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REFLEXÃO

Rumo à realidade do Espírito

Da edição de março de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Podemos imaginar uma existência na qual a saúde perdure, a doença não exista, a vida seja só alegria, o suprimento jamais acabe e o amor esteja em toda parte? Utopia? Para alguns, talvez. Impossível? Não. Acessível? Totalmente. Cristo Jesus veio para nos mostrar essa realidade e como alcançá-la. Ele declarou: "...está próximo o reino dos céus" (Mateus 4:17), e ele percorreu o caminho para o céu, o qual contém o dom da vida eterna e da liberdade ilimitada, um caminho para seguirmos, também (Ibidem).

"Céu soa como algo grandioso", comentou uma amiga. "Contudo, tenho de resolver problemas aqui mesmo, na terra". "Sou refém do pagamento de uma grande hipoteca, de uma doença que não vai embora e de um casamento que está se desmoronando". Minha amiga desejava saber como o bem espiritual poderia livrá-la de se sentir encurralada nessas condições terrenas.

A Christian Science é um sistema de cura espiritual que responde a essa pergunta, ao explicar que o céu e todas as suas dádivas podem ser acessíveis a todos, aqui e agora. O céu não é um lugar distante, mas sim a presença de Deus ativa em nossa vida, aqui e agora. Quando nos sentimos encarcerados em qualquer adversidade, podemos nos livrar das limitações mentais e físicas, ao nos volvermos a Deus em busca de força, soluções, inspiração, orientação, sabedoria. Deus é a Mente que tudo sabe, que constantemente nos transmite pensamentos de saúde, amor e inteligência, dos quais necessitamos para nos sentir bem e livres. Qualquer que seja a situação difícil na qual estejamos encurralados, Deus é capaz de nos tirar dela, por intermédio de Seu poder divino.

Cristo Jesus comprovou, ao alimentar as multidões, ressuscitar os mortos e curar os enfermos, que as realidades da existência celestial podem ser cada vez mais sentidas, de modo tangível, aqui na terra. Ele não caminhou no meio dos doentes para ignorar a situação difícil em que se encontravam. Ele não deixou de atender ao pedido dos discípulos para fazer algo sobre a forte tempestade. Ele atendia a todos com amor e compreensão espiritual, qualidades essas que afastavam a doença e acalmavam a tempestade. Sua compreensão da imediata solicitude de Deus e de Sua supremacia libertava os cativos. Aqueles cujas vidas foram tocadas pelo Cristo vivenciaram um pouco mais do céu em suas próprias experiências.

Jesus não tentava encontrar o céu na casa perfeita, no corpo perfeito, no relacionamento humano ideal ou em uma localização geográfica.

Se formos tentados a orar por alguma coisa ou circunstância material que nos ajude a sair de dificuldades, é importante compreender que o caminho para a liberdade, apontado por Jesus, não foi uma receita para se encontrar um mero conforto na matéria. Quando ele exclamou: "Segui-me!", ele não se desviou do caminho para gastar lucros obtidos inesperadamente ou para veranear em uma praia. Jesus se dirigiu ao Espírito, a Deus. Ele ascendeu, ou seja, seu pensamento abandonou a terra, deixou para trás seus objetivos, prioridades e desejos terrenos e elevou-se a uma consciência espiritual, pura, ou seja, ao reino dos céus.

Jesus mostrou que o ingresso para passarmos da servidão terrena à liberdade era o crescimento espiritual e a vida no Espírito, que pode ser considerada como uma existência celestial. Alguns de seus interlocutores buscavam o progresso material, tal como mais dinheiro, fama ou popularidade (ver Marcos 10 e Mateus 23). Eles procuravam aumentar sua estatura social no mundo e diante dos homens. Mas esse não era o caso de Jesus. Suas obras promoveram a compreensão, a fé, a sabedoria e o amor espirituais. Ele sabia que as coisas do mundo eram fugazes e não fontes confiáveis de libertação ou consolo e não buscava fama e fortuna. Compreendia que Deus era sua vida, conseqüentemente, vivia para Deus. Não tentava encontrar o céu na casa perfeita, no corpo perfeito, no relacionamento humano ideal ou em uma localização geográfica. Evidentemente, ele espiritualizava esses desejos ao se volver ao Espírito para o bem que buscava, e confiava na ajuda divina para manifestá-los em formas que fossem humanamente apropriadas, tais como abrigo, roupas e alimentos necessários.

Podemos aprender também com o exemplo do Apóstolo Paulo e de seu parceiro Silas a nos libertar da opressão. Eles enfrentaram a ira, a tirania, a doença, a solidão e outros males e demonstraram que existe uma saída espiritual desse cativeiro. Eles enfrentaram maus momentos que, às vezes, pareciam terríveis e insuperáveis. Contudo, eles provaram que essas circunstâncias não podiam mantê-los prisioneiros, porque tais males negam a onipresença do Espírito, Deus e podem ser destruídos. É por meio do sentido espiritual que todos podemos nos tornar mais cientes da presença do Espírito e descobrir a imediata salvação de Deus.

