícia e habilidade no manejo do corpo; no equilíbrio e na coordenação motora. Sua prática funde três modalidades de arte: música, poesia e coreografia e dentre as características mais importantes, destaca-se a criatividade, expressa em movimentos imprevisíveis, atrativos e de grande habilidade. Os que assistem a uma apresentação nem sempre sabem que a coreografia não é ensaiada. Os capoeiristas, como expressão de idéias espirituais, agem com domínio e inteligência, graça, ousadia, leveza, equilíbrio, desdobrando suas capacidades, sem se chocarem, em espaço bem próximo. Assim é a natureza e a atividade da Mente divina.

Com tantas qualidades, a capoeira venceu o preconceito e se espalhou da Bahia para o mundo. Em Nova Iorque, funciona há 12 anos a mais baiana das academias de capoeira fora do Brasil. Hoje está em mais de 160 países em todos os continentes, entre eles França, Itália, Suécia, Inglaterra, Alemanha, Finlândia e Japão (DocTV Cultura, Lázaro Faria).

Expressar vitalidade é um direito divino e todos são livres para desenvolver suas habilidades infinitas e perfeitas, com movimentos harmoniosos e exatos.

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