Há alguns anos, minha família passou por muitas mudanças em um curto espaço de tempo. No momento em que minha mãe faleceu, minha irmã havia acabado de se divorciar. A seqüência normal das datas comemorativas tradicionais que havíamos construído ao longo dos anos, como o dia de Açāo de Graças na casa da minha irmã, o churrasco do Dia dos Pais no quintal da casa dos meus pais e a ceia de Natal em minha casa haviam se desfeito.
Sugeri à família que nos reuníssemos no Dia das Mães, mas o convite foi recebido com indiferença. Depois de algum tempo, desisti da idéia completamente. Contudo, não deixei de lado meu desapontamento e a tristeza pela indiferença dos demais, sentimentos que aceitei como verdadeiros.
No Dia das Mães, cada um de meus filhos me deu um presente feito por eles mesmos. Eram belos presentes, mas como eu havia deixado que a indiferença tomasse conta dos meus sentimentos, o dia transcorreu de forma não muito agradável. Em certo momento, entre as inúmeras tarefas do dia, perdi meu senso de alegria.
Mais tarde, liguei para minha irmã para lhe desejar um feliz Dia das Mães e descobri que, comparado com o dela, meu dia havia sido um “paraíso”. No dia seguinte, minha vizinha, que também é mãe, relatou-me sua frustração a respeito de seu dia, sem nenhuma comemoração, um único presente, nem mesmo uma palavra amável.
Era como se, pelo menos entre as pessoas que eu conhecia, a maternidade não fosse apreciada. Humildemente, percebi uma necessidade de procurar encontrar uma perspectiva mais espiritual e menos pessoal de maternidade.
No passado, sempre que me deparava com qualquer tipo de problema, volvia-me a Deus em busca de respostas, e esse momento não seria uma exceçāo.
Na Bíblia, o livro de Isaías descreve a força e o poder protetor de Deus. Nessa declaração majestosa, ele enfatiza: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei...” (66:13). Esse adorável pensamento de um Deus Todo-Poderoso, que ternamente cuida não só da humanidade como uma mãe, mas também de todo o resto da criação, conscientizaram-me de que eu não possuía o monopólio da maternidade.
À medida que meditava mais profundamente sobre a maternidade como um atributo de Deus, em vez de uma possessão pessoal, minha perspectiva começou a mudar. Consegui me desligar da idéia de que merecia um tratamento especial nesse dia apenas por ser mãe.
Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy escreveu: “O homem e a mulher, coexistentes e eternos com Deus, refletem para sempre, em qualidade glorificada, o infinito Pai-Māe Deus” (p. 516). Enquanto ponderava sobre essa declaração, ocorreu-me que todos expressam a maternidade de Deus. Crianças e adultos, homens, mulheres, casados ou solteiros, com ou sem filhos, todos, e cada um de nós, expressamos continuamente as qualidades da maternidade, porque cada um de nós reflete a natureza materna de Deus.
À medida que meditava mais profundamente sobre a maternidade como um atributo de Deus, em vez de uma possessão pessoal, minha perspectiva começou a mudar.
Estava recebendo o amor de mãe de muitas maneiras
Fiquei repleta de gratidão, ao me lembrar das inúmeras maneiras pelas quais havia recebido o amor de mãe no ano anterior. Minha filha freqüentemente me fazia lembrar do amor que ela sentia por mim, além de ser gentil e sempre disposta a me ajudar. Meu filho regularmente expressava compaixão e bom humor para me encorajar em todos os tipos de atividades. Meu marido muitas vezes me ajudava com o serviço doméstico, sem reclamar. Meu pai sempre procurava certificar-se de que eu teria tudo quanto necessitasse para viagens e ocasiões especiais. Minha amável vizinha havia, mais de uma vez, generosamente relevado minhas atitudes quando precisei incomodá-la.
Descobri que, ao invés de estar do lado dos que recebem presentes e cumprimentos no Dia das Mães, deveria estar do lado dos que dão os presentes.
Desde esse dia, surgiu uma nova maneira de comemorar o Dia das Mães. Tornou-se um dia para me regozijar com a maternidade de Deus e para expressar gratidão a todos que cuidaram de mim como mães, ao longo do ano. No lugar de me esforçar para planejar o meu dia, dou um pequeno presente e uma mensagem de agradecimento aos que demonstraram a natureza da maternidade de Deus para comigo. Descobri que essa é uma garantia para todos de um feliz Dia das Mães!
