Eu tinha mania de limpeza. Sempre mantive minha lanchonete muito limpa e selecionava os restaurantes onde comia por desconfiar da higiene. Atentava-me bastante ao aspecto das pessoas e dos lugares, comparando-os sempre com o de minha lanchonete. Orgulhava-me, quando constatava que meu estabelecimento era mais limpo que o dos concorrentes.
Certo dia, amanheci com uma coceira intensa no corpo. Apareceram caroços purulentos debaixo do braço e entre os dedos, os quais depois se alastraram pelo corpo inteiro. A aparência não era nada agradável. Sentia-me suja e rejeitava meu corpo.
Passei a ter vergonha de mim mesma. Mesmo em dias de muito calor, ia para a lanchonete com camisas de mangas compridas e ficava preocupada, pois achava que meus clientes ficariam com nojo e deixariam de freqüentar o local por questionarem sua higiene.
Meu filho, que é estudante de Biologia, disse-me que aquele problema poderia ser escabiose, portanto, algo contagioso. Aconselhou-me a procurar um médico. Mas, decidi confiar na oração para solucionar aquela situação. Vi que precisava vencer a vaidade que eu tinha em relação à limpeza.
Lembro-me de que, certa noite, após ter orado por um mês sem obter nenhuma melhora, recebi um telefonema de meu irmão, que mora em outro estado. Ele conversava comigo, mas eu não o escutava. Estava perturbada com a coceira intensa e constante. Parecia estar hipnotizada. A conversa foi muito breve.
Na noite seguinte, liguei para ele e lhe disse que me sentia mal pela forma como o tratara na noite anterior. Contei-lhe sobre os sintomas, sobre minha aflição e medo. Ele ouviu tudo com muito amor e concordou em orar comigo. Afirmamos que minha identidade é espiritual, pura, inocente e perfeita e que a Mente onipotente anula qualquer problema físico. Conversamos sobre este versículo bíblico: “...derramarei o meu Espírito sobre toda a carne” (Joel 2:28). Esse Espírito, Deus, é puro e purifica; é misericordioso e atende às orações.
Senti-me acolhida e abraçada pelo Amor divino, como uma criança acariciada pela mãe, o que me deu uma paz enorme. Naquela noite, dormi muito tranqüila após nossa conversa. Despertei mais calma, pois meu corpo coçava menos.
Nos dias seguintes, dediquei-me com afinco ao estudo da Ciência Cristã. Apesar de a coceira melhorar, apareceram umas escamas na pele. Entretanto, reconheci, com firmeza, minha identidade espiritual. A leitura de Ciência e Saúde me fortalecia. Apoiei-me muito nesta passagem: “Eleva-te na força do Espírito para resistir a tudo o que é dessemelhante do bem. Deus fez o homem capaz disso, e nada pode invalidar a faculdade e o poder divinamente outorgados ao homem” (p.393).
Parei de me olhar no espelho para checar se meu estado havia melhorado, pois, inconscientemente, essa é uma forma de dar realidade à doença. Reconheci que meus cuidados excessivos com a higiene eram inúteis e que o importante é manter a pureza de pensamento.
Meu filho, que estava assustado no começo, entendeu-me quando lhe expliquei que não tomaria medicação, pois optara por um tratamento pela Ciência Cristã. Ele se alegrou ao ver a melhora do meu estado físico.
Após duas semanas, estava completamente curada. Isso já faz um ano e os sintomas não retornaram.
Quando contei para meu irmão que estava limpa, ele me respondeu: “como sempre esteve, porque foi assim que Deus a criou”. Esse comentário e a cura encheram meu coração de alegria.
