Em 2004, minha irmã veio do Togo para passar o Natal e o Ano Novo comigo e meu marido. Quando chegou a hora de ela voltar para casa, chamamos um táxi para nos levar ao aeroporto. Vivemos em um subúrbio parisiense, conhecido por sua pobreza e violência. Tomamos o táxi e logo que ele partiu, tivemos de parar, pois havia um grupo de jovens na calçada. Um deles se aproximou da porta do lado direito do táxi e nós e a motorista imaginamos que ele desejava falar conosco. Mas, para nosso espanto, ele friamente abriu a porta, apanhou a bolsa da motorista e saiu caminhando tranqüilamente. Começamos a gritar, em protesto, mas ele não voltou.
Saí do carro e corri atrás dele, gritando para que ele voltasse com a bolsa. Então, ele começou a correr e eu não consegui alcançá-lo. A motorista do táxi, inicialmente um pouco atordoada, também me alcançou. Todos ali tinham visto o que ocorrera e voltamos para o grupo de jovens, os quais permaneciam próximos do táxi.
Comecei a lhes dizer que eu tinha certeza de que eles conheciam o rapaz que havia roubado a bolsa e eu esperava que eles fizessem o que fosse necessário para devolvê-la à proprietária. A motorista explicou que todos os seus documentos pessoais, como também os do veículo, estavam na bolsa. Sem eles, ela não poderia trabalhar. Ela acrescentou que eles poderiam ficar com o dinheiro, se assim o desejassem, mas que ela realmente precisava recuperar os documentos. Após dar aos jovens o número do meu celular, para que pudessem entrar em contato comigo, quando a bolsa fosse encontrada, disse-lhes que os via freqüentemente por ali e que sabia que muitas pessoas os acusavam de serem arruaceiros. Acrescentei que sabia que, na verdade, eles eram honestos. Imediatamente responderam: “Faremos tudo para encontrar sua bolsa”.
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