Situação desesperadora
Fora demitido em 2000, quando meu empregador terceirizou o trabalho que eu fazia na área de computação. À medida que procurava emprego, logo cheguei à conclusão de que minha capacidade técnica não havia acompanhado os avanços em TI (Tecnologia da Informação). Juntamente com essa situação, havia um medo latente, de longa data, de que sofria de um problema chamado DDA em adultos (Distúrbio de Deficiência de Atenção). Sempre estava desatento, ansioso e tinha certeza de que essa falta de concentração havia me custado vários empregos, ao longo da vida. Responsável pelo sustento de uma família numerosa, com pilhas de contas a pagar, e enfrentando um senso de autoestima em deterioração, não havia nenhuma lugar aonde ir, a não ser para baixo. Quando liguei para uma Praticista da Ciência Cristã, estava cogitando me suicidar.
Com calma e confiança, a praticista me disse que eu precisava apenas ser como aquela ovelhinha fiel do Salmo 23, ou seja, tinha de obedecer ao comando de Deus de que “nada faltará”, e confiar na orientação amorosa e pastoral dEle. Ela falou com tal convicção, que acreditei na possibilidade de que Deus tinha um lugar para mim, também; que eu talvez pudesse realmente “habitar na Casa do Senhor”, como garantia o Salmo. Contudo, ainda estava profundamente preocupado de que nunca sairia da pobreza e do caos que me cercava. Estava em um estado mental muito sombrio e ainda não sabia se poderia ter uma vida digna de ser vivida.
Supreendentemente, dentro de poucos dias consegui dois empregos. Um dos empregos em tecnologia veio e se foi rapidamente, porque não consegui permanecer concentrado. Minha ansiedade aumentou e a responsabilidade pelo bem-estar de minha família se agigantava de forma ameaçadora. Contudo, sabia que permanecer em contato com a praticista era crucial. A idéia do Salmo 23 de que habitava “na Casa do Senhor” continuava a ser significativa e me ajudava a seguir em frente. Inesperadamente, a apenas uma semana antes do Natal, fui chamado por uma empresa de computação localizada a quase 5.000 quilômetros de casa, para trabalhar em regime temporário. Essa não era uma proposta atraente: deixar minha família e ir para o outro lado do país, mas a praticista me ajudou a prestar atenção à orientação de Deus. Seria esse o caminho certo a seguir? A resposta foi: “Sim”. Acreditei que Deus me colocou em Seu caminho espiritual e agora simplesmente teria de caminhar por ele.
Acreditei que Deus me colocou em Seu caminho espiritual e agora simplesmente teria de caminhar por ele.
Minha mãe me emprestou dinheiro para pagar a gasolina necessária para atravessar o país. Quando cheguei ao local do emprego, vi que não estava preparado para o que me esperava. O empregador não havia me informado que seu projeto estava quase seis meses atrasado, que eu teria de fazer o trabalho de uma equipe inteira de consultores e, para piorar, eu possuía apenas dez por cento do conhecimento necessário. A única maneira de descrever essa situação é assim: suponha que alguém lhe desse uma pilha de quatro metros de altura de manuais técnicos sobre uma usina de energia nuclear e lhe dissesse: “Olha, você é o engenheiro-chefe. Certifique-se de que nada irá explodir. Tenha um bom dia”.
Além de o trabalho estar muito além da minha capacidade profissional, ainda tinha de lidar com os sintomas do DDA. Entretanto, continuei ouvindo o que a praticista tinha a me dizer a respeito do meu verdadeiro valor. Ela me explicou que qualquer sensação de desatenção constante seria anulada pela lei de Deus da obediência divina, pela qual, na qualidade de Seus filhos, somos obedientes a Ele, nosso Pai-Mãe. Para completar, descobri que levaria várias semanas para que eu recebesse meu primeiro pagamento, já que eu era um contratado autônomo. Imaginava como sobreviveria naquele local o tempo bastante para enviar dinheiro à minha família, além de fazer os pagamentos da hipoteca da casa que, a essa altura, já estavam vencidos há muito tempo.
