Ser feliz é algo que todos nós desejamos. A cada ano que se inicia fazemos planos e traçamos metas para alcançar novas realizações. De facto, independentemente da idade, classe social, nacionalidade, todos nós, homens, mulheres e crianças, procuramos a felicidade.
Para muita gente, a felicidade completa é algo inatingível; para outros é possível ter momentos de felicidade. Entretanto, para a maioria das pessoas, sentir-se feliz, de forma permanente, é algo impossível.
Desde pequenos é-nos incutida a idéia de que nossa segurança, nosso bem-estar, nossa alegria e felicidade dependem de pessoas ou de circunstâncias materiais. Penso que é o conceito errado que as pessoas têm sobre o que é a felicidade que a torna tão difícil de ser alcançada.
Pelo estudo da Christian Science e leitura do livro Ciência e Saúde, consegui compreender que a felicidade não depende da atitude dos outros, de situações, de planos ou de um ano novo. A felicidade é um dom de Deus, que todos já possuímos. Em outras palavras, a felicidade vem-nos directamente de Deus, e não como resultado de circunstâncias humanas. Ciência e Saúde corrobora essa afirmação: “A felicidade é espiritual, nascida da Verdade e do Amor” (p. 57).
Sendo Deus, o Amor, a única fonte da felicidade, ser feliz não é meramente algo para se alcançar mas, sim, uma qualidade divina que faz parte de nossa identidade espiritual, por sermos Seu reflexo. Portanto, é algo permanente, que nunca nos poderá ser tirado. Assim, aprendi a não mais dizer: “Hoje estou feliz”, mas sim: “Sou feliz”, independentemente da ocasião, circunstância, planos, realizações ou de um ano novo. A felicidade e a alegria tampouco dependem de pessoas, do marido, da esposa, ou do ano que está a começar. Já nos pertencem por herança divina, pelo facto de sermos filhos de Deus. Com efeito, Deus é Vida, Verdade e Amor, e, inevitavelmente, refletimos as qualidades inerentes a Ele, tais como satisfação, contentamento, vigor e amabilidade, que não podem ser dissociadas de nossa experiência pessoal.
Seguindo esse raciocínio, deime conta de que não é preciso andar em busca de alguém, de um companheiro ou companheira, ou de algo, para que nos sintamos completos e felizes. Só precisamos buscar o que já somos espiritualmente, como Deus nos criou e como Jesus nos ensinou com seu exemplo. Ele disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6).
O que será esse reino? Será o paraíso que alcançaremos um dia, mais tarde, depois de passarmos por aquilo a que chamam morte? Não! Esse reino é a realidade espiritual, acessível a todos, onde quer que vivamos, aqui e agora, independentemente de épocas ou circunstâncias. É maravilhoso saber que não precisamos esperar por um novo ano ou esperar por uma mudança na vida para encontrar a felicidade. Um estado de consciência tranqüilo, harmonioso e feliz nos pertence e nos é dado por direito divino, como filhos de Deus.
Assim, a felicidade não é algo que esperamos nos aconteça euforicamente em um determinado período do ano ou em um futuro distante e desconhecido. A felicidade é inerente ao nosso ser. É impossível não ser feliz. Independentemente daquilo que as circunstâncias possam dizer, nunca somos menos do que filhos e filhas de Deus, refletindo paz, alegria, amor e felicidade, de forma permanente. Foi assim que Deus nos fez!
Portanto, a necessidade não é de modificar o comportamento dos outros, alterar as situações humanas ou esperar que este ano seja diferente. Nada disso é necessário. A nossa vida, a felicidade, a paz, todo o bem que possamos imaginar, dependem apenas de nosso Pai-Mãe Deus. O que podemos esperar de um Deus todo-poderoso, que é Amor? Naturalmente, que Ele só nos transmita o bem e a alegria!
O facto de que somos um com Deus é bem explicado em Ciência e Saúde: “Assim como uma gota d'água é uma com o oceano, um raio de luz um com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, o Pai e o Filho, são um no ser” (p. 361). Sendo Deus Amor, amar e ser amado, ser feliz e expressar felicidade, fazem parte da identidade espiritual de cada um de nós. Portanto, o amor que, às vezes, tanto procuramos fora de nós, na realidade constitui o nosso ser.
Deus só nos conhece como somos na realidade espiritual, idéias, que se movem em perfeita harmonia no Reino dos Céus, a atmosfera da Mente divina, o Amor. Muitas vezes, o que nos impede de sentir essa felicidade que já nos pertence de forma absoluta, é o facto de pensarmos que a nossa felicidade depende daquilo que os olhos vêem e os ouvidos ouvem. Porém, os sentidos materiais são ilusórios, apenas dão testemunho do sonho de uma existência material, às vezes boa, às vezes problemática. A verdadeira existência é espiritual e harmoniosa.
Efectivamente, somos espirituais. O que é, então, o universo material, o tempo dividido em dias e anos, festas e celebrações? Devemos pensar que tudo o que é bom e belo é um símbolo da realidade espiritual. Porém, todo o contrário, o mal, a doença, o pecado, a morte, a tristeza, o sofrimento, a infelicidade, é uma contrafacção da realidade espiritual, ou seja, é uma imagem invertida da realidade.
Não é preciso tentar alterar ou adquirir alguma coisa, basta despertar para a realidade espiritual, para a eternidade da criação divina, e ver somente o bem. No Amor divino, a paz, a alegria e a felicidade nunca são limitadas a dias, épocas ou anos, mas são permanentes e ilimitadas.
Foram mantidas a grafia e as expressões usadas em Portugal.