Certa ocasião, Paulo e Silas foram capturados por inimigos que desejavam matá-los (ver Atos 16). Eles foram lançados no cárcere, tiveram seus pés presos ao tronco, eram vigiados por soldados e seriam levados a julgamento por uma corte que, indubitavelmente, estaria preparada para agir de forma fraudulenta contra eles. Segundo todas as aparências, Paulo e Silas estavam encurralados, subjugados e condenados, ou seja, mantidos reféns de poderes maléficos, que tinham como objetivo destruir a eles e à sua missão.

Aparentemente, sem se deixarem impressionar pelas péssimas circunstâncias em que estavam, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus. O corpo deles podia estar em uma cela de prisão, mas o pensamento não estava. A compreensão que tinham da vida no Espírito impedia que as condições materiais lhes impussessem uma perspectiva de medo e aflição. Segundo a Bíblia, eles não passaram o tempo todo se lamentando de sua situação material. Não se entregaram ao desespero. Ao invés disso, se concentraram na realidade espiritual, na qual Deus reina supremamente. Por isso, Deus correspondeu a essa confiança. Uma força poderosa sacudiu os alicerces da prisão, as portas se abriram violentamente, e suas amarras se soltaram. Eles caminharam para fora livres. A corrente de ferro do ódio e da maldade foi quebrada e um pouco mais da realidade do céu abençoou a continuidade do ministério a que se dedicavam.

Essa regra de olhar em direção ao Espírito para escapar de possíveis captores, aplica-se também na libertação de problemas de saúde. Se alguém está enfrentando um funesto diagnóstico médico, uma dor, um vício ou enfermidade, o prognóstico e o sofrimento podem ser interrompidos mesmo com um simples vislumbre da realidade espiritual. Como Paulo e Silas fizeram na prisão, podemos olhar além e acima do quadro material de doença, em direção ao Espírito, para obtermos a ajuda de que necessitamos.

No Espírito, descobrimos que a saúde é o padrão de Vida, Deus constituindo essa Vida. Saúde e Vida vêm juntas em um único pacote divino. Elas não podem ficar separadas uma dá outra. A saúde é imortal, tal como o amor, a inteligência ou a alegria. A Vida é espiritual. A saúde é uma qualidade da Vida.

Como presença espiritual, a saúde não se encontra no batimento cardíaco, no sangue, nos pulmões, no cérebro nem nos genes, assim como o amor não se encontra no coração ou nos lábios. O amor pode ser expresso por meio de um sorriso, de uma boa ação ou de palavras amáveis, mas o amor manifestado não está no corpo que expressa o amor. O amor é um estado da Mente, Deus, e é expresso pela espiritualidade da pessoa, a qual governa o corpo humano.

A mesma regra se aplica à saúde. A saúde pode ser manifestada como um coração funcionando normalmente ou músculos fortes e flexíveis, mas a saúde manifestada não está no coração nem nos músculos. A saúde é uma qualidade do Espírito expressada. A saúde não é material; ela é incorpórea.

Há aproximadamente treze anos, um homem, que acabara de se aposentar de uma longa e bem sucedida carreira como engenheiro, me ligou. Ele estava com fortes dores e em agonia. No ano anterior, havíamos nos encontrado durante um simpósio e conversado sobre a cura na Christian Science. Ele estava de cama, incapaz de se mover ou andar, sem que sentisse dores excruciantes. O médico havia diagnosticado um problema de artrite, para o qual não havia nenhum remédio. Disseram a ele que teria de tomar analgésicos para o resto da vida, para enfrentar a doença. Ele se sentia como um refém, mantido preso por alegações enganosas, sob uma lei injusta.

Assegurei-lhe que ele poderia se curar pela Christian Science e lhe disse que não precisava temer o diagnóstico médico, porque Deus ainda era a sua Vida. A perspectiva do médico não havia levado em conta sua identidade espiritual, que era saudável e incapaz de ter artrite. Oramos juntos por sua saúde e por uma melhor compreensão de sua identidade perfeita no Espírito.

Uma saída com êxito da sensação de se sentir cativo da coação da matéria, é se elevar em pensamento ao Espírito, onde encontramos todas as bênçãos pelas quais esperamos.

Em três dias, ele conseguiu lavar o carro. Em nove dias, as dores e a incapacidade física desapareceram. Alguns anos mais tarde, ocorreu uma leve recaída que foi rapidamente vencida com a afirmação da capacidade de Deus em mantê-lo permanentemente bem. Desde essa cura, meu amigo tem mantido um estilo de vida ativo e saudável, desfrutando seu tempo na companhia de sua família e em projetos especiais.

Ciência e Saúde declara: "O pensamento humano precisa libertar-se da materialidade e da servidão que ele mesmo se impôs. Já não deveria perguntar à cabeça, ao coração ou aos pulmões: Que probabilidade de vida tem o homem? A Mente não está sem defesa. A inteligência não emudece diante da não-inteligência" (p. 191). A "auto-imposição da materialidade e da servidão" surge da crença de vida na matéria, que é o oposto da Vida no Espírito. Uma saída com êxito da sensação de se sentir cativo da coação da matéria, é se elevar em pensamento ao Espírito, onde encontramos todas as bênçãos pelas quais esperamos.

Jesus comprovou, Paulo e Silas testemunharam, e meu amigo constatou o que destrói os limites da matéria: uma compreensão de que nossa vida e liberdade estão no Espírito. Essa compreensão liberta tanto o pensamento quanto o corpo. Então, a cura acontece e um pouco mais do céu é encontrado aqui mesmo na terra.

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