Há três anos, exatamente no meio da maior crise financeira e econômica no Uruguai, minha esposa e eu decidimos construir uma casa na praia. O local da obra ficava longe e eu tinha de viajar com freqüência até o lá para fiscalizar o andamento da obra e pagar os operários.
A certa altura, as coisas não estavam correndo conforme o esperado e os operários, que eu havia trazido de Montevidéu, talvez devido ao fato de estarem distantes de seu ambiente usual ou pela influência da indolência que se generalizara, deixaram de trabalhar com afinco e não cumpriram os prazos que havíamos combinado. Então, decidimos contratar outros operários, deixando apenas um da equipe anterior como mestre-de-obras do novo grupo. Logo depois, o novo encarregado me procurou para dizer que estavam faltando algumas ferramentas e materiais e que ele não podia se responsabilizar pela construção nessas condições. Ele ainda exigiu que isso fosse informado à polícia e, caso eu não o fizesse, ele desistiria do trabalho.
Diante de tal dilema, comecei a orar. Sabia que ir à polícia somente criaria confrontos entre os novos e os antigos operários. Também haveria problemas pessoais e eu teria de desperdiçar muito tempo para ir às delegacias de polícia e aos tribunais. Mas, por outro lado, reconhecia o direito do mestre-de-obras de esclarecer as coisas e sabia que esse direito tinha de ser protegido.
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