O que mais gosto na enfermagem da Ciência Cristã é o que mais gosto na Ciência Cristã: ouvir o “cicio tranqüilo e suave” de Deus (1 Reis 19:12). Não diria que sempre o ouvi, mas gosto de saber que as respostas sempre estão aqui e que sou sempre divinamente guiada, seja para dar um passo pequeno ou grande. Como enfermeira da Ciência Cristã, encorajo os pacientes, em sua busca, a ouvir sua própria orientação que provém desse “cicio tranqüilo e suave”, que leva à cura.
Vivenciei muitas curas na Ciência Cristã e testemunhei as curas de outras pessoas. Algumas dessas curas foram marcantes. Por exemplo: sofri, por cerca de 20 anos, de hemorróida interna e externa, que, de vez em quando me incomodava muito. Há aproximadamente 12 anos, o problema ficou crítico. Um grande amigo, que também é médico, disse-me que a melhor maneira de me libertar permanentemente das hemorróidas seria removê-las cirurgicamente. Entretanto, eu tinha certeza de que essa doença poderia ser curada pela oração.
Passei muito tempo orando sobre a situação, como também pedi a um praticista que orasse comigo. Contudo, não melhorei. Na verdade, o problema se agravou. Durante uns quatro meses, sentia uma dor constante, que me impossibilitava ficar em pé ou sentada durante muito tempo, deixava-me incapaz de erguer qualquer peso, e a única posição confortável era deitada. Eu era uma enfermeira visitante da Ciência Cristã em Zurique, Suíça, como ainda o sou até hoje. Devido a essa situação, minha prática de enfermagem diminuiu naquele período porque eu não podia fazer nenhum trabalho pesado.
Foi então que, às duas horas de uma madrugada fria de inverno, após finalmente encontrar uma posição confortável, o telefone tocou. Uma senhora idosa de voz meiga me perguntou se poderia ir até sua casa. Sua irmã mais nova havia caído e ela não conseguia levantá-la. Naquele momento, não pensei em mim mesma, muito embora a última coisa que podia fazer era levantar alguém. Apenas pensei: “Naturalmente. Sou uma enfermeira. É isso que faço”.
Coloquei um monte de almofadas no carro, para que pudesse dirigir durante 25 minutos até a casa da paciente. Estava com muita dor. Com lágrimas escorrendo pela face, comecei a orar em voz alta, a Oração do Senhor. Ao terminar a oração, comecei a recitar textos inspirativos que havia aprendido na Ciência Cristã, como por exemplo: a oração “aos pequeninos” e a oração “aos adultos” (ver Miscellaneous Writings 1883-1896, p. 400), “Apascenta as Minhas Ovelhas” (ver Poems [Poemas], Mary Baker Eddy, p. 14), e a “Oração Diária” (Manual da Igreja, p. 41), os quais eu sabia de cor. Lembro-me de pensar: “Querido Pai-Mãe Deus, sei que não posso fazer isso sozinha, mas estou disposta a ser Sua ferramenta. Apenas me guie e me use à Sua maneira”!
Quando cheguei à casa da paciente, subi dois lances de escada. O último momento em que me lembro de estar com dor foi quando pisei na soleira da porta. Vi a mulher que havia caído, dormindo pacificamente no chão do corredor. Sua irmã havia colocado travesseiros sob a cabeça dela e a havia coberto com um edredom, para deixá-la o mais confortável possível.
Sem hesitar, coloquei um braço sob os ombros da mulher e o outro sob suas pernas e a suspendi, levando-a para o quarto. Deitei-a na cama, de forma confortável. Consegui cuidar dela e cobri-la, enquanto ela continuou a dormir tranqüilamente. Em seguida, fui ao encontro da irmã na cozinha. Ela me ofereceu uma xícara de chá e conversamos um pouco. Quando senti que havia feito tudo o que podia, pedi à irmã mais velha que contatasse um Praticista da Ciência Cristã para continuar orando pela irmã mais nova e que me ligasse pela manhã.
Somente quando retornei ao carro e vi a pilha de travesseiros que colocara no banco do motorista é que percebi que estava totalmente livre da dor. Joguei todos os travesseiros no banco traseiro e cautelosamente me sentei no banco do motorista. Fiquei dominada pela alegria. Fiquei sentada ali, durante alguns minutos, completamente maravilhada. Repeti várias vezes, com lágrimas de gratidão escorrendo pela face: “Obrigada Pai, por Seu amor e cuidado ilimitados”!
Percebi que o sentimento de amor abnegado e o desejo de servir ao outro, haviam me curado, ou seja, prestar ajuda como enfermeira havia me curado. Estava muito feliz.
Subi as escadas da minha casa, de dois em dois degraus e me joguei na cama. Na manhã seguinte, saí da cama feliz e contente, com uma grande sensação de liberdade. Então, de repente uma surpresa! Voltei à estaca zero e a dor estava pior que nunca. Disse: “Oh, não, eu não vou ser enganada por isso, porque agora sei que existe somente uma realidade, ou seja, o reino da liberdade espiritual de Deus para toda a criação, e a dor não faz parte da realidade. A liberdade que vivenciara na noite anterior e nessa manhã quando acordei, vi que essa é a realidade”.
Dentro de poucos segundos, a dor foi embora novamente. Duas ou três vezes durante aquele dia, a dor tentou voltar. Cada vez que isso ocorria, afirmava, em espírito de oração, que não podia ser enganada a acreditar que a dor realmente tivesse qualquer poder ou realidade. Isso foi o fim da história. Nos doze anos que se passaram desde aquela ocasião, nunca mais tive uma recaída. Levantar do chão aquela querida senhora profundamente adormecida teria sido difícil até mesmo sob circunstâncias normais, mas consegui fazê-lo porque eu estava expressando o amor que vem de Deus.
O que torna possível uma cura como essa? Para mim, o mais importante é ouvir a orientação de cura, que vem de Deus. Nós não somos os sanadores. Estamos representando e expressando o amor de Deus. A fonte da cura é sempre a mesma: o Amor divino, Deus. Esse Amor está sempre presente e sempre se comunicando com todos, ou seja, com o paciente, com o praticista e com o enfermeiro da Ciência Cristã.
