Nosso vizinho vociferava obscenidades, enquanto dirigia sua caminhonete, para frente e para trás, com o motor roncando alto, sobre a pequena faixa de terra que separava sua entrada de carros da nossa. Meu marido e eu não havíamos imaginado que ele ficaria tão zangado com relação ao pequeno gramado que plantáramos na nossa metade da faixa. Embora ambas as partes estivessem se empenhando para chegar a um acordo, agora a situação atingira um ponto crucial. Era como se uma guerra houvesse sido declarada naquele bairro.
Após o episódio, nosso vizinho partiu como um rojão para o trabalho. Felizmente, meu marido e eu teríamos o dia todo para pensar no que fazer. Diante do dano causado à propriedade, dos insultos verbais e das acusações feitas em público, ouvidas por todos os outros vizinhos, estávamos tentados a reagir emocionalmente.
Contudo, sempre nos empenháramos para encontrar soluções pacíficas, de uma forma ou de outra. Por isso, decidimos que, nesse caso, poderíamos começar pela compaixão por aquele senhor e sua família. Sabíamos que eles estavam sob muita pressão. Tanto o marido como a mulher trabalhavam, bem como seus três filhos adolescentes. Havia um constante entra e sai durante o dia e a noite. Embora não achássemos necessário imaginar que havíamos feito algo errado, meu marido decidiu escrever uma carta explicando o mal-entendido. Ele não somente assumiu a culpa, mas expressou sua disposição em encontrar uma solução que satisfizesse a ambas as partes.
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