Ao ligar o computador, sempre vejo anúncios de como encontrar a alma gêmea. Fico chocado com a insistência de que computadores possam encontrar o par perfeito por meio da coleta e classificação de dados.
Parece haver uma necessidade premente no mundo de satisfazer uma carência de companheirismo duradouro. Os sistemas de agenciar casamentos por computador podem trazer resultados felizes, mas, em alguns casos, as pessoas se frustram ainda mais.
É possíel confiar na Mente divina como um guia sábio na busca e na manutenção do companheirismo que almejamos.
Em muitas sociedades tradicionais, os casamentos são arranjados pelas famílias ou por profissionais, como a famosa Yenta, no filme Fiddler on the Roof (Um Violinista no Telhado). Uma das histórias de amor da Bíblia conta como Isaque conheceu Rebeca por intermédio do servo de confiança do pai dele. O fato de ambas as partes confiarem plenamente nesse homem, vem da premissa de que ele estaria agindo no melhor dos interesses dos envolvidos (Essa história começa em Gênesis, capítulo 24).
Até mesmo os programas de computadores mais sofisticados não são infinitamente sábios. Essa qualidade é reservada a Deus, a Mente infinita. Não que as pessoas não devam usar os serviços de computadores das agências matrimoniais, caso assim o desejem. Entretanto, é possível confiar na Mente divina como um guia sábio na busca e na manutenção do companheirismo que almejamos.
Pensei assim há alguns anos, quando desejava me casar. Pare-cia-me claro que, se eu procurava a companheira perfeita, precisaria me tornar, tanto quanto possível, um companheiro perfeito. Orei para compreender minha identidade como o homem perfeito da criação de Deus. Com isso, não quero dizer que eu seja humanamente perfeito, longe disso! Mas, essas orações me ajudaram a alinhar meu pensamento com Deus e a ver a mim mesmo como uma idéia espiritual da Mente, e não como um mortal imperfeito. Gosto da exortação de Mary Baker Eddy, em Ciência e Saúde: “Que apareçam o ‘macho e fêmea’ da criação de Deus” (p. 249). Onde mais pode esse ideal aparecer primeiro, senão em nossos próprios pensamentos? Essa compreensão da identidade espiritual de cada um, como uma composição perfeita de qualidades masculinas e femininas, resulta de nosso companheirismo com Deus e nos traz melhores relacionamentos. Por companheirismo, quero dizer tornar-se mais consciente de Deus como Pai-Mãe e Amigo, sempre presente. Deus é nossa fonte perfeita, da qual somos inseparáveis. Refletimos Suas qualidades. Pelas minhas orações, confiei mais em Deus e parei de delinear humanamente quem seria a companheira perfeita. Progredi, fiquei menos inseguro e menos arrogante. Aos poucos, descobri o que significa “Que apareçam o ‘macho e fêmea’ da criação de Deus” em meu pensamento. Entendi que eu já era completo, que nada me faltava. Quando conheci a mulher com quem finalmente me casaria, na igreja (o último lugar que poderia imaginar!), soube instantaneamente que “era ela”. Estamos juntos há mais de 36 anos, unidos por uma confiança mútua em Deus e em Seu amor.
A oração, que faz com que nossa identidade espiritual apareça, também ajuda a harmonizar relacionamentos estremecidos, pois nos leva a perceber o genuíno “macho e fêmea” da outra pessoa. Nosso doce companheirismo com Deus pode tirar o sentimento de culpa, as mágoas profundas da rejeição e a encontrar consolo.
Quero dizer tornar-se mais consciente de Deus como Pai-Mãe e Amigo, sempre presente. Deus é nossa fonte perfeita, da qual somos inseparáveis. Refletimos Suas qualidades.
Ao procurar, em primeiro lugar, nossa identidade em Deus, colocamos toda nossa confiança e amor nEle e permitimos que o Cristo, a mensagem do amor e da inteireza de Deus, toque nossa vida e que regenere e purifique as afeições. Essa mensagem certamente nos guiará ao companheirismo que necessitamos.
