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REFLEXÃO

Tão próximo quanto o ar que respiramos

Da edição de junho de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Era uma manhã tranquila. Meu marido e eu estávamos sentados perto da janela, tomando o café da manhã e observando pássaros famintos bicando as sementes no comedouro. As nuvens se deslocavam pelo céu e, em poucos momentos, surgiu a aurora. Logo, o horizonte se iluminou em várias camadas coloridas, que iam desde um suave cinza aperolado até um pálido laranja, passando a âmbar. Um trem apitou ao longe, e a promessa de um dia tranqüilo se descortinava à nossa frente.

Então, chegou o jornal. As manchetes da primeira página perturbaram a serenidade da nossa manhã. A guerra que continuava no Iraque, mais detalhes sobre a tragédia do genocídio em Darfur, tempestades perigosas nos Estados Unidos e o prenúncio de uma nova epidemia de gripe a caminho. Havia até mesmo um alerta para a atividade de gangues em nossa pacata vizinhança.

A atmosfera tranqüila, que momentos antes havia nos encantado, agora fora invadida, desafiada por graves problemas mundiais, nacionais e locais, os quais necessitam muito de soluções.

Ao invés de sofrer por causa das notícias, ou de desconsiderá-las, reservei alguns momentos para orar, começando a tratar as manchetes com o fato espiritual da constante presença de Deus. Nessa manhã em particular, pus-me a pensar a respeito da essência do pensamento das pessoas. A partir de um ponto de vista humano, o pensamento é sempre vulnerável aos acontecimentos externos e às outras pessoas, variando de pequenas irritações, como ser ultrapassado de maneira brusca por outro carro na estrada, até desafios maiores, como conflitos políticos e mundiais.

O que é exatamente a "atmosfera do pensamento?" É uma mistura? É variável? É vulnerável? O dicionário Webster define isso como: "A disposição ou estado de espírito dominante". Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy escreveu: "A Mente, Deus, exala o aroma do Espírito, a atmosfera da inteligência" (pp. 191-192). Ela deixou bem claro que essa é a única atmosfera do pensamento conhecida por Deus, e é espiritual, está em Deus e é de Deus, nunca pode ser mutável, diminuída ou invadida.

Ponderando um pouco mais sobre essa atmosfera espiritual, ocorreu-me que ela não é algo que nossas orações criam. Ao contrário, é por meio de nossas orações, que a atmosfera de amor e inteligência da Mente divina é revelada e reconhecida. Quando essa atmosfera é vivenciada, como as nuvens que se deslocavam naquela manhã revelando a beleza do céu ao amanhecer, tudo o que estiver em conflito com a pureza e a verdade de Deus se sobressai de forma muito visível e poderá ser eliminado com naturalidade, por não fazer parte dessa atmosfera.

Para mim, aquela experiência foi uma prova de que os pensamentos de Deus estão tão próximos de nós quanto o ar que respiramos. Aquela noite reforçou o grande fato de que a atmosfera espiritual de Deus é a única atmosfera real.

A cura da filha do chefe da sinagoga, realizada por Jesus, é um exemplo vívido. Esse homem lhe implorou que trouxesse sua filha, que estava à morte, de volta à vida: “...vem, impõe as mãos sobre ela...” (Marcos 5:23). Quando Jesus chegou à casa do chefe da sinagoga, “viu...o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito”. Ele porém, mandou “...sair a todos” (Ibidem, 5:38, 40). Quando todos saíram, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e lhe disse que se levantasse, o que ela fez.

Obviamente, não levou muito tempo para que Jesus reconhecesse a atmosfera de Deus, porque ele sempre a vivenciava. Para mim, nessa história de ressurreição, não foi a saída física da multidão que fez a diferença. Foi a influência espiritual, ou a consciência do Cristo, que causou a imediata eliminação dos pensamentos de morte. Esse ambiente espiritualizado penetrou a obscuridade das crenças limitadas e trouxe o brilho, a beleza, e a realidade de uma atmosfera sagrada.

