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A generosidade que derrota a pobreza

Da edição de junho de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Será que se pedíssemos para alguém que fosse muito pobre distribuir o pouco que tivesse, isso o faria mais pobre ainda? Poderia algum benefício resultar disso ou acabar com sua pobreza? Quando pondero essas questões, lembro-me de relatos que encontrei na Bíblia.

Considere esta história bíblica: o profeta Elias, que regularmente se valia de sua compreensão do poder de Deus para solucionar problemas, conheceu uma viúva tão pobre, que imaginava estar realizando sua última atividade na vida, apanhar lenha para o fogo, no qual cozinharia a última refeição para si mesma e seu filho. Ela achava que ambos morreriam (ver 1 Reis:17).

O que fez Elias? Ele lhe fez um pedido que, à primeira vista, parece cruel, que servisse o pão primeiro a ele.

Será que ele realmente lhes roubaria o último bocado de comida, tendo em vista que eles estavam à beira de morrer de fome? Ou havia ali uma mensagem mais elevada, proveniente de Deus, que ele desejava transmitir: que Deus, o Pai-Mãe de todos nós terno e cheio de cuidados, tinha uma mensagem de confiança e de esperança sobre Seu desvelo e provisão contínuos para Seus filhos?

Essa mensagem, que provém diretamente dEle para a consciência humana, em toda parte e em todos os tempos, está entretecida ao longo de toda a Bíblia. Também está exposta em Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, uma mulher de extraordinária percepção espiritual, que traçou seu próprio caminho para longe de anos de pobreza.

A mensagem do Cristo é atemporal

A Sra. Eddy escrecveu: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (Ciência e Saúde, p. 332). Sim, Elias viveu muito antes de Cristo Jesus. Contudo, a mensagem do Cristo é atemporal.

Quando li a história de Elias e a viúva, percebi que seu pedido por pão provinha de uma convicção de que a mensagem divina era real e transformadora. Haveria o suficiente e, portanto, seria o bastante. A viúva estivera sob uma nuvem de desespero. Entretanto, de alguma maneira, sua perspectiva mudou, porque a mensagem divina do cuidado e da provisão de Deus penetraram aquela nuvem.

Com aquela mudança de pensamento, sua experiência mudou também. A esperança venceu o desespero. Ao invés de uma pobreza ameaçadoramente esperada, fome e morte, sua percepção se elevou e sua expectativa se iluminou.

Ela obedeceu ao pedido de Elias. Repentinamente, seu estoque de comida se expandiu, ao invés de acabar. Tinha o suficiente para Elias, para ela mesma, para seu filho e para outros em necessidade. A generosidade derrotara a pobreza.

A mudança de consciência tem o poder de acabar com a pobreza

Naturalmente, o mero ato de dar algo a alguém, como se fosse uma técnica para receber mais, não tem em si mesmo e de si mesmo qualquer poder para acabar com a pobreza. Mas, a mudança de consciência, em que uma pessoa alcança uma percepção mais elevada sobre si mesma como tendo algo para dar, como sendo a semelhança do divino Doador de todo o bem, tem o poder de acabar com a pobreza.

Com aquela mudança de pensamento, sua experiência mudou também. A esperança venceu o desespero.

Será que isso estava por trás do pedido de Elias? Será que quando ele pediu pão para si mesmo, foi realmente com o objetivo de elevar a perspectiva da viúva, ressuscitar o pensamento dela até a altitude onde ela poderia ver-se a si mesma, não como empobrecida, mas com provisões para dar aos outros?

Será que essa mesma percepção espiritual pode ser aplicada hoje? Há aproximadamente 30 anos, perdi o emprego. Não conseguia encontrar trabalho e fiquei sem dinheiro.

À medida que minha poupança se esgotava, minha irmã e meu cunhado me convidavam todo domingo à noite, alimentavam-me bem e me mandavam de volta para casa com um enorme caldeirão de sopa para me alimentar ao longo da semana, a fim de que eu não corresse o risco de morrer de fome. Contudo, todos os meus esforços para recuperar minha posição, tanto profissional como financeiramente, falharam. Com o passar dos meses, atingi o fundo do poço.

Volvi-me ao Doador divino e Sua mensagem me levou a uma percepção mais elevada

Percebi que minha vida havia se tornado egocêntrica, fato que me incomodava muito. Desejava dar aos outros, mas me achava pobre demais para fazê-lo. A exceção era uma única hora, a cada semana, quando ensinava na classe dos adolescentes da Escola Dominical. Não me recordo se, naquela época, a história de Elias e a viúva estava em minha mente. Contudo, quando me volvi ao Doador divino, Sua mensagem me alcançou e me conduziu a uma percepção mais elevada sobre mim mesmo, como Sua expressão.

Então, ocorreu-me que tinha algo para dar e um lugar por meio do qual fazê-lo. Conhecia um jornal que publicava uma coluna diária, de tendência espiritual, a respeito de resolução de problemas. Apreciava essa coluna particularmente porque era publicada anonimamente. Enviei algum material de minha autoria ao redator. Ele respondeu que o material era bom e pediu que lhe enviasse mais.