A praticista me apoiava regularmente por meio da oração, suprindo-me com idéias espirituais que me ajudavam a compreender, em maior profundidade, que eu habitava dentro da casa do Senhor, não do lado de fora. Desafiado a fazer sete tarefas para as quais tinha apenas uma fração do treinamento necessário, às vezes, saía do prédio da expedição de mercadorias onde eu trabalhava, ia até um bosque próximo e ligava para a praticista: "Simplesmente não posso voltar para aquele prédio", dizia a ela. "Não sei o que fazer primeiro, não sei por onde começar". Então, ela me lembrava de onde eu precisava começar, ou seja, com o reconhecimento de que existe uma única Mente e, como expressão dessa Mente, já possuía toda a inteligência e concentração de que precisava. Cada idéia útil já era minha, porque a Mente divina é minha única fonte de conhecimento.
Apesar do quadro de complexidade que desafiava toda espécie de análise humana, continuei a orar com a ajuda da praticista, sendo lembrado de que o Amor divino estava ali mesmo, onde pareciam estar todas as crises. Ele realmente estava ali comigo, dia a dia, pensamento a pensamento. Algumas vezes, achei-me em pé, parado no meio do bosque, sob chuvas torrenciais, ligando para ela, implorando que simplesmente desistíssemos de tudo e admitíssemos que eu era um fracasso patético, que mais uma vez teria de emprestar o dinheiro da gasolina para viajar os quase 5.000 quilômetros de volta para casa, tirar minha família de uma casa com a hipoteca executada e ir para a rua, como pessoas sem-teto. Mas, ao mesmo tempo, eu continuava recebendo meu pão diário de idéias, idéias tão práticas quanto a chave inglesa de um funileiro, mas “mais cortante(s) do que qualquer espada de dois gumes” (Hebreus 4:12), que cortava no lugar exato para onde tinha de olhar e compreender espiritualmente. Soluções práticas apareciam e, diversas vezes, idéias espontâneas me vinham ao pensamento. Uma dessas idéias realmente salvou o sistema de computadores da empresa de perdas irreparáveis.
O Amor Divino foi meu Pastor, que me guiou e protegeu, à medida que me fazia progredir, dos pensamentos sobre suicídio para além da depressão, para além da vida de simples subsistência diária.
Cerca de cinco meses depois, fui admitido como funcionário na empresa. Lentamente, mas com firmeza, dei um pequeno passo após outro e saí da ignorância rumo à competência. Hoje, depois de seis anos, literalmente “escrevi o livro” sobre alguns tópicos de tecnologia que, quando iniciei essa jornada, sequer conseguiria descrever, muito menos compreender.
O Amor Divino foi meu Pastor, que me guiou e protegeu, à medida que me fazia progredir, dos pensamentos sobre suicídio para além da depressão, para além da vida de simples subsistência diária. Consegui saldar os pagamentos da hipoteca, vender nossa velha casa e comprar uma muito maior para nossa família. Contudo, o que mais gostei foi da reforma da minha habitação em minha própria consciência. Descubro que estou completamente livre do medo, quando reconheço que meu Pastor divino está aqui. Conforme a praticista me falou naquela primeira noite de desespero, isto é, que Deus me conhece, que eu O conheço, que eu sou dEle e que Ele diariamente "leva-me para junto das águas de descanso” da confiança em Seu amor, dando-me Suas idéias e Seu suprimento, os quais são meus, para sempre. *
O autor do relato acima, concedeu total permissão para incluir o depoimento da praticista sobre a cura (veja a seguir), na esperança de esclarecer a maneira como a praticista orou em apoio ao paciente, de tal maneira que outros possam compreender mais claramente o papel de um praticista na cura pela Ciência Cristã.
