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O Evangelho Segundo João

Estudantes de Christian Science da Grande São Paulo aprofundaram seu conhecimento do Evangelho de João, fizeram reuniões inspirativas e partilharam o que haviam descoberto. Também nos próximos meses apresentaremos excertos do que foi exposto nessas reuniões. No mês anterior, os comentários foram a respeito do primeiro capítulo em geral até o versículo 18. Continuamos agora com os versículos 19 a 31.

O Evangelho Segundo João

parte IV

Da edição de fevereiro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


1. Versículos 19 a 23: Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

João repete o testemunho dado anteriormente, no versículo 15, sobre o Messias que viria depois dele (no tempo), mas que sempre existiu (na eternidade, ou seja, o Cristo eterno). O João aqui referido é quem conhecemos como João Batista, que apareceu na história do Cristianismo antes de Jesus, o qual convocava o povo judeu a ser batizado, como símbolo de adesão à nova doutrina. João Batista era filho de Zacarias e Isabel, a prima de Maria, mãe de Jesus. Essa distinção faz-se necessária para não confundi-lo com o autor deste evangelho, conhecido como João, o Evangelista, filho de Zebedeu e irmão de Tiago, que também foi discípulo de Jesus.

João Batista afirma categoricamente não ser ele o Cristo, como alguns pensavam, e isso mostra uma de suas qualidades, a humildade de reconhecer sua posição como o antecessor do Messias, aquele que viera para proclamar a vinda do Cristo. Diante dos sacerdotes e levitas, componentes do sinédrio, uma espécie de tribunal de inquirição, ele confessou: “Eu não sou o Cristo” (versículo 20).

“Sou a voz do que clama no deserto”, como narrado no versículo 23, significa que, embora houvesse só a voz de João Batista, essa era suficiente para alertar e preparar o povo sobre a vinda do Messias, livrar de obstáculos o caminho daquele que viria depois, o Cristo personificado na pessoa de Jesus.

2. Versículo 24: Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.

Os fariseus eram um grupo de minoria, que se caracterizava pelo rigor na interpretação da lei. Acreditavam na imortalidade da alma e frisavam o cumprimento individual da lei em todos os seus aspectos, sendo o culto apenas uma parte deles. Enfatizavam a absoluta necessidade do dízimo, a ponto de se recusarem a tomar qualquer refeição em casa de não-fariseus, temendo que ali o dízimo do alimento não tivesse sido pago. Tal ponto de vista radical sobre o dízimo os distanciava do povo, motivo pelo qual se interpretava o nome fariseu como “separado”. Ciência e Saúde traz a seguinte definição de fariseu: “crença corpórea e sensorial, justificação própria; vaidade; hipocrisia” (p. 592).

3. Versículo 25: E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias nem o profeta?

João Batista afirmara não ser ele o Cristo, nem Elias, nem o profeta esperado pelos israelitas, que se referiam à afirmação de Deuteronômio 18:15: “O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim...”. Esse profeta anunciado a Moisés era esperado com ansiedade pelo povo, daí a pergunta dirigida a João. Pela pergunta feita, subentende-se que eles alegavam que João não tinha autoridade para batizar.

4. Versículos 26 e 27: A resposta de João foi enfática: “Eu batizo com água, que podemos entender como purificação; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis ... do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias”.

Desatar as correias das sandálias era a função de um escravo para seu senhor, portanto, João Batista reitera aqui sua humilde condição, a de ser menos que um escravo. A resposta de João vem mostrar a diferença entre o batismo na água e o batismo pelo Espírito Santo, reiterada no versículo 33, que comentaremos depois.

5. Versículo 28: Estas cousas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

Betânia era um local situado ao oriente do rio Jordão. Aparece em outros manuscritos como Betábara ou Betsábara. Não confundir com a Betânia citada no cap. 11:1, terra de Maria, Marta e Lázaro.

6. Versículos 29 e 30: No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.

Com a expressão “no dia seguinte” repetida nos versículos 35 e 43, o relato dá inicio a um período de 6 dias (ver cap. 2:1 “três dias depois”), que culmina com o episódio da transformação da água em vinho (ver 2:11). João Batista, ao ver Jesus, que se dirigia para ele, apontou-o como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” e continuou: “[ele] tem a primazia, porque já existia antes de mim”. Aqui João repete o que dissera no versículo 15 e assim reconhece a existência eterna do Cristo.

Deve ter sido difícil para o povo associar a idéia de cordeiro à pessoa de Jesus, pois o que eles conheciam era o cordeiro pascal, imolado como propiciação pelos pecados. Essa declaração de João faz lembrar o profeta Isaías: “...ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades...” “...como cordeiro foi levado ao matadouro...” (53:5, 7). É evidente que o profeta se refere ao sofrimento vicário de Jesus. A palavra vicário significa substituto, ou aquele que é investido do poder outorgado por outro, que pode realizar suas funções. O sofrimento foi imposto a Jesus, mas o Cristo, a manifestação de Deus, fez com que ele superasse a dor e lhe deu a alegria da ressurreição.

7. Versículo 31: Eu mesmo não o conhecia, mas a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.

Joāo vivia no deserto e Jesus, em Nazaré, por isso, nāo se conheciam. O propósito de João Batista foi o de preparar o povo para receber o Messias.

Bibliografia:

O Novo Dicionário da Bíblia, organizado por J.D.Douglas, Edições Vida Nova, 3a edição em português. Conciso Dicionário Bíblico, 6a edição, 1976, Imprensa Bíblica Brasileira. O Arauto da Christian Science, 02/1998, p. 7. Bíblia de Estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, 2003. Bíblia de Estudo de Genebra, Sociedade Bíblica do Brasil, 2004. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, impresso em 1990, The Christian Science Publishing Society, Boston, USA. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, João, J.Ramsey Michaelis, Editora Vida, 1994. A Bíblia Viva, 5a edição, Editora Mundo Cristāo. Comentario Exegético y Explicativo de la Bíblia, Jamieson, Fausset, Brown, Casa Bautista de Publicaciones, 8a edição. Nuevo Comentario Bíblico, Editores de la edición en español Tito Fafasuli, Federico Mariotti, Abdias Mora, José T. Poe, Casa Bautista de Publicaciones. La Santa Bíblia, anotada por Scofield, Editorial Publicaciones Españolas, 16a edición. Estudo Perspicaz das Escrituras, Sociedade Torre de Vigia, 1991..

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