Antes que o segundo artigo aparecesse impresso (muitos outros se seguiram), encontrei trabalho e permaneci empregado durante os anos seguintes, até que fizesse a transição para minha atual carreira.

Rememorando, acho que quando minha percepção se elevou e vi a mim mesmo como tendo algo para dar, não estava focado em obter alguma coisa. Percebi que já tinha o que necessitava: comida, um teto sobre minha cabeça, um contra-cheque, um futuro. É claro que a “pobreza” que enfrentei não se compara com a pobreza das pessoas que enfrentam as privações mais extremas ao redor do mundo. Contudo, pensei: seria a mensagem de esperança que veio de Deus e me resgatou, aplicável a todos, não importando quão extrema a necessidade?

Eu precisava ser meu próprio Elias

Períodos de desespero, apoiados na oração de que a mensagem de esperança de Deus se aplicava a mim e a todos, gradualmente deram lugar a momentos de convicção. Na história bíblica, Elias tinha a convicção de que essa mensagem tiraria a mulher do desespero. Em minha história, em certo sentido, eu precisava ser meu próprio Elias.

Entretanto, como pode a mensagem do Cristo surgir, se não há nenhum “Elias” por perto? O que acontece quando não é apenas o desespero daqueles encurralados pela pobreza extrema que necessita de cura, mas também o desespero dos ricos do “primeiro-mundo”, que se desesperam para vencer a guerra contra a pobreza?

Uma história do Novo Testamento, que nunca antes havia pensado que estivesse relacionada com a luta contra a pobreza, ajudou-me a esclarecer esse ponto.

Depois da crucificação de Jesus, mas antes que sua ressurreição fosse amplamente conhecida, dois dos seguidores dele caminhavam para Emaús, uma pequena vila cerca de 11 quilômetros fora de Jerusalém. Eles pareciam dominados pelo desespero. Então, o Mestre se juntou a eles. Estavam tão mergulhados na tristeza que não o reconheceram. Eles conversaram com ele a respeito de suas esperanças no tempo passado: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel...” (Lucas 24:21).

Seriam as nações e as pessoas ricas, que necessitam liderar a guerra contra a pobreza, parecidas com aqueles discípulos? Não estariam elas sem esperança diante da enormidade das circunstâncias?

A mensagem de esperança pode elevar ainda mais alto o ânimo das equipes de socorro

Lembre-se: no caminho para Emaús, os discípulos estavam sem esperança, mesmo quando o Cristo estava bem defronte deles. A mensagem que eles precisavam estava exatamente ali, se interpondo entre eles de forma irresistível. Essa mensagem de esperança pode elevar ainda mais alto o ânimo das equipes que prestam ajuda humanitária, a fim de que possam perceber os recursos necessários e adquirir a capacidade de usá-los com eficácia.

Certamente, antes da partida de Jesus, suas palavras tocaram algo tão profundo, que os corações dos discípulos ardiam dentro deles. O desespero se desvanecera e isso é importante, porque uma vitória completa inclui tirar do desespero tanto aqueles que lutam contra a pobreza, como também aqueles que testemunham essa luta.

Ninguém quer ser considerado pobre, ignorante, vivendo em dificuldades. Pessoas que visitaram algumas das regiões mais desafiadoras na guerra contra a pobreza, voltaram com relatos entusiasmados a respeito dos empreendimentos dos habitantes locais, os quais vendem tecidos, produtos agrícolas e mercadorias de artesanato. Subjacente a esses esforços, parece haver a convicção de que eles não são pobres ou desesperados, mesmo que passem essa impressão para aqueles que não fazem parte daquelas comunidades.

Cada um de nós tem a capacidade de dar, a qual nos é proporcionada por Deus.

A mensagem de esperança de Deus, a mensagem do Cristo, que todos podem expressar, é o que nos capacita a dar, independentemente do lugar onde vivamos.

O Doador divino nunca falha. As soluções espirituais contra a pobreza, que emanam dEle, nunca cessam. A oração consagrada beneficiará a humanidade como um todo.

O Doador divino nunca falha. As soluções espirituais contra a pobreza, que emanam dEle, nunca cessam. A oração consagrada beneficiará a humanidade como um todo.

O mundo possui um abundante arsenal de arma para a guerra contra a pobreza. Embora freqüentemente as soluções espirituais não sejam percebidas, sua contribução é muito valiosa. O tapete vermelho da burocracia não pode reprimir soluções espirituais. Os líderes corruptos não podem desviá-las para fins egoístas. Uma vez que essas soluções têm sua origem no Doador divino, Ele as sustenta.

Se as soluções espirituais para acabar com a pobreza criarem raízes na vida diária, você e eu temos um papel a desempenhar. Precisamos nos engajar em oração contínua. Espero que você se sinta inspirado a fazê-lo, a dar o “próximo passo” na resolução espiritual, no empenho e na sua completação. Será um mundo em que a cura faz a diferença.

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