Quando temos cinco ou seis anos de idade, a expressão “Feliz Aniversário!”, talvez signifique uma ocasião divertida, com direito a bolo, sorvetes, velinhas e presentes, rodeados de crianças felizes. Contudo, para a geração “baby boom” (como é chamada a geração do pós-guerra, cujos membros nasceram entre 1945 e 1961), isso talvez signifique, 60 anos mais tarde, aposentadoria obrigatória, a perspectiva de menos renda e todo tipo de prognósticos médicos sobre o declínio da capacidade física e mental. Portanto, não é má idéia dar um passo atrás e dizer: “Espere um pouco, será que sou realmente definido por um número? Será que ele determina minha capacidade de pensar, decidir, viajar”?
Certamente que não! Ademais, é correto contestar qualquer classificação de pessoas por grupos e estereótipos, classificação essa apoiada sobre quantas vezes giramos em volta do sol, a bordo do planeta Terra! Contudo, a rejeição às alegações a respeito de idade, tem de ser feita a partir de uma base sólida, não apenas no desejo.
Um ponto de partida vital é reconhecer nosso relacionamento inquebrantável e atemporal com Deus. Colocar nossa vida sobre esse fundamento espiritual faz toda a diferença. Isso nos faz lembrar que a criação do Espírito divino é espiritual, não material. Portanto, não estamos confinados em corpos que envelhecem e que, inevitavelmente, entrarão em declínio e decadência. Somos as idéias do Espírito, cujo desígnio é expressar somente qualidades espirituais e vivenciar contínuas provas do amor que Deus tem por nós. Os relatos da Bíblia sobre visionários espirituais, que estavam tão convencidos de sua proximidade com Deus que a vida deles foi prolongada e fortalecida, nos oferecem comprovação sobre esse ponto.
Um dos exemplos é Moisés, que a Bíblia nos diz que ouvia Deus falar com ele "face a face, como qualquer fala a seu amigo..." (Êxodo 33:11). Com essa consciência de seu relacionamento íntimo com Deus, Moisés levou uma vida extraordinária e árdua, falecendo com idade avançada. A Bíblia expressa isso assim: “Tinha Moisés a idade de cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor” (Deuteronômio 34:7).
Um ponto de partida vital é reconhecer nosso relacionamento inquebrantável e atemporal com Deus. Colocar nossa vida sobre esse fundamento espiritual faz toda a diferença.
O relacionamento face-a-face com Deus não é apenas para uns poucos privilegiados. Deus, o Pai-Mãe universal de todos, tem um terno relacionamento com a criação e todos nós somos Seus filhos amados. Deus nos vê como Suas idéias espirituais imortais, não como alguns corpos materiais que são sempre definidos por seu aparecimento no mundo, em uma data específica. Embora esse relacionamento já esteja estabelecido, precisamos despertar do sonho do nascimento na matéria, a fim de usufruir desse relacionamento íntimo, com todo nosso coração e nossa mente. Isso é feito por meio da oração sincera, que consistentemente define Deus como nossa fonte infinita e eternamente próxima.
Outro versículo bíblico nos é de grande ajuda aqui. O Evangelho de João relata Jesus dizendo: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (6:63). O Espírito, Deus, vivifica. Ele é a força subjacente, nossa fonte de energia, que nos dá vigor. Não podemos estar separados da nossa fonte, tanto quanto uma imagem no espelho não pode estar separada de seu original. Afirmar em oração que sempre temos nosso vivificador divino conosco, leva a uma crescente sensação de bem-estar, saúde, resistência física, e a anular as teorias sobre envelhecimento.
Mary Baker Eddy, a fundadora desta revista, escreveu em Ciência e Saúde: “Nunca registreis idades. As datas cronológicas não fazem parte da vasta eternidade. Os registros de nascimento e de óbitos são outras tantas conspirações contra a natureza perfeita do homem e da mulher. ... O homem, governado pela Mente imortal, é sempre belo e sublime. Cada ano que passa desenvolve sabedoria, beleza e santidade” (p. 246).
A chave de tudo é nos vermos, em primeiro lugar, não como materiais, mas como idéias da Mente divina, vivificadas pelo Espírito divino, motivadas pelo Amor divino. Todos esses nomes bíblicos para Deus nos ajudam a compreender que nosso Pai-Mãe não está distante nem é indiferente, mas está conosco a cada passo do caminho. Nós, também, temos o direito de falar com Deus como nosso amigo sempre-presente e, nessa intimidade espiritual, somos sempre joviais, espontâneos e cheios de júbilo.