Em um outro trecho de Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explicou que uma atmosfera sagrada inclui pensamentos sagrados, que ela descreveu como anjos: “...pensamentos puros que emanam de Deus...” (p. 298). Esses pensamentos angelicais simbolizam o suprimento inexaurível de idéias da Vida. Eles não são criaturas aladas, como são representados com freqüência, embora sejam encantadores. Eles são pensamentos da Mente divina e é reconfortante saber que são poderosos e não estão distantes. De forma imediata, eles surgem com a oração, pois estão sempre presentes. Em virtude da onipresença de Deus, incontáveis anjos estão sempre conosco, enriquecendo nossa compreensão e a atmosfera do Espírito. Eles emitem uma radiação luminosa, que, com suas verdades sanadoras, elimina os cenários poluídos.

Há alguns anos, tive uma necessidade premente de eliminar todas as sugestões de uma atmosfera poluída em minha consciência. Meu coração começou a funcionar de uma maneira muito incomum, algo que nunca havia ocorrido antes. A dificuldade continuou ao longo do dia, e volvi meus pensamentos a Deus. Como a noite se aproximava e as coisas não haviam mudado, fui para a cama a fim de pensar e descansar um pouco. De vez em quando acordava, orava e voltava a dormir. Finalmente, por volta das três horas da madrugada, acordei, senteime na cama, fechei novamente os olhos e fiquei atenta. Estava escuro e silencioso. Permaneci fisicamente muito calma e orei para permanecer mentalmente calma. Nada sugeria desordem, discórdia, perplexidade ou medo. Sentia-me banhada em uma atmosfera de pensamentos claros e puros. Tudo estava muito tranquila, enquanto ansiava por “ouvir” a Deus. Estava certa de que, como imagem de Deus, não poderia estar separada dEle ou dos pensamentos que Ele cria e comunica. Sabia que tudo o que eu realmente necessitava era de um único pensamento de Deus, o qual é o suficiente para curar qualquer coisa.

Não sei quanto tempo fiquei ali sentada, em silêncio. Entretanto, mesmo com os olhos fechados, conseguia ver. Como se olhasse para um quadro-negro, estas palavras da Oração do Senhor, o Pai-Nosso, escreviam-se sozinhas diante de mim: “...e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores...” (Mateus 6:12). O mais surpreendente, era que os pronomes desse trecho, nos..., nossas..., nós..., estavam brilhantemente destacados. Nunca havia tido tal experiência! É difícil explicar o que ocorria em minha mente naquele momento incrível, mas compreendi instantaneamente, de uma maneira que nunca entendera antes, a natureza universal dessa poderosa oração que Jesus nos deixou, a qual preenche a atmosfera mental, estendendo-a para além dos limites do tempo, do espaço, da física, do medo ou da dor. Essa oração inclui a todos em sua abrangêbcua sanadora. A essa altura, lembrei-me de alguém que, fazia algum tempo, havia feito alguns comentários muito indelicados a meu respeito. Em meu desejo de não deixar ninguém de fora, percebi que essa pessoa também era sustentada pelo amor, pelo perdão, e pelo desígnio sanador da Oração do Senhor.

Também me veio ao pensamento que, para orar da maneira que Jesus tinha em mente, eu precisava participar da única consciência que verdadeiramente cura. Realmente, a cura aconteceu. De imediato, meu coração começou a bater em ritmo normal, e continuou a fazê-lo. Meu pensamento a respeito daquela pessoa se revestiu de um perdão duradouro. Desde aquela noite, tenho orado a Oração do Senhor com mais compreensão do que nunca.

Para mim, aquela experiência foi uma prova de que os pensamentos de Deus estão tão próximos de nós quanto o ar que respiramos. Aquela noite reforçou o grande fato de que a atmosfera espiritual de Deus é a única atmosfera real. Descobri que esse estado sagrado de consciência é discernido por meio de uma busca ardente e humilde, que está disponível a todos e que traz a cura física, resolve problemas financeiros, harmoniza questões familiares e cicatriza as feridas abertas, em nossa comunidade.

Quando essa oração, fundamentada em Deus, toca a fundo o coração e a alma, podemos até mesmo ler diariamente o jornal com tranqüilidade e convicção, sabendo que essa atmosfera sagrada “exala o aroma do Espírito”, a todos os cantos do globo terrestre.

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