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Educação contínua

Da edição de março de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Era o último dia de escola, como também o último dia da primeira série do ensino fundamental para todo mundo, menos para mim. Depois que havíamos limpado nossas carteiras, as outras crianças foram em grupos conhecer suas novas salas de aula. Vi-as sair, sentindo-me envergonhada e desapontada. Então, minha professora voltou-se para mim: “Você ainda não está pronta para a segunda série, Gina”, disse-me ela, sorrindo. “Portanto, por que você não escolhe a carteira na qual gostaria de sentar-se no próximo ano”? Ela nunca usou a palavra reprovada, mas eu sabia que era isso que tinha acontecido. Mais tarde em casa, nos braços de minha mãe, com lágrimas escorrendo pela minha face, pensei pela primeira vez na vida: “Sou burra”!

Na ocasião, estava freqüentando a Escola Dominical da Ciência Cristã, aprendi que um outro nome para Deus é Mente. Ele é a única Mente, a fonte de toda inteligência, e, como Sua expressão, também tinha de possuir essa mesma inteligência. Esses eram conceitos grandiosos para uma criança de sete anos de idade. Contudo, meus pais e minha avó os compreendiam e acredito que suas orações me capacitaram a alcançar rapidamente a minha turma no semestre seguinte, quando fui transferida para a segunda série.

Entretanto, depois daquele ano, passei a ter um medo latente de não ser brilhante o suficiente. Quando cheguei ao ensino médio, comecei a faltar a muitas aulas e a não acompanhar os outros alunos. Uma noite, bem tarde, fui ao quarto dos meus pais para lhes dizer que havia decidido abandonar a escola. Ao invés do sermão que eu havia previsto, a conversa foi tranqüila e racional. Eles me fizeram apenas dois pedidos: que eu arrumasse um emprego e que começasse a contribuir financeiramente com as despesas da casa.

No início, sentia-me bem com minha decisão. Consegui um emprego em uma joalheria elegante, onde ganhei mais dinheiro do que jamais imaginara. Contudo, a empolgação durou pouco. Uma tarde, enquanto limpava as marcas de dedos da vitrina pela vigésima vez, tive um momento de despertar: percebi que precisava voltar à escola. Isso não foi algo que meus pais pudessem ter me ensinado. Essa revelação só podia vir do meu Pai divino. Exatamente no momento certo, eu a ouvi, e estava pronta para obedecer a ela.

Comecei o novo semestre com grande determinação, matriculando-me em muitos cursos desafiadores. Contudo, logo me senti estressada e pedi transferência para cursos que exigiam menos de mim. Quando me formei, minha confiança em minha capacidade e inteligência permanecia vacilante, tanto que, ao sair, pela última vez, da escola de ensino médio, disse para mim mesma: “Acho que esse é o fim da linha. Não sou inteligente o bastante para ser uma boa aluna e o aprendizado será sempre difícil demais para mim”.

Foi mais ou menos nessa época que comecei a me empenhar em um tipo diferente de educação, o estudo da Ciência Cristã. Embora não estivesse segura sobre o que o futuro me reservava, estava me tornando cada vez mais certa de que somente encontraria a felicidade genuína e um senso de emprego mais profundo e espiritual, se conhecesse mais sobre minha verdadeira identidade como filha de Deus.

À medida que continuava minha educação, como uma estudante adulta e finalmente como professora, aprendi que podia confiar em Deus como a fonte da inteligência e da capacidade de que necessitava para me sair bem.

Decidi visitar um Praticista da Ciência Cristã esperando que, pela oração, ele pudesse me ajudar a superar o que havia se tornado um hábito durante toda a minha vida, de me ver como destituída de inteligência, ambição, e propósito. Conversamos sobre contra-atacar essas limitações com o fato espiritual de que somos todos filhos de Deus e também com o fato de que fora o Espírito, Deus, que havia me criado. Em outras palavras, que eu não era material. Isso significava que eu podia descobrir, ou melhor, pôr a descoberto, aquela natureza verdadeira que Ele já havia criado. Podia saber que minha natureza espiritual estava muito bem provida de potencial. Deus não poderia ter criado uma idéia que fosse infrutífera, improdutiva, ou sem inteligência, visto que Ele mesmo é o próprio oposto de todas essas coisas, ou seja, Ele é prolífico, produtivo, inteligente e cheio de propósito.

