Certa vez, nos anos finais de sua vida, minha mãe escreveu sobre o lugar onde vivia sozinha: “Esta pequenina casa não é meu lar; ela não poderia conter nem metade dele”.
Achei muito libertador aquele conceito expansivo de lar e, recentemente, ponderei muitas vezes sobre ele, durante as cinco semanas após o furacão Katrina, em que tive de me mudar 11 vezes. Durante a maior parte desse tempo, não sabia o que estava acontecendo com minha casa em Nova Orleans, com os móveis e mutias outras coisas que, para mim, significavam muito.
Com certa freqüência, recebia informações sobre novos acontecimentos que podiam colocar minha casa em perigo. Se a casa tivesse resistido ao vento, então poderia ter sofrido com a enchente. Ainda que não tivesse sido atingida pela enchente, havia o perigo de incêndio na vizinhança que já queimara cinco casas próximas ou atrás da minha residência. Depois vieram os saques. O sentimento de vulnerabilidade era generalizado. Mesmo recebendo uma ou mais notícias boas, de várias fontes, meus temores e incertezas continuavam.
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