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Matéria de capa

A idade vista sob um novo prisma

Da edição de março de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


A criança diz: “Não vejo a hora de crescer”. O vovô responde: “Oh, se eu pudesse ser jovem de novo”. Podemos dizer que a insatisfação com a idade se manifesta em todas as idades.

Contudo, isso não é novo. Queixas sobre o número de anos vividos remontam, provavelmente, ao início da história humana. Entretanto, também desde essa época, os sábios têm sugerido que talvez o segredo para a satisfação seja nos concentrarmos no agora.

Muitos personagens da Bíblia, tanto jovens como velhos, libertaram-se das restrições relacionadas à idade. O interessante, porém, não é necessariamente o fato de terem conseguido fazer isso, mas como ou por que conseguiram fazer isso. A intenção deles não foi simplesmente a de tornar sua vida melhor, nem suas realizações o resultado de simples força de vontade.

Eles reconheceram que Deus os chamara para cumprir uma missão

O que capacitou essas pessoas a cumprir seu dever, sem levar em conta a idade, foi o reconhecimento de que Deus os havia chamado para uma missão específica e que eles estavam humildemente dispostos a ser o instrumento de Deus para esse propósito.

Esses motivos mais elevados outorgaram plenos poderes à capacidade de cada um deles de realizar um trabalho mais grandioso, mas sempre sob a orientação de Deus e por intermédio de Sua ajuda. Para esses indivíduos, a questão da idade cedeu a um desejo maior de amar a Deus e a seus semelhantes. Quando eles fizeram isso, a idade, em última análise, provou ser irrelevante.

O patriarca Abraão poderia ter-se deixado convencer de que, por ter 75 anos, Deus estava chamando a pessoa errada. Afinal, os planos de Deus eram grandiosos e talvez soassem como que destinados a um homem com a metade da idade de Abraão. Ele teria de deixar seu lar na Mesopotâmia e se mudar para uma terra diferente e ainda não revelada. Após chegar ali, foi-lhe dito que ele se tornaria o pai de muitos.

O propósito da jornada seria duplo: Abraão seria abençoado, tornando-se o pai de uma grande nação, como também ele mesmo seria uma bênção para outros povos. Contudo, tudo isso ficara ainda mais complicado, pelo fato de Abraão e sua esposa não terem nenhum filho.

Abraão aceitou o propósito que Deus tinha para ele.

Não há nenhuma evidência bíblica de que Abraão alguma vez tenha duvidado de Deus a respeito da orientação surpreendente que recebera dEle. Ao invés disso, sem qualquer detalhe que pudesse atraí-lo à nova terra, sem nenhuma programação cronológica sobre quando chegaria ou qualquer indicação do que se esperava dele quando lá chegasse, Abraão estava disposto a aceitar que Deus tinha um propósito para ele.

Daquele ponto em diante, a vida de Abraão serviria como um campo de teste de sua fidelidade a Deus. Nem sempre estava claro como os planos específicos de Deus iriam se manifestar. Por exemplo: como Abraão se tornaria pai tão tarde na vida? Teria sua esposa Sara um bebê, com uma idade tão avançada?

Muito embora Abraão freqüentemente cometesse erros, sua disposição de obedecer e seu desejo de ser útil, apesar das probabilidades contrárias que pareciam se acumular contra ele, pavimentaram o caminho para esse resultado notável.

No entanto, ele se tornou o pai de dois filhos: Ismael e Isaac. Esses filhos tiveram seus próprios filhos e a terra se tornou próspera com os descendentes de Abraão. Em última análise, Abraão mudou o mundo, tornando-se o pai não só da “grande nação” que Deus havia prometido, mas também o patriarca do Judaísmo, do Islamismo e do Cristianismo, cujos seguidores juntos somam hoje mais de três bilhões.

De acordo com a Bíblia, Abraão viveu durante muito tempo ainda, depois do primeiro chamado de Deus. Muito embora ele freqüentemente cometesse erros, sua disposição de obedecer e seu desejo de ser útil, apesar das probabilidades contrárias que pareciam se acumular contra ele, pavimentaram o caminho para esse resultado notável.