À medida que orava para obter um sentido mais espiritual de auto-estima, perceber que essa auto-estima provinha de Deus e não residia em uma personalidade ou nas capacidades de um cérebro, obtinha mais confiança. Logo fui guiada a me candidatar a um programa de treinamento em uma faculdade, que aceitava apenas um número limitado de estudantes. Embora tenha começado o processo com certa ansiedade, identifiquei rapidamente aqueles pensamentos de temor como não provenientes de Deus, portanto ilegítimos e como tais, descartei-os com a afirmação de que se esse fosse o plano de Deus para mim, nada poderia interferir no meu progresso.

Fui aceita no programa, mas então me deparei com várias daquelas velhas preocupações de como me sairia em um ambiente acadêmico. Mais uma vez, volvime para o que estava aprendendo sobre mim mesma como criação de Deus. Ponderei que, se Deus havia me guiado até aquele ponto, podia esperar que Ele me guiasse até o fim. Também me senti confortada com a declaração de Jesus: “Eu nada posso fazer de mim mesmo...” (João 5:30), a qual me fez lembrar que não importava se estava ou não à altura dessa tarefa, Deus é minha única fonte e podia confiar nEle.

Minha nova compreensão espiritual a respeito de aprendizado veio com soluções práticas. Por exemplo, precisava desenvolver hábitos de estudo eficazes, tais como: fazer pesquisa em bibliotecas e escrever uma tese. A cada passo do caminho, minha necessidade era suprida por uma colega de classe, uma bibliotecária atenciosa ou um professor paciente. Até minha tia passou horas me ajudando com minha primeira tese. Acabei obtendo o conceito “A” em todas as disciplinas e, pela primeira vez em minha vida, meu nome apareceu no quadro de honra acadêmica da faculdade e permaneceu ali por dois semestres.

O que havia mudado? Fiquei repentinamente mais inteligente? Em realidade, minha identidade não havia mudado nada, mas meu conceito de mim mesma, sim. Descobri o que sempre fora verdade sobre mim, ou seja, conforme Mary Baker Eddy explicou: “Tudo quanto é governado por Deus, nunca está privado, nem por um instante, da luz e do poder da inteligência e da Vida” (Ciência e Saúde, p. 215).

Após concluir aquele programa, comecei a assistir a aulas à noite. Finalmente, comecei a estudar na universidade em tempo integral. Estava descobrindo que gostava muito de aprender, a respeito de tudo! Continuei estudando e obtive o bacharelado em arqueologia e um diploma em jornalismo. Mais tarde, ainda desfrutei de uma carreira de onze anos como professora.

À medida que continuava minha educação, como uma estudante adulta e finalmente como professora, aprendi que podia confiar em Deus como a fonte da inteligência e da capacidade de que necessitava para me sair bem. Isso significava volver-me repetidas vezes à definição da minha identidade real, conforme explicada na “Exposição Científica do Ser” em Ciência e Saúde, que diz: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita”... (p. 468).

O que mais poderia pedir? Sou a manifestação infinita da própria Mente! Compreendi que isso significa que tenho minha própria conexão direta à mais poderosa, única e verdadeira fonte de inteligência, capacidade, e criatividade. Todos a possuímos.

Há alguns anos, estava no porão da casa de meus pais folheando alguns documentos antigos, quando me deparei com meu boletim da quarta série do ensino fundamental. Meu professor havia escrito: “A aptidão de leitura de Gina continua abaixo do padrão e ela tem dificuldades de comunicar suas idéias oralmente e por escrito”.

Um senso terno do amor de Deus tomou conta de mim. Na ocasião, estava conduzindo os cultos como Primeira Leitora em minha igreja filial, havia viajado dando palestras para grupos de 50 pessoas ou mais, havia colaborado como articulista para o jornal da cidade, e estava até me interessando em escrever ficção. Havia chegado até aquele ponto.

Hoje, vejo que a distância que percorri foi realmente mental. Precisei me conhecer como uma idéia existente na Mente. A própria expressão do talento de Deus. Além disso, essa é uma identidade da qual muito me orgulho de reivindicar como minha própria. *

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