Em nossa busca pela paz no mundo, é de grande ajuda refletir sobre uma ocasião de grande conflito, em que a paz realmente veio à terra. Um exemplo aconteceu em 1905, quando a guerra desencadeada entre a Rússia e o Japão já durava cerca de dezoito meses.
A certa altura, ambas as nações estavam exauridas, tanto humana como financeiramente, com o custo da guerra, e tinham em mente considerar a paz. Isso levou a um Simpósio de Paz, presidido por Theodore Roosevelt, realizado em Portsmouth, no estado de New Hampshire, em agosto de 1905. Mais tarde, o Presidente dos Estados Unidos, Roosevelt, ganhou o Prêmio Nobel da Paz pelos seus esforços.
Durante o processo, as negociações, que ocorreram na Base Naval de Portsmouth, em Kittery, no estado do Maine, estiveram, em vários momentos, à beira de um colapso. Em duas diferentes ocasiões, o Czar Nicolau II da Rússia havia ordenado à sua delegação que retornasse à Rússia. A delegação japonesa também estava se preparando para voltar para casa.
Nesse período, estavam em andamento inúmeros esforços pela paz, nas áreas governamentais, comerciais, sociais, religiosas e espirituais. Muitas pessoas estavam orando e trabalhando pela paz, antes e durante o Simpósio.
Em dezembro de 1904, Mary Baker Eddy, publicou uma carta no Boston Globe, declarando: “O Primeiro Mandamento do Decálogo Hebreu — 'Não terás outros deuses diante de mim' — obedecido, é suficiente para fazer calar toda discórdia” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [Primeira Igreja de Cristo, e Miscelânea] p. 279). Ela também escreveu que o primeiro mandamento era seu “texto favorito” e afirmou: “Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; constitui a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo...' “ (Ciência e Saúde, p. 340).
Ela pediu a todos os membros de sua igreja, em Boston, para orarem “diariamente por um acordo amigável na guerra entre a Rússia e o Japão; e... para que Deus abençoe com paz e prosperidade aquela grande nação e aquelas ilhas do mar”. Tempos depois, ela pediu que cessassem de fazer essa oração especial pelo problema, mas que orassem: “Venha o Teu reino. Faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu”, e tivessem “fé na disposição que Deus dá aos acontecimentos” (Miscellany, pp.279—281).
O tratado de paz foi negociado em aproximadamente vinte dias, o que foi quase um recorde nos tempos modernos, e a guerra terminou.
Assim que a decisão foi tomada, e o tratado assinado em 5 de setembro de 1905, houve uma grande efusão de gratidão, simbolizada pelo culto de ação de graças da Igreja Episcopal de Cristo, em Portsmouth, e um culto vespertino episcopal, seguido, imediatamente, por um culto de ação de graças tradicional. Cem anos depois, em 2005, esses cultos foram repetidos, como um sinal da gratidão contínua por esse tratado de paz.
Embora o tratado não tenha agradado a todos, ele indicou o caminho para uma paz que durou muitos anos. Volver-nos a Deus em oração, nos dá a receita para lidar com conflitos na família, nas comunidades ou nas nações. Esse exemplo de paz, vinda ao mundo, mostra que o conflito não é inevitável e que a “paz na terra aos homens de boa vontade” é possível.
