Certa noite eu dirigia pela estrada que vai de Paris a Berlim. Uma espessa neblina cobria toda a estrada e meu carro atingiu um lençol de gelo e derrapou. Acabou batendo no canteiro central da pista e parou. Meus três amigos e eu conseguimos sair rapidamente do carro e fomos para um lugar seguro. No instante seguinte, outro carro se chocou contra o meu. Ambos os carros ficaram totalmente destruídos. Felizmente, nenhuma das pessoas envolvidas no acidente sofreu qualquer dano, embora os cinco passageiros do outro carro estivessem sem o cinto de segurança.
Enquanto a policia tomava nosso depoimento no local da ocorrência, disseram-me que o outro motorista me culpava pelo acidente, porque eu havia deixado de sinalizar adequadamente meu carro e por não ter acionado o pisca-pisca. Contudo, afirmei que havia ligado tanto os faróis quanto a luz de advertência. O policial me aconselhou a contratar um advogado em Berlim.
Foi o que fiz. O advogado explicou que ele não duvidava da minha honestidade. Contudo, essa honestidade não me ajudaria em nada, porque durante a audiência, seria a minha palavra contra a do outro motorista. Disse-me, em essência: "Essa é uma situação difícil. Se você não conseguir provar que as luzes de advertência estavam ligadas, isso será ruim para você. A única coisa que poderá ajudar é uma perícia técnica. Mas, também não é uma coisa garantida". Finalmente, concluiu dizendo: "Este vai ser um período difícil para você, até que o caso vá a julgamento. Não se desgaste muito".
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