Não é raro em festas ou mesmo em encontros de amigos, em um clima de alegria e descontração, cantar a música "Deixa a vida me levar". Muito conhecida por grande parte dos brasileiros, o refrão diz: "...deixa a vida me levar / Vida leva eu / Tô feliz e agradeço / por tudo que Deus me deu". O autor-compositor e cantor é Jessé Gomes da Silva Filho, o Zeca Pagodinho, um carioca que foi criado no subúrbio do Rio, onde surgiu o pagode na década de 70. O ritmo é uma variação de samba que mistura ritmos africanos, banjo brasileiro, repique de mão e, no lugar do surdo, o tantã, uma espécie de tambor africano (Renato Roschel, Almanaque Folha).
Embora cantada em clima de felicidade, o primeiro verso é triste, pois diz que "em matéria de guarida, não chegou a minha vez". Ainda assim, refrão tem o agradecimento: "por tudo o que Deus me deu".
Nota-se, portanto, uma espécie de conformismo e aceitação pacífica das condições humanas, embora precárias, aguardando um momento para o encontro da felicidade, da realização de um sonho, uma esperança de progresso e, principalmente, de "guarida", ou seja: proteção, amparo.
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