Juventude e inexperiência não são barreiras para a confiança em Deus

Outros personagens bíblicos enfrentaram desafios do lado oposto do espectro da idade. Eram considerados muito jovens, inexperientes ou imaturos demais para levar a cabo as tarefas deles exigidas.

Tomemos Davi, por exemplo. Quando o profeta Samuel saiu em busca de um substituto para o rei Saul, cujo comportamento Deus desaprovara, ele foi instruído a não escolher um homem com base na aparência. Samuel obedeceu a essa orientação. Ao analisar os sete filhos mais velhos de Jessé, Samuel sentiu que nenhum deles tinha o “coração” correto. Em vez disso, ele escolheu Davi, o filho mais novo de Jessé, que na ocasião era só um menino.

A escolha de Samuel acabou sendo de extrema perspicácia, pois apesar da juventude de Davi, ele tinha uma qualidade que provou ser mais importante do que a experiência de vida, ou seja, a confiança no poder e na proteçāo de Deus. Isso foi demonstrado, quando o jovem Davi se ofereceu para lutar contra um inimigo ameaçador do rei e seus homens: Golias, o filisteu.

Ao invés de usar a própria armadura do rei que lhe fora oferecida, David escolheu confiar em Deus como proteção, da mesma maneira como havia feito com êxito anteriormente, ao defender as ovelhas de seu pai contra predadores. Apesar da juventude e inexperiência de Davi como guerreiro, essa confiança na Providência divina trouxe o resultado exigido: Davi derrotou seu rival e a nação inteira foi abençoada.

Jesus quebrou barreiras sociais, de nacionalidade e de idade

Naturalmente, a pessoa que mais quebrou barreiras na Bíblia foi Jesus, que ignorou restrições fundamentadas em gênero, nacionalidade ou classe social, muito embora isso escandalizasse seus seguidores e as autoridades judaicas. Limitação de iade não foi nenhuma exceção. Jesus claramente tinha muito a dizer, até mesmo com a idade de 12 anos, quando seus pais o encontraram conversando com religiosos eruditos, durante uma viagem da família a Jerusalém.

Pelo menos alguns desses professores tiveram de reconhecer seu respeito e admiração pela qualidade da conversa do menino, talvez ainda mais porque ele não recebera educação formal e vinha da longínqua zona rural de Nazaré.

Contudo, a rejeição de Jesus às restrições relacionadas à idade se estendia para além de sua própria experiência pessoal e nisso ele foi muito além do que qualquer outro personagem bíblico. Recusou-se a considerar o histórico do passado de uma pessoa ou a passagem do tempo, como algum tipo de limitação para as pessoas, transformando instantaneamente o caráter de um rico coletor de impostos, restaurando a saúde de uma mulher que sofria de hemorragia havia doze anos e curando um homem que havia nascido cego. Mais tarde, ressuscitou um homem que morrera quatro dias antes.

O desejo de fazer a vontade de Deus transcende conceitos humanos de tempo.

Por essas e muitas outras obras, Jesus demonstrou que uma compreensão de Deus e a disposição de fazer a Sua vontade, capacita-nos transcender todas as cronologias humanas, as quais incluem juventude, senilidade, histórico pessoal e até mesmo a morte.

De relato em relato, a Bíblia conta como homens e mulheres descartaram definições cômodas e convencionais a respeito de sua idade e classe social e responderam ao chamado de Deus. De acordo com as palavras do salmista: “...entoarei novo cântico...” (Salmos 144:9) ao Senhor.

Eles realmente comprovaram, da mesma maneira que é possível aos seus seguidores de hoje, que a disposição de se voltar para Deus não apenas destrói as limitações de tempo e idade para aqueles que crêem. Na verdade, essa disposição propicia uma percepção inteiramente nova sobre a vida e a existência de cada um. Mais do que tornar a idade um ponto sujeito a controvérsias, essa nova percepção cura.

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