Eu era artista, poeta, matemática e... mulher. O que me fez pensar que deveria ir para uma escola de engenharia? No final da década de 1970, engenharia era considerada um “clube do bolinha”, um reduto masculino muito bem protegido.
Para começar, minha mãe, ela mesma uma artista, já havia desencorajado minha vocação artística, uma vez que, de acordo com a experiência dela, sendo mulher, eu teria poucas oportunidades (se eu soubesse, naquela época, o que sei hoje sobre desafiar limitações, talvez tivesse contestado essa sugestão). Encorajada pelos meus pais e professores como tendo um talento especial para a matemática, talento esse que poderia ser usado como um meio de subsistência futura, candidatei-me a uma escola de engenharia de muito prestígio e fui aceita. Minhas notas altas impediram a escola de me recusar abertamente, portanto, me convidaram para uma entrevista, onde disseram “à garota” que ela não se enquadraria de maneira nenhuma no programa. Muito embora tenha me retirado em lágrimas, a entrevista me estimulou ainda mais e me matriculei na faculdade.
Bem, eles estavam certos. A escola de engenharia estava cheia de enormes obstáculos. Não somente me encontrei em um ambiente totalmente masculino, mas a maioria dos estudantes não era sequer de origem americana, portanto, juntamente com os preconceitos da minha própria cultura, enfrentava os globais, também. Tentei ser uma “garota” com a tarefa de fazer um projeto em equipe com rapazes de culturas em que era simplesmente inaceitável que um homem sequer olhasse uma mulher nos olhos!
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