As pessoas acreditam que podem se tornar possuidoras ou proprietárias privilegiadas de alguma coisa. Quando, por trâmites normais da lei, alguém adquire um imóvel, sente logo um forte desejo de cercar a propriedade e de afastar dali qualquer outra pessoa. Segue-se o que é universalmente aceito, ou seja, essa pessoa fica proprietária de uma determinada porção da superfície da terra, e a lei protege e defende seu direito de posse. Essa pessoa constrói uma casa e a ocupa, considerando-a sua propriedade particular, e ninguém tem permissão de se aproximar dela ou de nela entrar contra a vontade do proprietário, sob pena de ser considerado invasor. Em nosso atual estágio de desenvolvimento, geralmente se entende que uma propriedade é algo que deve ter um dono; que a terra, e tudo o que nela existe, possa ser dividida em partes e lotes, e que a posse de muitos ou poucos lotes possa ser reivindicada por algumas pessoas, à exclusão de outras. Tudo isso, no entanto, está fundamentado na suposição de que a matéria seja substância e de que o homem seja seu proprietário.
O processo ilusório da crença mortal parece inverter a verdade; pensamentos são exteriorizados em coisas, que são reivindicadas, possuídas e dominadas por pessoas. Alguns possuem muitas propriedades, outros, menos, enquanto a grande maioria não é dona de coisa alguma. Essa distribuição de bens materiais evidentemente desigual, suscita inveja, ciúmes e contendas, que freqüentemente induzem aquele que se considera impedido de realizar seu anseio, a usar de meios duvidosos, ou às vezes violentos, para obter aquilo que deseja. Pode-se dizer que noventa por cento das guerras e contendas no mundo se originaram e foram levadas avante devido à invasão dos assim chamados direitos de propriedade, ou devido ao desejo de aumentar o domínio sobre bens materiais.
Em realidade, tudo neste mundo pertence a Deus e, por reflexo, pertence também ao homem, a imagem e semelhança de Deus.
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